Nas alturas || Parte I

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Eu estava louca para tentar algo diferente, e por essa razão aceitei a proposta de Bea. Mas eu nunca imaginei que eu fosse tão sedentária ou fresca.

Era a minha primeira experiência com trilhas e acampamentos, e eu só podia ser louca em ter aceitado subir uma montanha, ou monte. Nem sei ao certo como se chama!

Só sei que estamos a horas andando e andando, subindo e subindo, e nunca chegamos nesse pico. Eu me sentia acabada, sem fôlego e não estávamos nem na metade. Se já não tivéssemos subido tanto, e eu soubesse voltar sozinha, eu juro que desistiria.

É uma aventura demais para mim, muito bichos, muitas escaladas e uma comida péssima. Sem falar das mudanças de temperatura, estava um sol e calor insuportável, mas agora já beirando as 16h da tarde, começou a esfriar absurdamente. O pior é que o tempo está se fechando e possivelmente vai chover.

- A primeira vez é sempre difícil, mas depois você pega o jeito. - disse Lorenzo.

Eu sorri constrangida, aceitando a água que ele me ofereceu.

Eu o conheci aqui, é um dos amigos de Bea. Além dele e de Bea, está Pedro, que é namorado dela, e mais dois caras e uma garota.

É um grupo consideravelmente grande, eles disseram. Quem costuma fazer essa trilha é Pedro e Lorenzo, e particularmente esse segundo é muito bonito e gentil.

Ele percebeu que era minha primeira vez e que sou atrapalhada, por isso está sempre muito prestativo e atencioso. Já me impediu de levar várias quedas e escorregões, sempre segura em minhas mãos quando temos que subir em alguma rocha e, devo ressaltar que ele tem mãos firmes sempre que pega nos meus quadris.

Espero que ele não pense que faço de propósito. Está realmente sendo difícil para mim, mas não quero que ele pense que estou jogando charme. Não sou assim.

- Vamos ficar aqui - diz Pedro. - acho que já estão todos cansados e aqui não é tão exposto.

- Verdade, é um bom solo. - Lorenzo diz avaliando o chão. - e esse bloco de pedras vai ser útil caso chova.

- Por quê? - pergunto curiosa.

- Pode servir como barreira contra o vento. - ele sorriu. - não queremos barracas voando por aí.

Claro que não.

Bea começou a preparar comidas para todos enquanto os meninos armaram a barraca. As comidas sempre tinham que ser práticas, por isso trouxemos frutas secas, muitos biscoitos, pastas de amendoim entre outras coisas. Naquele momento Bea preparava um sanduíche com pasta de frango e salada.

Surpreendentemente eles tinham um pequeno forno a gás para esquentar as coisas.

Como muito feliz, estava morta de fome e enquanto comia observava Pedro e Lorenzo terminar de montar a minha barraca.

Mas a cara de Lorenzo não parecia muito agradável, na verdade, parecia preocupado.

- Algum problema? - digo ao me aproximar. - eu posso ajudar, vocês não precisam fazer tudo.

- De boa, o problema é outro. - ele me olha preocupado. - sua barraca não aguenta chuva pesada.

- Ah...

Olho para o tempo, as nuvens cada vez mais cinzas e me sobe uma raiva, o cara que me vendeu tinha garantido que aguentava.

- Devia ter me chamado. - diz Pedro. - eu teria ajudado na escolha, mas não precisa se preocupar. Se chover muito podemos fazer uma troca. A barraca de Lorenzo é a maior, cabem quatro pessoas. Um dos quartos está ele sozinho e eu posso dormir com ele e você fica na minha com Bea.

Très excité - Contos EróticosWhere stories live. Discover now