Não fuja

Capítulo 02

Maya

Fiquei intacta por um tempo pensando o que eu havia feito para a Laila está com tanta raiva de mim, minha mente buscava várias coisas que não tinha nada a ver com o problema.

Liguei novamente para a Laila mas ela recusou a ligação me deixando inquieta, decidi que não iria ligar novamente, me aconcheguei na cadeira e respirei fundo, não é possível que minha vida seja apenas isso.

Me levantei e optei por colocar um casaco de frio, eu queria tomar um ar, não poderia ficar trancada dentro daquela casa como se fosse um animal selvagem mesmo que seja para minha segurança. 

Diferente dos outros dias eu estava me sentindo leve e nenhuma sensação ruim havia aparecido ainda, o ar estava frio como eu imaginava, minha vontade era de correr por essa rua sem medo, sozinha, sorrindo.

Ouvi som de pneu de carro parando em frente da minha propriedade, andei em passos lentos até o portão, olhei pelo olho mágico vendo minha tia toda atrapalha tirando suas malas do carro, o pequeno sorriso que eu tinha nos lábios aumentou.

Abri o portão da minha propriedade com a maior alegria do mundo assustando minha tia, que assim que pós seus olhos negros em mim me abraçou. Um abraço quentinho e cheio de amor.

– Olha como você está grande.. – Falou colocando alguns fios de cabelo atrás da orelha. – Parece com sua mãe. 

Pude sentir um nó na minha garganta, eu jamais poderia esquecer da mulher que deu a vida por mim, engoli todo choro que queria vir e sorrir com o elogio.

– E os namoradinho? – Perguntou puxando suas malas para dentro.

– Tia! – Repreendi ela no mesmo segundo, eu nem havia pensado nessa hipótese.

– O que, essa é é tradição das tias. – Gargalhou abrindo a porta de casa.

– Respondendo sua pergunta, não eu não havia pensado nisso, e nem quero. – No momento pensei no Gael, e aquilo me deixou nervosa como se eu realmente gostasse dele.

– Não sei não, sua carinha de quem está mentindo não me engana. – Brincou vendo meu pai descer as escadas com uma mala na mão.

– Maya obedeça a sua tia. – Ordenou meu pai beijando o topo da minha cabeça, – Maria cuida da minha filha. – Falou dessa vez para a irmã. 

Ele se retirou, a cena era como se eu fosse mais nova, ele sempre virava as costa e não falava mais nada apenas ia embora me deixando confusa com meus pensamentos, ele não me dava atenção mas eu entendo, ele é um homem de responsabilidade.

Andei até meu quarto e me joguei na cama sentindo uma tristeza imensa, poderia não parece mais eu sentia falta do meu pai, queria que minha mãe estivesse viva.

Fechei os olhos sentindo meus cílios molharam pela água que saiu do meu olho.

Abri os olhos escutando minha tia me chamar, eu estava horrivelmente cansada, eu não queria me esforçar a levanta. Abri o portão que não havia ninguém na frente, aquilo me deixou puta com quem quer tenha feito essa brincadeira. 

Até ver a silhueta do Gael me assustando, da minha garganta saiu um grito sincero, eu realmente me assustei, a feição dele estava diferente.

Olhei brava para o garoto que estava na minha frente com um sorriso largo, ele não tirava esse sorriso do rosto o sorriso que me deixava sem jeito.