Capítulo 30

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Gente, antes de começar quero pedir para que não usem o termo "macumbeira" como um termo pejorativo para não ofender ninguém que esteja lendo.
Eu entendo a raiva de vocês, até pq eu mesma morro de raiva dessa kenga, mas eu sou macumbeira gente e não chego a me abalar porém sei que alguém pode se sentir ofendido.

Também peço para que não julguem a religião , por que não é a religião que é "ruim" e sim pessoas ruins que usam essa religião maravilhosa para fazer o mal, ainda vou explicar muitas coisas ao recorrer do livro e espero que vcs entendam.

Ps: meus planos era fazer tudo em apenas 30 capítulos, mas me empolguei tanto que não estou nem na metade de tudo que planejei.

Boa leitura ♥️

«»§«»

Chegamos no postinho e eu ainda estava desnorteado, a cara de surpresa da minha mãe quando me viu e veio na nossa direção fez meu choro intensificar mais ainda.

- mãe, eu não sei o que aconteceu, eu estou tão confuso e tão perdido - falei e ela me abraçou.

- eu sei meu filho - falou me apertando a ela.

- como eles estão, já tem alguma notícia dela? - ela negou com uma feição triste.

Logo entra um casal de velho vestidos todo de branco e vem em direção a minha mãe.

- pai Edu, mãe Lena - cumprimento.

- oi meu filho - mãe Lena se aproxima mais de mim - o que aquela moça fez contigo - mais baixo mais pra ela mesma do que pra mim.

Pai Edu chamou minha mãe de canto e logo a mãe Lena foi até os dois e passaram um bom tempo conversando e só pararam quando um cara de azul claro chegou perto da gente.

- parentes da Ana Novais ?- perguntou e minha mãe assentiu - a Ana está estável, achamos uma bola de cabelo na traqueia dela que estava obstruindo sua respiração e levando a falta de ar, ela ainda está desacordada mas daqui a pouco vai acordar e o médico vai dar melhore informações - falou tudo rápido e saiu e saiu de novo.

Me sentei em uma cadeira e passei a mão na cabeça tentando me acalmar, toda essa confusão já estava me matando.

Minha mãe voltou da recepção com o número do quarto que ela estava e claro que por ser filha de quem é ela estava em um quarto só dela.

A situação precária do quarto me deixo em dúvida se seria seguro deixar ela aqui, fiz uma nota mental para separar um orçamento pra uma reforma aqui.

Mãe Lena foi até ela e fez uma reza passando a mão na testa dela e o pai Edu tirou da bolsa deles um ramo de arruda e foi passando pelo corpo dela, principalmente sua barriga que já esta ficando redondinha mostrando os sinais da gravidez.

Estou me sentindo um lixo, tudo que eu mais queria era acompanhar ela em tudo na gestação.

Ana acordou em um sobressalto buscando por ar e minha primeira reação foi tentar ir até ela, mas meu pai me segurou.

A reza foi se intensificando e eles foram falando mais alto, minha mãe apareceu com um copo com água e eu nem vi a hora que ela saiu do quarto.

Ver a Ana ali agonizando e buscando por ar e não poder fazer nada estava me deixando agitado, mãe Lena deu a água na boca dela e em segundos ela se virou de lado vomitando no chão.

O cheiro forte de podre encheu a sala, o líquido gosmento escuro tinha muitas coisas misturadas inclusive muitos bolos de cabelo.

- isso é terra?- ouvi uma voz masculina e olhei pra trás.

O amigo dela da escola estava aqui, fazendo o que eu não sei.

Voltei a prestar atenção na minha mulher e vi que ela já havia voltado a respirar normal.

Mãe Lena uma mulher negra, baixinha e gordinha fechou os olhos por um momento e quando abriu novamente sua feição não era mais a mesma, ela me olhou e depois olhou demorada mente para a Ana.

- preciso que saiam do quarto, apenas o menino fica - pai Edu falou.

Todos saíram e ficou apenas nos 4, o que estava na mãe Lena olhou bem pra Ana que olhava tudo assustada. Olhei aflito pro pai Edu e ele assentiu permitindo que eu me aproximasse.

- não tenha medo não moça, eu sou a entidade que foi paga pra acabar com a sua vida e do seu filho - falou com uma voz grossa.

Cheguei perto da Ana e segurei na sua mão, achei que ela se afastaria e negaria o meu toque, mas ela apertou minha mão ainda mais forte.

- quem me contatou quer a sua morte, ela tem muita inveja do que você é e também quer o teu homem - voltou a falar sem tirar os olhos de nós e nem piscar - mas você me viu, você me enxergou enquanto eu estava te rodeando, você não teve medo de mim – fez uma pausa - me ofereceu água e alimento- olhei pra Ana e ela arregalou os olhos.

- você teve compaixão por mim e eu terei por você, não posso de deixar de cumprir o acordo por que fui pago por ele, você ainda vai sofrer por um tempo mas tudo acabara – se aproximou – não vou levar a tua vida e do teu filho como foi me pedido, você vai ter sua vida de volta junto com seu homem e de agora em diante te protegerei de novos ataques contra você, você merece que eu faça isso- falou pegando em nossas mãos.

A mão fria me fazia querer me afastar, mas logo a mãe Lena abaixou a cabeça de novo e quando levantou era ela lá novamente.

- fia, essa entidade que a vó recebeu é do lado escuro, quem quer teu mal fez um acordo com ela, mas seu coração é bom – mãe Lena disse ainda segurando nossas mãos, agora com a mão quente.

- você também tem o coração bom meu filho, mas ainda tem muito o que aprender – passou a mão no meu rosto e eu senti as lagrimas descendo – essa moça te fez muito mal e tu não pode mais voltar naquela casa, a vó vai lá limpar tudo pra você – falou e se afastou.

O pai Edu que estava observando tudo de longe comum terço na mão rezando baixinho se aproximou da esposa e a ajudou a sair do quarto. Minha mãe entrou junto da tia Thalita e o GT que se pudesse me matar só com o olhar eu já taria numa vala por aí.

Mas eu não sai mais de perto da Ana, e espero que nada nos separe mais.

«»§«»

Votem e comentem muito e eu solto o próximo já ♥️

Invicto Where stories live. Discover now