||2 Em busca de uma vida nova

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Ando pelas ruas da minha cidade natal, ainda com os olhos cheios de lágrimas pelo fim do meu relacionamento, por mais que Felipe não mereça uma lágrimas minha, não consigo me controlar, pois tudo o que ele falou não para de rodear os meus pensamen...

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Ando pelas ruas da minha cidade natal, ainda com os olhos cheios de lágrimas pelo fim do meu relacionamento, por mais que Felipe não mereça uma lágrimas minha, não consigo me controlar, pois tudo o que ele falou não para de rodear os meus pensamentos: feia, sem valor e podre, é isso que eu realmente sou.

A primeira coisa que preciso fazer é encontrar um lugar pra dormir e depois achar um emprego, pois eu só trabalhei no máximo fazendo unhas das minhas vizinhas e agora terei que ser independente de verdade pela primeira vez na vida, preciso de dinheiro para me sustentar, porque por mais que a a ideia de volta para a casa dos meus pais passe pela minha cabeça toda hora, não vou fazer isso de jeito nenhum.

Enquanto ainda caminho pelas ruas completamente atordoada, pensando o que fazer da minha vida, um senhorzinho que faz o mesmo com uma bíblia em baixo dos braços, para e dirigi a palavra a mim:

— Moça, você está bem? parece estar triste—pergunta o simpático idoso, ao perceber meus olhos inchados.

Até aquele momento as lágrimas tinham se cesado por alguns minutos, mas ele perguntar se eu estava bem me fez desabar novamente, só que agora na frente de um completo desconhecido.

— Não precisa chorar garota, ficará tudo bem, Deus está cuidando de você!— diz ele de forma simpática.

— Me desculpe senhor, mas não acredito que Deus ligue para mim, exatamente tudo na minha vida está dando errado— falo com os olhos encharcados ainda mais em lágrimas.

— Minha querida, talvez precise dar errado para que assim você enchergue o certo, você verá que Jesus fará uma obra linda em sua vida!— diz o velhinho com ternura, se despedindo e já indo embora, me deixando um pouco pensativa.

DEUS? A onde ele estava nos momentos que eu precisei? Ele me abandou e por isso não quero nem saber de sua existência, se é que ele realmente existe.

Seco violentamente as lágrimas que acabei deixando cair e tento esquecer de tudo, consentrando minha mente apenas no que vou fazer de agora em diante.

                               🌼🌼🌼

Alguns dias se passaram, eu achei um lugar minúsculo, mas barato, que pude pagar com o dinheiro que tinha guardado e hoje é mais um dia no qual irei em busca de emprego, já que até agora não achei nada.

Pego algumas moedas que tenho na minha bolsa e vou de ônibus ao centro, perguntando em todos os lugares se precisavam de funcionários para fazer algo. Entrego alguns currículos, faço entrevistas e recebo diversos "não estamos contratando", mas foi quando estava preste a ir pra casa vejo um panfleto em frente a um prédio de que precisam de funcionários, o que faz com que eu entre rapidamente e com que uma fagulha de esperança se acenda em meu coração.

Chego perguntando para a secretária sobre a vaga de emprego e descubro que é para ser secretaria de um advogado e que eles estavam fazendo entrevistas com algumas candidatas inclusive, o que me anima um pouco.

Depois de aguardar alguns momentos na recepção, meu nome é chamado e posso ir até o segundo andar no escritório do Dono daquilo tudo, o Sr.Vicente, bato na porta e ao ouvir um "entra" adentro aquele enorme escritório e dou de cara com um formoso homem com um cabelo ondulado loiro e os olhos azuis da cor do céu, sentado atrás de uma mesa que está a minha espera.

— Boa tarde Senhorita Helena, pode se sentar— diz o senhor, apontando para uma cadeira em frente a sua mesa.

Até então Vicente não tinha olhado para mim, pois estava concentrado em um papel em sua mão, mas assim que direciona o seu olhar a minha pessoa, tenho a surpresa ao reconhece-lo.

— Sr Vicente? O senhor lembra de mim? eu sou a filha mais nova do Luís e da Flora Fernandes, eu brincava com seu filho quando éramos crianças— falo ao lembrar do pai do meu antigo melhor amigo de infância que não havia mudado muita coisa desde a última vez que o vi.

— Helena que prazer reve-la, a quanto tempo né? Nem iria te reconhecer, você cresceu muito.

— Sim, então quer dizer que a filial de advocacia de vocês voltou a ser aqui em Minas?— pergunto ao me lembrar de que sua família havia se mudado para São Paulo á uns treze anos atrás.

— Pois é, assim conseguimos ficar mais perto da família e dos amigos, lembro de como você e o Davi sofreram ao ter que se separarem, vocês eram muito unidos, mas foi lá em São Paulo que a nossa empresa pode crescer— responde de forma educada.

— É, mas infelizmente muita coisa mudou desde que vocês foram embora daqui e eu também acabei perdendo o contato com o Davi— digo com pesar, já que nós realmente fomos inseparáveis na infância.

Depois disso voltamos a conversa sobre o assunto do emprego, mas uma batida soa na porta nos interrompendo um pouco e após ser autorizada, entra com toda sua elegância a famosa tia Alana, como eu a chamava na infância ou melhor dizendo a esposa de Vicente que me reconhece logo de cara, diferente de seu marido.

— Não acredito, lena? Que bom te ver, faz muito tempo que não tenho notícias suas, você está linda garota. O que você está fazendo aqui?— diz com sua total simpatia me fazendo sorrir.

— Oii, obrigada!Eu vim procurar um emprego, mas não sabia que essa empresa é de vocês— Respondo.

— Mudamos ela para esse edifício a pouco tempo—fala sorridente.

— Entendi, fico feliz com o sucesso de vocês!

— Amor o emprego não era para secretária do Davi? Eu acho que a Helena vai ser ótima e eles já até se conhecem, é bom ter alguém de confiança quando se trata do futuro ciou desse lugar— fala Alana, se dirigindo exclusivamente ao seu marido

— Por mim tudo bem, apesar de não ter muita esperiencia, seu currículo é excelente Helena, esse curso de idiomas ajuda muito, o que você acha?—pergunta Vicente a mim.

— Trabalhar para o Davi? Claro, eu realmente preciso desse emprego, então tudo bem—falo depois de pensar um pouco.

— Você está contratada então, passa no RH lá em cima e já pode começar o trabalho depois de amanhã— diz o Sr. Vicente, estendendo sua mão em minha direção, enquanto Lana dá pulinhos de felicidade, pela minha decisão.

Quase não consigo acreditar na coincidência, depois de anos sem notícia do meu melhor amigo de infância e de sua família, eu acabo entrando em seu prédio de advocacia, os reencontro e agora vou trabalhar como secretaria de Davi.

— Helena, antes de você ir embora queria te fazer um convite, o que você acha de ir jantar lá em casa amanhã? O Davi ficaria feliz de te ver de novo—fala Alana, quebrando o silêncio que se estendeu brevemente.

— Tudo bem, combinado! Tem muita coisa acontecendo na minha vida, preciso mesmo me distrair de tudo isso e reencontrar um antigo amigo pode ser bom—digo bem animada.

— Que bom querida. Pego seu número no Rh e já te passo o endereço!—diz ainda contente.

— Pode deixar, que horas seria senhora?—falo

– Não precisa de formalidade, pode me chamar de Alana mesmo querida.

— Tá bom, que horário é melhor?— pergunto enquanto já caminho para fora do escritório.

— Te esperamos amanhã às 20:00, tudo bem?

Apenas concordo com um aceno de cabeça e saio do escritório, indo em direção ao lugar descrito por Vicente para acertar tudo. Agora oficialmente começou a minha nova vida!

Conhecendo o amor verdadeiroWhere stories live. Discover now