16.

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Isabelle narrando:

Se eu fiquei parada no meio naquele quarto por 5 minutos, sem conseguir mexer um músculo sequer, não é exagero. Minha mente não conseguia entender o que tinha acabado de acontecer, tudo parecia ser surreal e meu corpo reagia de uma maneira que eu nem sabia que existia. Meu coração ainda batia forte, minha respiração estava acelerada e eu simplesmente não conseguia voltar ao meu normal. Sim, eu tinha acabado de beijar o João Lucas e ele saiu correndo sem me dar uma explicação para o que tinha acabado de acontecer. Sentei na cama, minhas pernas estavam tão bambas que eu não conseguia mais me manter em pé. Uma dor de cabeça surgiu, deixando tudo ainda mais difícil de acontecer. Eu não conseguia acreditar. Nós nos beijamos no quarto dele enquanto a minha melhor amiga, que está saindo com ele, estava na sala e o irmão dele, com quem eu estou saindo, estava me esperando no quarto dele para uma tarde romântica. Eu não sou esse tipo de pessoa, eu não fico com qualquer um, ainda mais de já estou ficando com outra pessoa. E a pior parte de tudo isso é que eu não me arrependo. Não me arrependo de ter me entregado ao beijo nem de ter gostado. Sim, eu gostei. Gostei não, eu adorei. Provavelmente foi um dos melhores beijos da minha vida. Borboletas surgiram no meu estômago e eu me senti completa, como nunca tinha me sentido antes.

- Isa, o que tá acontecendo? – Diego entrou inesperadamente no quarto, deixando-me mais assustada do que eu já estava. – Você tá pálida, tá tudo bem? – ele disse ao se aproximar.

- Desculpa, eu to me sentindo um pouco tonta. Acho melhor ir pra casa. – não fazia o menor sentido eu continuar naquela casa depois do que aconteceu, ainda mais assistindo um filme com ele.

- Ok, mas tá tudo bem?

- Sim, é só um mal estar – dei um sorriso de leve, ele parecia realmente preocupado.

- Você quer que eu te leve em casa?

- Não, não precisa. Eu vou caminhando. Preciso tomar um ar fresco.

- Tem certeza? Estou preocupado com você, e se você passar mal no meio do caminho?

- Relaxa, não vai acontecer nada comigo. Eu só preciso ficar sozinha um pouco.

- Ah, ok.

- Obrigado por tudo, principalmente pela preocupação, mas eu estou bem.

- Espero que a gente tenha outra chance de fazer uma tarde de filmes. – ele sorriu, e eu só conseguia pensar no sorriso do Lucas após nosso beijo.

- É, eu também. – eu sorri, ainda pensando nele. – Enfim, é melhor eu ir. Tchau – na despedida ele tentou me beijar, mas eu esquivei como num movimento automático. O clima ficou meio estranho, mas eu fui embora antes que pudesse ficar pior.

Cheguei em casa após uma caminhada de 20 minutos. Revivi os acontecimentos dessa tarde na minha mente e, estranhamente, eu não conseguia parar de sorrir. Ainda podia sentir o gosto do beijo na minha boca e eu desejava mentalmente que esse gosto não acabasse.

Entrei em casa e fui direto pro banheiro, tomei um banho relaxante, vesti uma roupa leve e deitei na cama, pensando. Estava feliz, mas ao mesmo tempo me sentia culpada por estar gostando desse sentimento que não podia existir. Acho que eu sempre gostei dele, mas não tinha coragem de admitir isso pra mim mesma, então eu achava que o odiava. Mas é como dizem, existe uma linha tênue entre o amor e o ódio. No meu caso essa linha nunca existiu, eu apenas me enganava dizendo que existia.

O que eu mais queria naquele momento era pegar o telefone, ligar pra Flávia e contá-la como tudo aconteceu, como eu me sentia feliz de um jeito que não me sentia há muito tempo. Infelizmente, não vai ser possível e isso está me matando por dentro.

IrresistívelWhere stories live. Discover now