The Flower Guy | Parte II

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Ele não apareceu por longos dias e eu nem sabia a razão porque o havia expulsado do escritório. Às ligações ele não atendia e nem as mensagens respondia. 

Curiosamente eu me sentia como se eu fosse a funcionária, pois todo o cronograma que ele montou de cuidados com o jardim, me tomava muito tempo, mas eu fazia apenas por Aisha que está tão contente com isso. 

Mas eu tinha a leve impressão que ele deveria me achar uma tonta, pois era um cronograma muito bem montado e didático, como se estivesse a dizer para uma criança detalhe por detalhe o que devia fazer. 

— O tio Nicolas não vai vir mais? 

— Não sei querida. – sorri para ela enquanto retirava algumas folhas secas de uma das roseiras. 

— Sinto falta dele.

— Sente? – fiquei curiosa por sua colocação, mesmo que antes de seu sumiço ele tenha trabalhado por longas semanas. 

— Sim, ele me lembra o papai. –  seu olhar tristonho me fez suspirar. – eu gostava de cuidar das plantas com o papai, e ele também me deixa ajudar. 

— E comigo, você gosta?

— Sim – ela sorria forçadamente, me fazendo rir mesmo que me fizesse sentir uma péssima mãe. – mas é diferente, a senhora não me ensina nada. Os dois gostam de ficar falando sobre as plantas, como cuidar e até curiosidades, a senhora não acreditaria em tanta coisa e variedade que há. 

— Que bom… mas quando prendeu esse linguajar todo? 

— Eu sei muitas coisas… eu fiquei feliz que a senhora o chamou. – eu a observava enquanto pegava algumas rosas para si. – a estufa e o jardim do papai estavam tão feias e, e... é normal eu me esquecer dele?

— Como assim querida?

— É que às vezes eu… – seus olhos lacrimejaram e eu logo a puxei para meus braços. – antes eu sempre lembrava dele e sonhava com ele. Mas agora nada. Eu sempre tenho de olhar a fotografia dele para lembrar de seu rosto. Mas quando Nicolas chegou e me deixou ajudar no jardim, eu lembrei! Lembrei como a gente brincava e como aqui era cheio de cores e plantas, mas agora Nicolas não veio mais. 

— Ah querida, eu não sabia que gostava tanto do jardim. – eu enxuguei suas lágrimas. – e não se preocupe, as vezes a gente esquece um pouco a fisionomia, mas você sempre terá ele com você, você se parece tanto com ele e sempre que quero me lembrar dele eu olho para você. 

— Sério?

— Sim, e não fique triste querida. Eu lhe garanto que você nunca vai esquecer seu pai, tudo bem?

Ela afirmou passando seus braços curtos em torno de meu pescoço.

Só desfiz nosso abraço quando ela se acalmou, e fiquei surpresa ao me deparar com Nicolas que nos observava. 

Aisha logo correu até ele o abraçando forte. 

— Você voltou!!

— Claro que voltei, ainda há muito trabalho para fazer aqui. 

— Olha só, as rosas estão lindas!! Eu cuidei direitinho do jeitinho que você disse. E até ensinei a mamãe!

— Sério? – ele sorri empolgado. – então talvez não precise mais de mim.

Ela fez um bico tristonho que nos fez rir.

— Pode ficar tranquila, que ainda há muitas coisas para fazermos. Mas agora será que posso ter uma conversinha com sua mãe?

A forma que ele é com crianças é quase como se tornasse outra pessoa. 

— Tá bom, já entendi que é para os deixar sozinhos. 

Très excité - Contos EróticosOnde histórias criam vida. Descubra agora