I lá lá rie ê

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23 dias.
   
   - O que pensou na primeira vez que me viu?

    Minha voz sai mais curiosa do que queria, mas eu estava curiosa.

      - Hum...

     Muzan murmurou largando seu livro.

     Estavamos em sua barraca, em sua cama específicamente. Ele não quis que eu saísse daqui depois do nosso beijo, falou que eu ainda estava ferida, não que eu fosse fraca o suficiente para um corte envenenado me fazer não conseguir sair da cama.

      Mas queria passar o máximo de tempo com ele, tentar ver seu novo lado.

      Adormeci na noite anterior devido ao cansaço, eu acho. E quando acordei essa noite, Muzan não estava do meu lado.

       Mas escutei gritos em outras barracas, e quando ele voltou. Não havia marcas ou gotas de sangue em suas roupas. Se ele matou alguém, matou muito bem.

       - Foi a muitos anos. Não sei se consigo me lembrar.

      Eu o encarei, seu nariz pontudo e seus olhos vermelhos, fiz a expressão de " É mesmo?".

       Ele sorriu.

       -Por quê você não fala primeiro então?

        Me acomodei no travesseiro, que estava atrás das minhas costas, senti o corte arder em um dos maiores pontos.

       - Bom...

     Estava ensaiando aquela fala por muito tempo.

       - Achei você um idiota de mente fechada, depois pensei que era só um teimoso. Mas se você era teimoso em não falar comigo, eu era ainda mais teimosa em insistir em você. Depois... Acho que me acostumei com seus jeitos, ao ponto de sentir saudades de seus sermões...

        Encarei minhas mãos, passando os dedos pelas minhas unhas. Uma lascada agora.

       - Eu...

     Muzan falou.

      - Achei que fosse como as outras crianças que iam e vinham até minha casa, suspeitas a sempre serem hipócritas e violentas...

       A memória de quando bati naquele garoto me passou na mente... "Violenta".

         - Mas quando você brigou contra o garoto, e respondeu os outros com palavras racionais, me surpreendeu... Suas falas e seus jeitos me faziam pensar, " Quem é essa garota?", Por que de algum modo ela parece tão brilhante? Essas perguntas vagavam, e era sempre a mesma resposta que eu dizia a mim mesmo, é 'por interesse'.

      Franzi as sombrancelhas, e surpresa por virar o rosto e o ver que estava a me olhar.

       Ele respirou fundo, e piscou suavemente.

       - Porém um dia... Você era muito nova talvez não se lembre...

      - ...Fazia quase um ano que nos falavamos.Era seu aniversário de 11 anos, e você havia decidido o passar comigo, trouxe aquele dia alguns doces, e livros. E em menos de uma hora, sua mãe havia aparecido para te buscar. O zelador te chamou. No lugar onde eu estava, conseguia ver sua mãe na entrada da casa, esperando você. E quando ela te viu, um tapa voou em seu rosto.

        Minhas memórias ficaram turvas, de tantas lembranças que tenho não consigo me lembrar dessa. Ou talvez me forcei a esquece-la.

       - Quando vi aquilo, acho que fiquei surpreso. Pensei que sua mãe te amava e que viesse aqui por um luxo já que cresceu sendo mimada. Mas as palavras dela excluíram boas partes dos meus pensamentos sobre sua criação. " VOCÊ ABANDONOU SUA FESTA TSUKI SHITAMA! Todos esperavam por você, tem ideia de quantas pessoas importantes seu pai e eu convidamos?? Enquanto estavamos esperando a aniversariante ela estava aqui! Nesse maldito lugar! Com esse bastardinho doente que está para morrer! Prefere estar com um doente do que com a própria família!! Garota ingrata!" Foi o que ela falou aos gritos, enquanto você mantinha a cabeça baixa, as palavras deka ecoavam na minha cabeça, não em odio por me desprezar, nem por frustração. Por perguntas, você sabia que eu estava doente, sabia que eu não gostava de você, sabia que todos os dias que vinha aqui tivera que sentar no chão, que eu não lhe respondia. E mesmo assim, estava lá... Então tudo se resolveu, quando você a respondeu:

Entrei no mundo de KIMETSU NO YAIBA??! ~ •Muzan•Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt