- Eu te odeio, Jeon Jungkook! Eu te odeio em cada gota de sangue que corre em minhas veias. - só parou quando sentiu o sangue escorrendo pelos dedos. Em algum momento, havia começado a desferir socos na porta do escritório com toda a sua força, mentalizando que estava causando dor ao alfa. Queria que ele sentisse o que estava sentindo, queria que ele sofresse como estava sofrendo. Não era justo! Porque sempre ele saia machucado? Porque sempre ele saia como o errado?

Seu coração disparou e passou a mão no peito, sentindo falta do peso da corrente. O choro veio com mais intensidade, fazendo o ruivo soluçar alto e agradecer por estar sozinho naquele estado. O peso que sentia dentro de si o fez cair, deitando com a barriga para baixo no piso de mármore gelado. Sentia o gosto dele ainda em sua boca. Porque sua mente o traia desse jeito? Mordeu os lábios até sentir o sangue brotar. Quebraria cada pedaço dele que havia dentro de si, nem que para isso precisasse sangrar. Esqueceria o gosto, o cheiro e o toque dele, nem que para isso precisasse sumir.

As portas do elevador se abriram e o aroma de cereja tomou o local. Escutou os passos apressados e não quis abrir os olhos quando sentiu o corpo quente deitando ao seu lado e o abraçando em extinto de proteção. Ficaram daquela forma por minutos, ouvindo apenas suas respirações e o choro de Jimin diminuindo. Quando sentiu que não tinha mais lágrimas dentro de si, abriu os olhos lentamente.

- Hyung, eu sou tão patético assim? - sentia sua cabeça doendo de tanto chorar.

- Não, meu bebê. Você não tem nada de patético, muito pelo contrário. Amar pode ser complicado mas, no caso de vocês, tem muitos outros aspectos envolvidos. - afastou os fios molhados da testa do ômega e deixou um selar. - Tem muitas coisas que eu preciso conversar com você, mas acho que o mais importante agora é cuidar das suas mãos. Vêm, eu sempre deixo uma caixa de primeiros socorros na sala do Joonie porque ele vive se machucando.

- Eu preciso terminar de recolher as minhas coisas antes, hyung. - disse levantando-se.

- Não se preocupe com isso agora, Jiminie. Eu peço para o Joonie recolher tudo depois se assim você quiser. - o ômega levantou-se e segurou o ruivo pela cintura, o encaminhando com cuidado para a sala do marido. Chegando em frente a grande porta, colocou a senha e procurou o interruptor, acomodando o Park no sofá assim que as luzes se acenderam. Abriu um armário de mogno que ficava no canto da sala e tirou uma caixa branca, uma bacia de pedra, um vidro com ervas, duas xícaras e uma jarra elétrica. Quando terminou de colocar tudo sobre a mesa, fechou o armário e saiu pela porta com a jarra na mão. Voltou tempo depois e despejou metade na bacia e ligou o aparelho na tomada. Abriu a caixa branca e tirou um saquinho de seda, despejando flores amarelas no recipiente de pedra. Disse algumas palavras baixinho e Jimin teve a impressão de ver uma luz saindo da mão do ômega.

- Eu acho que eu devo estar com a cabeça realmente muito cansada. - percebeu que o ômega mais velho havia escutado quando observou um sorriso brotando no rosto bonito.

- Não foi impressão sua, bebê. Algumas vezes saem luzes da minha mão.

- Como assim, hyung? - questionou arregalando os olhos.

- Bom, já ouviu falar em magia lupina? - viu o ruivo balançando a cabeça em negação. - Digamos que eu sou algo entre a versão creep da Sabrina e a Tsunade do Naruto.

- Você tem poderes curativos? Eu achava que isso não existia.

- Não só poderes curativos como muitos outros. Vem, senta aqui na cadeira do Joon e coloque suas mãos na bacia. - o ruivo levantou e seguiu as instruções do mais velho, acomodando-se na cadeira confortável e sentindo o corpo relaxar quando as mãos entraram em contato com a água. Fechou os olhos e aproveitou a boa sensação, esquecendo por alguns minutos que a sua vida tinha sido revirada.

A Promessa Entre Nós Where stories live. Discover now