Irresistível

15.

João Lucas narrando:

Acordei cedo no outro dia, ainda eram 8:30 quando eu perdi o sono e desisti de tentar achá-lo. Peguei meu celular e vi uma notificação de curtida no Facebook, quando fui olhar a Flávia, melhor amiga da Isabelle, tinha curtido uma foto e um status meu. Obviamente isso foi uma indireta pra que eu perceba que ela está afim. Nesse momento uma ideia louca me passou pela cabeça e mesmo sendo louca, eu segui a diante.

Quem sabe se eu convidasse a Flávia pra sair a Isabelle ficaria com algum tipo de ciúmes e largaria meu irmão e ficaria comigo. Eu sei, depois de muito pensar eu vi o quão insano essa ideia parecia, era claro que isso nunca aconteceria. Quem, em sã consciência, trocaria meu irmão por mim? Isso mesmo, ninguém. Mas valia a pena tentar, não mataria ninguém e eu ainda ficaria com uma mulher linda.

Depois de quase 2 horas pensando no assunto decidi mandar uma mensagem pra Flávia. Chamei-a no WhatsApp e ela logo respondeu, conversamos sobre coisas cotidianas e logo eu mandei a proposta. Ela demorou um pouco pra responder, provavelmente queria passar uma imagem de difícil, mas todo homem da cidade sabe que difícil ela não tem nada. Depois de uns 5 minutos ela respondeu, aceitando, o que me causou um estranho aperto no peito. Respirei fundo e marquei um encontro no shopping às 17h, andaríamos um pouco pelo shopping e depois assistiríamos a um filme romântico exatamente como um encontro meloso deve ser. Despedi-me e fui almoçar, a Ma tinha acabado de fazer uma lasanha que cheirava muito bem.

- Má, essa lasanha parece deliciosa.

- Espero que esteja, fiz com muito carinho e amor.

- Como sempre faz – eu sorri e a abracei, a Má é como uma mãe pra mim e eu sempre a tratei com muito amor.

- O que aconteceu ontem, meu filho?

- Como assim?

- Sempre que a festa acaba mais cedo você sai novamente, mas ontem você ficou em casa.

- Ah Má, estava cansado.

- Cansado? – ela arqueou uma sobrancelha. - Você acha que me engana menino?

- Tô falando a verdade, Má. – eu ri.

- Eu te conheço desde quando você ainda era um neném, mentiras não funcionam comigo. – nós ficamos em silêncio, eu realmente não conseguia e odiava mentir pra ela, mas não sei se podia contar o que estava acontecendo. – É mulher, meu anjo?

- Não sei. – eu disse, pensativo. – Talvez.

- Não se preocupe, se ela for a mulher certa pra você, vocês vão ficar juntos. Mais cedo ou mais tarde.

- Acho que não viu Má. Dessa vez é diferente.

- Quando é pra ser mesmo, é diferente. Não vai ser fácil, mas se ela vale a pena, tudo vai se ajeitar.

- É, quem sabe. – eu sorri – agora chega desse assunto, vamos comer que esse cheiro está muito bom.

- Ótima ideia. – nós rimos e iniciamos nosso almoço, que realmente estava delicioso.

Repeti duas vezes e na segunda vez meu irmão se juntou a nós para o almoço. O clima, pra mim, ficou um pouco estranho e se as coisas continuarem a acontecer desse jeito, não vou conseguir esconder do meu irmão essa situação por muito tempo. Droga, por que tem que ser tão difícil?

Almoçamos e graças a Deus eu não falei anda estúpido que comprometesse a situação. À tarde as horas passaram devagar, parecia que 17h não chegava nunca. Quando deu 16:30h eu comecei a arrumar, tomei um banho rápido, vesti uma roupa bacana, passei bastante perfume e desci pra sala. Combinei com a Flávia que passaria na casa delas às 17h, mas para minha surpresa, quando desci vi Flávia e Isabelle sentadas no sofá. Minhas pernas travaram, eu não conseguia mover um músculo. Fiquei parecendo um idiota parado na escada e só depois de sentir uma mão no meu ombro é que eu voltei à realidade.