CAPÍTULO QUARENTA E DOIS

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- Faz sentido. Como fui burra... - me martirizava.

- Não foi, poxa! Eu estava te vigiando o tempo todo. Aquela vez que houve tiroteio na sua casa, lembra? - Ela continuou após eu assentir - Minutos antes a polícia federal me notificou sobre a possível ocorrência de uma tentativa de execução. Corri para sua casa aterrorizada com a possibilidade de te acertarem de vez!

- Então era isso... - Enfim um pouco de alívio ao entender algumas coisas - E você sabe me dizer se foi Caleb que esteve por trás daquilo?

- Não, Sam, isso não posso afirmar! Se eu te disser que essa certeza sobre Caleb ser um assassino tivemos há poucas horas? Essas pessoas nunca deixam rastros, trocam de identidade todos os anos. A gente ainda está tentando entender como a agência funciona...

Percebi uma certa frustração na fala dela ao dizer isso.

Fomos interrompidos por um senhora baixinha de cabelo grisalho que trazia uma pilha de toalhas.

- Interrompo? - Perguntou a mulher.
- Entre, Georgina. Essa é minha amiga de São Paulo de que tanto falei. - Mierra sorria ao me apontar.

- Olá, querida. Seja muito bem vinda a esta casa. Trouxe as roupas de banho que pediu, senhorita Mierra. Vou deixar no banheiro. O xampu está no armário debaixo da pia. Com licença.

Georgina entrou em saiu quase sem ser percebida.

- E quanto a mamãe? Você sabia que ela havia sido sequestrada também, suponho!
- Ah, sim. Nas últimas semanas sabia de quase tudo que acontecia na sua vida e dos seus familiares próximos. No dia em que invadiram a sua casa, havia ido atrás de você, pois havia uma informação da tentativa de sequestro. Porém chegou bem atrasada até o centro de operações. Quando a encontrei junto de Caleb conclui que não haviam dado sorte e que você estava bem. Porém a corporação logo me notificou que os bandidos haviam levado sua mãe. A sorte foi que o Juiz permitiu interceptar o telefone celular dela, e pudemos rastreia-la. Por alguma razão os bandidos souberam disso e a soltaram. Graças a Deus! E eu também não sei o que eles fariam com a sua mãe se...

- O pior poderia ter acontecido, não é?- Sugeri.

- Poderia sim. Mas o importante é todos estão bem. E não se preocupe, paguei seguranças particulares para cuidar tanto dela quanto do seu pai. Estão seguros agora.

Minha cabecinha fervilhava em perguntas, questões. Aos poucos desejava querer entender tudo e quanto mais respostas Mierra me dava, mais perguntas me vinham a mente.

- Bom, e quanto a mim? Nossa amizade? Eu fazia parte de algum plano da operação que você faz parte? Ou nossa amizade era verdadeira?

- Bom, a principio minha aproximação era uma estratégia, não há por que mentir. Mas logo criei um carinho muito especial por você, Sam! Só que eu estava rondando sua vida há um tempo. Roger é um dos investigados nesse jogo todo... Muita coisa, às vezes se torna confuso até para mim que estou estudando o caso por todos esses meses. Mas praticamente Roger entra nisso como um advogado que se vale de tráfico de informações e tenta driblar a justiça para defender eventuais assassinos que são pegos. Isso quando ele não faz de tudo para obstruir a justiça. E odeio admitir, mas seu ex-marido é inteligentíssimo, conhece a constituição como a palma da própria mão. Roger entende de leis. Então ficou uma tarefa difícil pegá-lo. Precisei investigar vocês por dias. Aí que entra aquele dia em que na maior cara de pau te abordo usando a desculpa do livro "Morro dos ventos uivantes" . Eu nem imaginava que você e ele haviam se separado.

- Mas, aquele dia no beco, em que me confundiram com um dos bandidos, tem alguma explicação? Tudo está parecendo tão amarradinho...

Mierra gargalhou batendo palmas.

- Menina do céu. Isso foi o maior azar que uma pessoa poderia ter. Quando você me contou o que aocnteceu lá na delegacia, eu até tentei pensar se não seria algum plano da agência ou coisa do tipo...

- E não era?

- Não, Sam. Essa parte do Beco foi puro destino. Um péssimo destino, diga-se de passagem!

Eram tantas perguntas a serem feitas.

- Entendo... Me parece muito plausível o azar me perseguir. Talvez a má sorte explique mais coisas que esse quebra-cabeça maluco que você está montando agora pra mim - lamentava - Mas posso fazer uma última pergunta?

- Sobre o quê?

- Sobre você e Marcos! - Eu tentava não parecer invasiva.

Mierra revirou os olhos, como se fosse um assunto que já a tivesse levado a exaustão, como se fosse repetitivo.

- Bom eu poderia te contar tudo hoje, mas acredito que esteja cansada e é uma longa história. Acho melhor você tirar um cochilo. Amanhã no café da manhã podemos falar mais. Conto tudo o que me perguntar!

- Promete? Sem segredos? - Indaguei.

- Prometido, sua chata!!! E ah, não se preocupe, esses homens que parecem ninjas espalhados pela casa toda são seguranças da policia federal, fazem a segurança. Eu sou um alvo desses assassinos também e desconfio que queiram dar um pequeno tiro que abra um buraco na minha cabeça, então é melhor prevenir - Mierra era irônica ao dizer essa última parte.

Depois disso ela foi até uma estante e pegou uma pasta.

- Ah, tome isso. São copias que qualquer civil pode acessar do processo. Temi tanto que você duvidasse de mim que imprimi tudinho, para ver como tudo foi relatado. Tem boa parte do passo a passo sobre como chegamos até esse nível da operação. A propósito, chama, operação jogo imobiliário.

- Por quê? - O nome me parecia ridículo.

Peguei a pasta das mãos dela e era muito pesada. Devia haver muita coisa registrado ali.

- Por que são assassinos de aluguel, Sam- Eu não havia entendido - Aluguel, imóveis, imobiliária... Saca??- Tentava Mierra- Ah, é isso, Sam. Odiei também, mas foi o máximo que a PF conseguiu inventar. Somos policiais e não marqueteiros...

Mierra saiu do meu quarto após beijar minha testa. E quando ia abrir a pasta, meu celular dentro da bolsa começou a vibrar.

O apanhei rapidamente e na tela estava uma chamada anônima, sem identificação. Gelei ao imaginar "quem" poderia estar ligando.

Nota da autora: Vota, sua vagabunda!🥺

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Where stories live. Discover now