Capítulo 51.

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Natalie...

Ali naquele momento deitada sobre o corpo de Iam, curtindo nosso momento pós sexo, enquanto eu acaricio a pele do seu peito brincando com os fios ralos que cobrem a sua pele, olhando em seus olhos agora de um verde profundo, eu quase disse as três palavras, aquilo me deixou deveras apavorada. Eu tive que engoli em seco e cortar o contato visual pousando meu rosto em seu peito e fechando os olhos para não deixar elas escaparem, já chega o que eu falei mais cedo.

Aparentemente esse negócio de passar a vida inteira sem me apaixonar me deixou sem o treinamento necessário para lidar com meus sentimentos quando acontecesse, meu peito está quase explodindo com o sentimento que o preenche eu quero gritar que o amo, falar pra ele sobre o meu sentimento, dizer que mesmo sem entender direito eu sei que o amo e quero viver esse amor. Mas, o medo me para, tem um motivo para eu ter me afastado de sentimentos, além de eu amar minha solteirice, não querer minha vida amarrada a alguém e não senti a mínima necessidade de monogamia, alguém que não senti o mesmo, eu nunca quis sofrer por amor. O Iam nunca aparentou ter sentimentos por mim, não mais do que a nossa amizade de antes.

Vi minha irmãs e amigas devastadas por ter o coração partido, nunca achei que tanta dor valesse a pena por alguns momentos de felicidades enquanto o amor é vivido. Agora eu sinto medo que o que eu tenho com Iam acabe, nós não estamos realmente juntos, não rola um compromisso entre nós, mas passamos um tempo juntos, ficamos, existe carinho entre nós e eu sei que ele me ama, mesmo que não do jeito que eu gostaria que o fizesse. Se eu falar sobre meus sentimentos ele provavelmente vai se afastar de mim para não me magoar mais e eu não estou disposta a passar por isso.

Me sinto um tanto covarde por fazer as coisas desse jeito, mas estou um tanto perdida nessa situação, me deem alguma folga, sou como uma adolescente se apaixonando pela primeira vez. Eu sou uma vergonha para a profissão, piranha não se apaixona e olha onde estou, apaixonada pelo meu amigo de foda, como isso pode piorar?

- Nat? - Iam me tirou dos meus pensamentos e me fez voltar a encara-lo.

- Oi. - Sorri.

- Achei que tivesse dormindo. - Ele acariciava minhas costas.

- Estava nesse caminho quando me chamou. - Não era mentira eu me sinto sonolenta.

- Também não estou muito longe disso. - Ele falou sorrindo.

- Suponho que nós devamos ir. - Falei a contra gosto não querendo me afastar.

- Devemos sim. - Ele concordou. - Podemos continuar no meu apartamento.

- Eu gosto da ideia. - Falei me pondo em pé. - Me diga que o seu banheiro tem chuveiro.

- Ele tem sim. - Se colocou de pé também.

- Isso é maravilhoso. - Amarrei meu cabelo no topo da cabeça, tirei os sapatos e me virei de costas.

- A única parte ruim é que não cabe nos dois aí. - Peguei a camisinha sobre a mesa e segui para o banheiro.

- Isso é muito chato, mas podemos resolver isso mais tarde.

Abri a porta analisando o pequeno banheiro com azulejo branco nas parede e no chão, um sanitário preto onde joguei a camisinha e dei descarga, uma pia pequena com armário também pretos e um pequeno box que realmente não caberia nós dois.

Entrei no box e me lavei rapidamente do pescoço para baixo o sabonete ali tinha um cheiro cítrico muito agradável, assim que eu saí ele entrou para tomar seu próprio banho. Me sequei e parei em frente a pia para me olhar no espelho, com exceção do batom borrado nos cantos, minha maquiagem estava intacta, peguei um papel toalha sequei o suor em minha pele, depois o dobrei para limpar o borrado em minha boca.

Marcados pelo Acaso - Meu Clichê (Livro 4) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora