16 - Fera

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✵ S/n pov:

Um som de apito. É a primeira coisa que escuto. Parece que alguém está apitando na minha cabeça, um sinal talvez de tontura me deixa alerta porém amentrodada. Pelo o desconforto que sinto nas minhas costas sem dúvidas não estou no palácio.

— Abra os olhos de uma vez. — Escuto alguém resmungar aparentando estár irritado.

Abro meus olhos, mas tenho que fecha-los e abri-los até mãos grandes cobrirem a claridade da noite escura porém estrelada.

Consigo ver que o som de apito poderia na verdade vim de assobios, dos pássaros nas árvores que me rodiavam. Sinto um calor nos meus pés causada por uma fogueira com fogo aparentanva está mal projetada. Olho para o dono das mãos que eu nem cogitei em ser as de Maven, mas do meu marido eram mas pálidas do que a do meu irmão.

— Aonde está Maven? — Pergunto tentando me sentar na areia molhada que era mais uma lama que manchava o meu vestido.

— Ele é uma espécie de vício? De todas as coisas que você poderia falar quando acordasse essa é a que mais me irrita. — Meu irmão fala irritado se levantando do meu lado e se sentando do outro lado da fogueira.

— Quando experimentar o amor irmãozinho, vai perceber que é um vício. — Falo me aproximando um pouco mais da fogueira para ver se serve de manto para uma noite fria.

— "Irmãozinho" — Ele esboça um sorriso largo no rosto mas sua dor aparente nos seus olhos, zombando da forma que eu falei — Já que somos família, acho que tenho que dividir algo com você, irmãzinha. No dia do seu aniversário você saiu com o papai mas nenhum de vocês voltaram. Quando a noite estava preste a virar outro dia, a mamãe e nossos irmãos estavam em desespero porque vocês ainda não tinham aparecido. Então ouvimos batidas na porta. Eram grossas, tão fortes que eu achava que raios estavam chicoteadam a nossa porta de madeira quase a estilhaçando. Nossos irmãos entraram em comemoração e a mamãe correu para abrir a porta achando que você e papai chegaram.Todos correram para porta, eu corri para de baixo da cama.

"Fiquei com medo do barulho e só iria sair ao ouvir a sua risada pelo papai está cantando a música de aniversário de forma desafinada. Mas então eu senti um perfume forte, não eram vocês, era algo caro. Coisas caras eu sabia o que eram de longe porque raramente chegava perto. Os soldados prateados dizeram que nosso pai tinha morrido por roubo e como punição, eles tinham ido terminar o trabalho. Eu consegui ouvir tudo, as paredes eram de madeira fina me impressionava está de pé. Os gritos de súplica da mamãe, o desespero dos nossos irmãos chorando, todos foram calados pela morte que havia batido em nossa porta. Os soldados riam, pareciam que estavam em um show. Eles saíram e por sorte não notaram que me deixaram para trás. Eu saí de baixo daquela cama rastejando por ainda não me sentir protegido. Não vou descrever aquela imagem que me assombra para não fazer eu colocar para fora o que nem comi. Mas foi horrível. O pior é que naquele momento eu não senti pela perda deles na minha vida. Eu entrei em desespero por estar sozinho, o mais novo da família. Você era mais velha que eu, estava com o papai, os pontos que liguei foi para a sua morte. Mas você estava rindo do lado dos assassinos prateados sem eu saber. Como foi a sua vida, irmãzinha?"

Sinto dor, parece que o céu caiu sobre mim. Eu também achava que ele estava morto, mas acho que contar isso não irá amenizar as coisas.

A voz dele mudou enquando ele contava a história, os soluços e lágrimas que escorriam pelo seu rosto passavam a tristeza que ele sentiu, porém ele insistia em manter um sorrio estampado no rosto. As sombras que o fogo da fogueira projetava sobre o rosto dele também me lembravam que aquela história era sombria.

— Sinto muito por não estar lá com você. Com toda nossa família. — É tudo que eu consigo falar mas ele gargalha.

— Não, você não sente. — Ele diz parando de rir ironicamente, as lágrimas em seu rosto não mostravam tal animação. — A família Barron me acolheu, mas eles não podiam me dar tudo. Eles não podiam me dar o que eu queria, que era minha família de sangue de volta. E agora que eu consigo ter você aqui na minha frente, você quer ver o seu maridinho prateado! Você construíu uma vida com ele, se casou com ele, se tornou família dele. Aquela minha família morta, é minha. É da falecida S/n morta, não dá pessoa que você é. Não somos família. Mesmo assim eu escolhi você. Deixei os Barron para trás. Mas não me sinto mal, porque agora eu posso ver você sofrer, porque o Maven não está aqui, minha querida. É uma maravilha estar sozinha? Eu falar que sinto muito, adianta alguma coisa, mesmo que não sinta nada?

Amor em Chamas - Maven Calore. (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora