doughnut | •twice•

004| aquele com o verdadeiro amor

January 18th of 2022

– Senhorita Minatozaki Sana? – rapidamente ela se identificou. – por favor me siga.

Sana sentira o mesmo arrepio que Mina ao entrar na sala, mas era uma sensação diferente, ela tinha medo. Tinha certeza de ser inocente, e agora apenas precisava provar aquilo, afinal ela não havia feito nada de errado, ou havia?

– Minatozaki Sana. 24 anos, nascida no Japão, mas naturalizada coreana. – analisava sua ficha. – Você quem a socorreu, correto? – confirmou, ainda sem dizer nenhuma palavra. – O que você era da vítima?

– Melhor amiga. – respondeu simples.

– Como era a relação de vocês? E como se conheceram? – perguntava como se estivesse ordenando.

– Eu e Jihyo sempre nos demos bem. – começava a falar. – Nos conhecemos no primeiro ano do fundamental, então como as duas haviam saído do jardim de infância as duas tinham se mudado de escola e acabamos ficando na mesma sala. Era uma escola diferente em um bairro diferente, com pessoas diferentes, e eu estava com medo. Tenho a exata lembrança de estar na parte do fundamental I arrumando minhas coisas no armário que nós teríamos quando ela chegou e escolheu o armário do lado do meu. Começamos a conversar e viramos amigas de primeira. – dava uma pausa ao perceber um rastro de água quente se formando em seu rosto. – Dai em diante nos tornamos melhores amigas. No ano seguinte Mina também foi matriculada naquela escola e eu fiquei amiga dela também, não da mesma forma que Jihyo, mas éramos bem amigas. Lembro de passar a maioria dos finais de semana na casa dos Myou, cheguei até a fazer viagens com eles.

– Houve algum momento em que você sentiu que a amizade de vocês teve problemas?

– Creio que não. Sempre fomos muito abertas uma com a outra, eu a contava tudo, assim como ela me contava tudo, entre nós não havia segredos. – digo tentando me recordar. – Mas eu me lembro de algo estranho, sim. Estavamos no ensino médio, e Jihyo namorava um garoto chamado Daniel. Foi um tempo meio difícil, porque teve todo aquele problema da melhor amiga que se sente trocada pelo namorado, e eu sempre tive um carinho enorme por ela, mas eu nunca consegui entender essa admiração por ela. Então por isso eu comecei a fazer mais amizades, e foi quando eu me aproximei de Dahyun, viramos muito amigas e eu sentia estar nutrindo algum sentimento pela menina, e eu descobri isso pouco depois de Hyo e Daniel terminarem o relacionamento deles. Eu estava achando tudo muito estranho. Eu e Jihyo sempre fomos muito mais carinhosas entre nós do que com as outras meninas, mas depois que eles terminaram ela começou a ficar mais. Não que eu não gostasse, mas era diferente, ela nunca era assim. Depois de um tempo, contei para ela que estava gostando de Dahyun e logo ela diminuiu totalmente com os carinhos que tínhamos entre nós.

– A senhorita se importaria em me dizer quem é Dahyun? E o que sabe sobre ela? – questionou a delegada analisando as fichas.

– Kim Dahyun, é minha ex namorada. Ela foi a garota que eu me aproximei na época da escola, ficamos amigas e quando eu não estava com Jihyo, eu estava com ela. Sempre gostei de sua companhia. Lembro que Dahyun dizia que não gosta nem um pouco de Nayeon, Momo e Jihyo, o que eu sempre achei estranho afinal era normal não gostar delas no nosso colégio, por conta do time de vôlei, mas Dahyun sempre teve uma proximidade com Momo. – expliquei. – Acho que não tenho muito o que falar sobre ela, tipo, passávamos muito tempo juntas, mas ela não gostava de falar sobre a família ou vida pessoal, acho que seus pais eram separados e ela sofria uma série de jogos mentais, então nunca dei muita bola.

– Bem, onde estava no dia do acidente? Sei que foi quem a socorreu, mas preciso de detalhes. – questionou.

– No dia do acidente eu estava na cafeteria principal de Seul, a mais famosa que fica de frente ao shopping central. Eu e Jihyo havíamos marcado de sair como vinhamos fazendo à algumas semanas. Hyo que havia escolhido o lugar, porque amava os donuts de morango dali. – disse.

– Me conte mais sobre o dia do acidente, de preferência com detalhes. – pediu Jeong mexendo nas fichas.

– Como desejar. . .