Caixa de madeira
Um frio vai despertando
As três da manhã onde
Ninguém tá olhando
As engrenagens da
Roda vão se movimentarUm rio de mágoas e dor
Aos poucos vai pingando
Do quase seco fio
Dilacerando.Parece não ter fim
Essa coisa grudada aqui
Descendo aos poucos
Sem pressa pra parar
Enquanto ainda está quente
Enquanto ainda é gente
Deixa ela ficarDeixa a chuva a molhar
Deixa o fogo queimar
Deixa o vento levar
O conteúdo da caixa
De madeira que
Precisa descansarAos poucos eles vão andando
Como um comboio desordenado
Que tanto queria chorarIncenso queimando
Rosas desgastando
A cor e brilho no altarNem sei se estou acompanhando
Ou se estava aqui antes deles
Chegar
Essa multidão vou integrar
A roda está girando
Todas as peças vão se encaixar
Fogo em um recinto vai se alastrando
Gritos eufóricos se calando
Às três da manhã onde ninguém
Vai escutarE a multidão segue carregando
Na chuva se molhando
O rosto queimando
Com medo do despertarE a chuva segue molhando
O conteúdo da caixa de madeira
Que vai se revelar.Deixa a chuva molhar
Deixa o fogo queimar
Deixa o vento levar
O conteúdo da caixa
De madeira que
Precisa descansarPoetisa: Mary Cast
BINABASA MO ANG
ALAMEDA DOS POETAS - VOLUME 3 (Concluído)☑️
PoetryVenha se aventurar mais uma vez ou à primeira experiência. Eternos em palavras - dessa forma permanecem os poetas que visam sempre emocionar, passar uma mensagem, consolar, fazer a magia com a arte de versifiicar, porque literatura também é arte e...