Prólogo

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Existe uma verdade absoluta sobre os seres humanos: eles não duram para sempre.
Desde que nascemos, somos preparados para a morte, e mesmo quando ela chega, por mais que estejamos preparados, a negação e a tristeza... são totalmente inevitáveis.

Eu não sou uma garota melosa, para mim, o romance é algo que facilmente...acaba.
Lamento dizer isso, mas nada dura para sempre, e o romance não é exceção.

O motivo, de eu estar falando isso, é para ninguém esperar que eu seja uma garota desastrada, virgem, que conhece um cara bonito que ama falar palavras safadas e que ela ainda acha o máximo.

Se alguém estava esperando que a minha história fosse assim, Lamento.

Minha história é um pouco mais trágica.

Quando eu tinha catorze anos, o governo decidiu implantar um microchip na população, dizendo que era para ter o controle sobre tudo e todos, teoricamente seria o mecanismo perfeito para impedir e rastrear ameaças terrorista e fugitivos da justiça, fora que Qr codes e cartões se transformaram em coisas ultrapassadas perante a unidade do chip. Não parece tão ruim, eu sei.

E não foi. No começo.
Meus pais, que sempre foram muito desconfiados, chamados sempre de loucos da conspiração, decidiram não aderir ao "Chiprogram", mas eles não foram os únicos, diante das noticias no jornal, outros países não adotaram o mesmo sistema.

No começo, achei uma loucura toda aquela questão, por causa de um mero chip, que mal poderia acontecer?

Foi então que aconteceu...

O congresso foi bombardeado matando a maioria dos parlamentares e logo depois uma super invasão ao principal órgão governamental do país deixou todos de mão atadas.
As prisões foram fechadas, os pobres e os mendigos foram varridos das grandes cidades.
E esse foi o expurgo.
Terroristas foram caçados até não terem mais nenhum recurso ou buraco para se esconderem, deixaram o país restrito apenas para movimentações comerciais.

Os novos governantes, as Famílias da Unidade, tinham um plano por trás do "Chiprogram" banir todas as possíveis ameaças, presentes e futuras, "limpar as ruas", tirar os menos poderosos do ciclo social.
Esses foram banidos para uma cidade chamada; "Hell's City" Lá é enorme, muito pobre e como o próprio nome diz, infernal.
As pessoas que tentam fugir de lá, são mortas pelos Terminators, homens brutos e violentos, que os governantes mandam para caçar os que também foram contra o programa do Chip.

Eu não sou rica, era para eu estar na Cidade Infernal agora, mas eu não tenho o Chip, por tanto, eu e meus pais Albert e Amma, somos invisíveis.
Vivemos sob um verdadeiro regime militar, não podemos comprar comida, roupas, ou qualquer outra coisa.

Nossa comida, são os animais, que meu pai e eu caçamos na floresta.
Nossos banhos são num lago que fica perto da minha casa.
E nossas roupas, minha mãe costura à mão.

E assim vamos vivendo nossas vidas chatas, repetitivas e na busca constante pela sobrevivência. Só me pergunto se isso nunca vai mudar.

O Beijo de SangueOnde as histórias ganham vida. Descobre agora