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Diego Tavares narrando:

Sexta feira, 15h. Eu e Isabelle tínhamos combinado de ir ao shopping, mas pelo visto ela havia esquecido. Liguei para seu celular e nada dela atender, mandei mensagens no WhatsApp e ela nem sequer visualizou. Mandei até mensagem pra amiga dela, Flávia, para saber se elas tinham se falado naquele dia. Nada.

Eu já estava ficando preocupado, Isabelle não é o tipo de pessoa que marca um encontro e depois não aparece, nem sequer dá explicações. Essa não era ela. 19h e eu já não aguentava mais de preocupação, nem meu irmão estava em casa pra me acalmar. Peguei meus documentos, a chave do carro e fui à casa dela.

Em 15 minutos já estava no portão do prédio dela. Desci e vi que não tinha nenhum porteiro na guarita. Estranho. Toquei interfone e nada, ninguém atendeu. Meu coração naquele momento estava mais acelerado que carro de Fórmula 1. Após 5 minutos pensando no que iria fazer, o porteiro voltou. Perguntei a ele se Isabelle tinha saído de casa naquele dia, e ele me falou que não viu nenhuma movimentação dela nem no apartamento dela. Minha preocupação naquele momento estava no ápice e eu só me sossegaria se tivesse certeza que ela estava em seu apartamento, sã e salva. Conversei com o porteiro e ele autorizou minha entrada. Peguei o elevador e apertei o botão do seu andar. Estava tão ansioso que o elevador pareceu demorar uma eternidade pra chegar no andar, mas finalmente chegou. A porta de abriu e o corredor estava tranquilo, sem ninguém e sem barulhos. Andei até o seu apartamento e toquei a campainha. Nada. Ninguém atendeu, nem mesmo um barulho eu ouvi. Peguei meu celular e disquei seu número, esperei chamar e ouvi o celular tocando de dentro do apartamento. Ela estava ali, nunca saía sem esse celular, então só poderia estar ali. Mas por que não me atendia? Por que não dava nenhum sinal de vida?

Já estava cogitando a ideia de pedir o porteiro a chave reserva do apartamento, quando ouvi o barulho da porta destrancando. Virei-me bruscamente e senti meu coração aliviar. Mas logo ele se apertou novamente.

- Diego? – sua expressão era de assustada, assim como a minha.

- Oi – foi só o que eu consegui dizer. Não estava acreditando no que via na minha frente.

- O que traz você aqui? Nós tínhamos algum compromisso marcado hoje? – ela olhou pra dentro do apartamento, mas logo se virou pra mim. Podia perceber que ela estava inquieta, também, não é pra menos.

- Nós marcamos de ir ao shopping hoje, você lembra? – ela bateu a mão na testa, como quem lembra de algo importante que havia esquecido. Eu tentava transparecer que estava tudo bem, mas no fundo nós dois sabíamos que nada estava normal.

Ela estava vestida com uma camisa polo verde água e um short jeans. Seria uma roupa normal, se eu não soubesse que aquela blusa costumava ser minha, até meu irmão roubá-la de mim. E hoje no café da manhã eu percebi que ele a usava, pois eu ia pedi-la emprestada para ir ao shopping com a Isabelle.

- Me desculpa Di, eu esqueci completamente.

- Tudo bem. Só passei aqui porque fiquei preocupado, você não apareceu e nem mandou mensagem.

- Desculpa, eu perdi a noção do tempo. – estava difícil fingir que não sabia de nada, eu era péssimo em mentir, mas não sabia como dizer a ela que eu sabia de tudo.

- Tudo bem. Depois nos falamos. Tchau.

Saí apressado sem esperar nem uma resposta. Para minha sorte, o elevador veio rapidamente e eu logo estava no meu carro. Assim que entrei, senti algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Eu não sabia como reagir, isso nunca tinha acontecido antes. Sentia um misto de tristeza e raiva, não poderia imaginar que meu irmão era capaz de algo assim. Ele sabia que eu estava gostando dela, gostando de verdade. Nunca tivemos esse problema, nunca fiquei com alguém que ele estava ficando e vice-versa. Por que isso então, logo agora, logo com ela?

IrresistívelWhere stories live. Discover now