04| Cecilia

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Falei que ia atualizar no domingo mas sofro de ansiedade crônica kkkkk espero que gostem desse capítulo 🖤

Falei que ia atualizar no domingo mas sofro de ansiedade crônica kkkkk espero que gostem desse capítulo 🖤

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Antes...

— Vocês ouviram? Vincent vai bombar em literatura... De novo... - Allison sorri enquanto guarda seus livros no armário. Quando Nico, o capitão da equipe de basquete, passa por nós, ela fica na pontinha dos pés, como se precisasse pegar algo no fundo de seu armário, fazendo com que sua saia da equipe de líderes de torcida suba um pouco mais.

  — Como se Nico nunca tivesse te visto nua... - Sussurro contra seu ouvido, o que faz com que minha própria saia levante um pouco, já que também tive que ficar na ponta dos pés para alcançar Allison.

  Um assobio chega até nós e sabemos que estamos chamando atenção. Mas mais do que isso, eu sei que eu estou chamando atenção do cara que Allison quer novamente... Nico tem tentando me levar para a cama desde o primeiro dia que fomos apresentados, na porra da festa que Allison deu em sua casa quando seus pais foram viajar. Nico tinha acabado de foder minha amiga quando veio para cima de mim mas então Vincent apareceu e todos recuaram. Todos sabiam sobre mim e Vincent. Eu era dele.

  — Vejo você mais tarde? - Voz profunda e dedos agarrando minha cintura por trás, fazendo meu corpo derreter contra seu toque. Esse era Vince... Desço da ponta dos pés e colo nossos corpos juntos, inclinando minha cabeça para trás em seu peito.

  — Sabe que sim. - Sorrio.

  — Minha casa... Mas vamos ter que mudar o horário...

  — Mudar? - Viro-me em seus braços e ficamos de frente um para o outro, eu tendo que inclinar minha cabeça para olhar em seus olhos.

  — Vou começar a ter aulas particulares com Grace Churchwell...

  — Grace Churchwell? Não é aquela garota que está na turma avançada? - Pergunto tentando lembrar o que sei sobre a garota. Sei que é inteligente, em um nível que eu nunca serei. Também sei que ela é minúscula, com cabelos escuros e olhos castanhos e uma pele extremamente branca... Pequena, fofa e inteligente.

  — Ela mesma.

  — E você está um ano atrasado... Então o que? Vai ter aulas com uma garota dois anos mais nova? Que humilhação - Sorrio. Os dedos em minha cintura se apertam e sobem um pouco mais perto das minhas costelas, o local exato onde Vincent sabe que sofro de cócegas terríveis. — Não se atreva, Vince! - Tarde demais, já estou me contorcendo em seus braços.

  — Quem está se humilhando no corredor da escola agora? - Vince pergunta contra meu ouvido, parando as cócegas e me sustentando em pé. O sinal toca e então precisamos seguir para nossas respectivas aulas...

  Quando vejo a garota de cabelos castanhos entrando na sala onde Vince terá aula, meu estômago se contorce por algum motivo... Tendo a mãe que tenho, eu cresci com todos os tipos de conselhos estranhos, mas um deles nunca saiu da minha cabeça e nunca fez tanto sentido como agora... Há garotas que são para foder, e garotas que são para casar... Minha mãe sempre me disse que eu fazia parte do primeiro grupo. Que eu tinha  um rosto bonito e o corto do demônio da lascívia, que eu seria como ela, usada... Quando Grace Churchwell passou por mim, eu soube que a pequena garota fazia parte do segundo grupo e eu tive medo...

  — Vejo você mais tarde. - Fico na ponta dos pés e sussurro contra o ouvido de Vincent... Eu gostaria de poder beija-lo mas esse não era nosso tipo de relacionamento... Vincent nunca me beijou e, nas poucas vezes em que eu me atrevi a fazê-lo, ele ficou tão nervoso que era como se eu tivesse passado alguma doença para ele... Depois de algumas tentativas e com meu coração cada vez mais quebrado a cada uma delas, eu nunca mais o beijei...

Dias atuais...

Quando entramos no carros, eu já esperava o silêncio absoluto. Vincent não me deu mais nenhum olhar desde que saímos da sala de reuniões. Também não me dirigiu nenhuma palavra. Ele também não parecia se lembrar de mim.
 
  Agora ele está sentado do outro lado do carro, logo atrás do banco do passageiro. Um homem que eu não conheço é quem nos leva e eu tento usar meu celular como uma distração.
  Entro no instagram e meus dedos coçam para procurar por Vincent nas redes sociais. Foram onze anos sem nos vermos, onze anos sem nenhuma atualização, como se nunca tivéssemos feito parte da vida um do outro, simplesmente nos afastamos...
Assim que Vincent me deixou, eu tentei não entrar em contato. Ele tinha feito sua escolha e eu não fui a escolhida. Vincent foi para a faculdade, fez uma vida e agora, onze anos depois, está sentado ao meu lado como se fossemos completos estranhos. Como se eu nunca tivesse sido importante para ele e, então a conclusão me atinge...

  Vince foi importante para mim, mas eu nunca fui importante para ele... 

  Engulo em seco e tento não deixar nenhuma lágrima rolar. Tínhamos feito promessas um para o outro. No dia em que nos conhecemos, no dia que percebemos que nossas vidas eram fodidas, que não estávamos sozinhos. Ele era meu bote salva vidas mas eu só fui mais um corpo. No final, nenhuma promessa foi cumprida. E então nunca mais nos vimos.

  Olho discretamente para as mãos dele, ainda segurando o celular, lendo um e-mail. Ele não usa aliança. Não se casou? Talvez tenha se casado mas acabou se divorciando. Ele tem filhos? Suspiro e desisto. Encostando minha cabeça na janela enquanto espero chegarmos ao aeroporto.

   Quando o carro para, o motorista pega minha bagagem e a de Vincent e as coloca em um carrinho de aeroporto, penso em tomar as rédias e guiar nossas bagagens até a área do check-in mas Vincent é mais rápido e logo assume o controle da bagagem.

  — Obrigada. - É um pequeno sussurro que deixo escapar. Ele apenas acena com a cabeça.

Ao invés de ir até os guichês de atendimento, vou até a opção online. Já estive em tantos aeroportos que aprendi a mexer na máquina que parece que todo mundo tenta evitar e por isso acabo não pegando fila nenhuma. Vincent vem logo atrás.

  Ao colocar meus dados na máquina, vejo que minha passagem foi alterada.

  — Tem algo errado.

  — O que está errado, Srta. Carter? - Vincent se inclina sobre mim para observar a tela à nossa frente e meu corpo instantaneamente me trai, querendo se inclinar para ficar mais próximo ao corpo dele.

  — M-Minha passagem foi alterada... Trocaram meu assento, estou na classe econômica agora. - Da última vez que eu vi, eu e Vincent estávamos lado a lado na classe executiva.

  — Ah sim... Eu alterei isso. As passagens estavam caras demais, um gasto desnecessário para a empresa, não acha?

  — É um vôo de vinte e nove horas até Taiwan, não se importa em ficar na classe econômica? - Pergunto. Eu conheci um Vincent diferente do homem executivo à minha frente, esse homem parece gostar dos luxos que conquistou nesses onze anos.

  — Eu me importo sim, por isso também alterei minha passagem e agora estou na primeira classe.  - Ele levanta a passagem em suas mãos como se tivesse um ponto para provar. — Eu posso pagar minha própria passagem.

  É nesse momento que eu percebo que ele sabe... Vincent sabe quem eu sou e parece que está disposto a tornar nossa viagem em um inferno para mim. 

 

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CRAWLING BACK TO YOUWhere stories live. Discover now