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Reinador de nada

Segundos, minutos, milênios,
O governador de tudo não para seus ponteiros,
Um dia inteiro, um mês,
O exagero, se perde,
O brilho nos olhos desbota a cada passo,
Seu descompasso o consome,
Fruto do homem,
Filho da loucura,
Fissura-se no mínimo,
Que absurdo.
Os habitantes da vida o ignoram,
Como planejado,
Sente-se agoniado,
Sem nexo,
Reflexo, do vazio,
Em dias frios,
Ele chora,
Mas seu sorriso aflora,
Sente-se um tirano,
Reina entre a estupidez da vida,
Em seu pequeno país isolado.
Sem nenhum súdito, além das camadas de si mesmo.
Um percevejo o faz atirar sua coroa contra a parede,
Ela volta e colide com seu nariz,
O sangue o retorna a sanidade,
Vê-se em uma cadeira desgastada,
Com uma blusa desbotada,
E um sorriso mal feito.
E assim segue seu reinado,
Sobre a sua perfeita nulidade.

Poeta: Lucas Denom

ALAMEDA DOS POETAS - VOLUME 3 (Concluído)☑️Where stories live. Discover now