Capítulo 53.

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Iam...

Tem alguns dias que eu não vejo Natalie, depois da inauguração eu me afastei um pouco, queria um tempo para pensar nos meus sentimentos, entender a amplitude deles, mas, não consegui ficar longe por muito tempo, poucos dias depois a procurei, o coração aperta só de pensar em ficar longe dela.

Termino de revisar as observações que Samantha anotou da reunião que tivemos com o cliente mais cedo, ela anotou todas as mudanças requisitadas pelo cliente. Iniciei as mudanças no projeto de acordo com a vontade do cliente, as horas se passaram rápidas enquanto eu trabalhava nas mudanças necessárias, minha concentração, no entanto, não era das melhores, vez ou outra minha mente vagava para Natalie e a falta que eu sinto dela, de ouvir sua voz, sentir seu toque, ver seus lindos olhos, lhe abraçar, lhe amar. "Porra eu estou muito ferrado".

Quando estava com as modificações praticamente prontas resolvi dar meu dia por encerrado, salvei o arquivo, desliguei o computador e me levantei, usei o banheiro rapidamente e sai de lá, peguei meu terno o vestindo enquanto saia da sala, só percebi que já era tarde quando vi que Samantha já estava com suas coisas arrumadas apenas esperando eu sair para encerrar o seu expediente.

- Até amanhã. - A cumprimentei ao passar por sua mesa.

- Até amanhã. - Ela sorriu em minha direção.

Segui direto para o elevador, no tempo que a caixa de metal levou para parar na garagem eu decidi que vou encontrar Natalie hoje, estou com muita saudade dela e não preciso de outro motivo para ir vê-la. Sei que ela está no ateliê, por isso eu decidi fazer uma surpresa e ir encontrá-la lá.

Entrei no carro e dirigi pelo trânsito movimentado de início de noite até chegar ao ateliê de Natalie, o lugar está muito bonito, em breve ela vai poder inaugurar seu espaço, hoje ela está aqui para receber máquinas de costura e outros equipamentos, vai ser até bom eu vir vê-la, não gosto da ideia de ela sozinha com os montadores.

Parei o carro e olhei para o outro lado da rua diretamente para a fachada do ateliê, o carro de Natalie estava parado logo em frente, um caminhão de entrega a frente e outro carro atrás, quando fixei os olhos nas portas de vidro a cena que eu vi através delas deixou meu coração sangrando. Ela estava nos braços do dono da revista aos beijos, soltei a maçaneta da porta e segurei o volante com força, liguei o carro e acelerei saindo dali sem olhar mais uma vez na direção dos dois, a visão daquilo uma vez já era o suficiente pra mim, eu adoraria apagar da minha mente aquela imagem.

- Burro, burro. - Apertei o volante com mais força. - Como eu pude acreditar que significava alguma coisa pra ela?

Me sentia um idiota, eu sabia muito bem que ela não se apaixona, que não deixa ninguém entrar de verdade em sua vida e ainda assim eu me iludi, me permiti esse sentimento, estou mais uma vez no poço de amar e não ser correspondido, talvez esse seja o meu lance. E isso dói tanto que parece que meu coração vai partir ao meio, me sinto sufocando e lágrimas insistentes escorrem dos meus olhos, faz muito tempo desde que eu tive meu coração partido, mas eu não lembro de doer tanto na ocasião, talvez porque ela signifique mais pra mim do que qualquer outra, eu não sei. Me sinto traído mesmo sabendo que não tenho direito de me sentir assim, de pedir qualquer coisa dela.

Dirijo por mais de uma hora buscando me acalmar, controlar as lágrimas que banham meu rosto, aos poucos meu pulso desacelera, as lágrimas se vão e eu consigo pensar melhor, meu peito dói imensamente por perceber que apenas eu tenho sentimentos nessa história.

"Será essa a minha sina? Me apaixonar por quem não sente o mesmo por mim?" Agora eu vou ter que me afastar dela pelo bem da minha sanidade e para a nossa amizade, eu não quero me machucar mais do que isso.

Marcados pelo Acaso - Meu Clichê (Livro 4) (Concluída)Where stories live. Discover now