Capítulo 5

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Eu fui brutalmente acordado desagradável empurrão, mas existia um empurrão agradável por acaso? Eu não sei. Eu não ligo. Tudo que me importava agora era o atual empurrão.

"Que porra foi essa? Eu gemi, minha cabeça fez um doloroso contato com o banco da frente. Beau estava carrancudo como sempre.

"Sai fora" ele ordenou. Dedos ágeis massagearam seus ombros por alguma razão. "Nós chegamos"

"Ham?"

De olhos arregalados, eu espiei os arredores, descobrindo isso, sim, nós tínhamos chegado.

Nosso hotel era um prédio em formato de L de tapume verde pastel e moldura branca. O hotel tinha dois andares com um pequeno estacionamento, correspondendo a um prédio comercial e piscina coberta anexa. Porém os arredores não foram tudo que entregaram a nossa chegada, o cheiro e os sons ajudaram também.

Meu pai alegou que nós estávamos bem perto da praia. Eu suspeitava que ele estava exagerando. Na verdade, eu pensei que nós estaríamos a uma quadra de distância ou a cinco minutos de carro, mas meus ouvidos não estavam me enganando. Eu ouvi isso, o mar, as ondas quebrando na areia. Cheirava a isso também, o cheiro da maresia que eu meio que esperava ser um pouco repulsivo. Frequentemente diziam que o mar tinha cheiro de peixe, e eu duvidava que isso fosse agradável. Isso, no entanto, não tinha nada de desagradável, de alguma forma era fresco e emocionante, o que pode ter a ver com o fato de que eu nunca estive perto do mar e, portanto, estava um pouco tendencioso em meu entusiasmo.

Tia Zoey e tio David estavam tirando a bagagem da van. Os dois sorriram quando a porta se abriu, nos vendo no banco de trás.

"O que vocês dois estão fazendo?" ela perguntou, acenando para o canto do hotel. Havia uma óbvia diferença entre nossa residência para essa semana e o hotel ao lado. "Entrem e vejam a praia"

Ela não teve que falar duas vezes. Eu praticamente me teletransportei pra fora da van. O excitamento me levou a virar a esquina, avistando um píer de madeira que ligava o asfalto até a areia. Haviam montes pelo caminho, cobertos de ervas daninhas verdes. Além disso, tinha o mar, o profundo, o sedutor azul contra um igualmente céu escuro formando uma só coisa que ninguém podia dizer onde o mar terminava e onde o céu começava.

Meus foram jogados de lado ao acaso, largados no asfalto com minhas meias. O pensamento de uma caixa de areia veio à mente, seria a praia parecida? Eu estava prestes a descobrir.

Eu saí do asfalto para a areia quente que afundou entre meus pés. A praia não era nada parecida com uma caixa de areia. Essa areia era quase pesada. Eu não pude parar de esmagar infantilmente a sua textura granulada entre meus dedos dos pés. Eu aprendi através do toque, a grossura dos grãos de areia, dedos passando sobre pedaços de galhos ou conchas do mar misturados. As luzes da cidade iluminavam a praia com um brilho cálido. A lua cheia pairava sobre pequenas ondas dançando pela costa. Por toda a extensão, a praia se arrastava com um longo e escuro cais de madeira nas proximidades. Respingos de água fresca pousaram em minhas bochechas trazidas pela brisa que tinha gosto de sal gelado. Pegadas espalhadas pela costa até a água que chamava por mim.

Inicialmente eu estava hesitante, imaginando cada filme "Tubarão" que eu já tinha visto, então dei aquele primeiro passo pra dentro. Espuma branca e bolhas fizeram cócegas nos meus pés, então meus tornozelos, então no meio das minhas panturrilhas. Já que era noite, esse era o mais longe que eu iria admirando a água translúcida e a areia escura logo abaixo, brilhando sob o pálido luar. Estava um pouco frio então meus dedos dos pés ficaram gelados. Calafrios cruzaram minha pele trazendo leves arrepios, mas isso não me fez voltar atrás. A areia molhada afundou ainda mais, porém eu permaneci no mar pela primeira vez e percebi que aquilo era melhor do que eu jamais poderia imaginar.

14 Days (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora