Prólogo!

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Steve ergue-se do sofá ao escutar o alto choro de um dos bebes vindo do quarto, sua cabeça estava a doer após tantos dias privados de sono desde que eles nasceram, e pela primeira vez ele não caminha em direção ao som, afasta-se na verdade escondendo-se na escada de incêndio ao sair pela janela do apartamento, enquanto mira o seu escuro e escasso de estrelas naquela noite.

Ainda era possível ouvir o choro vindo de dentro do apartamento, ele queria poder abafar aquilo, mas não estava longe suficiente e nem poderia ir para longe naquele momento.

- Da para ouvir o choro no corredor. - Carol exclama ao entrar no apartamento com sacolas da farmácia com fraldas e latas de leite.

- Eu não sei mais o que fazer, sinceramente não sei.

Ele responde e mira a figura loira que larga tudo na bancada da cozinha e corre para a janela a sentar na mesma, e a escuta suspirar.

- Ninguém disse que seria fácil Steve. - ela exclama e sua voz é calma, Steve sorri em escárnio, pois de fato não falaram que seria fácil, porem também não contaram que seria tão difícil a ponto de doer fisicamente.

- E se estiverem a sentir falta dela?

- Seria compreensivo, foram quase nove meses na barriga dela. - Carol responde obvia e sorri levemente.

- Não é justo, ela que foi embora.
Ele exclama irritado enquanto aperta a grade de proteção da área de incêndio, olhando para o céu escuro numa tentativa de conter as lágrimas que se formavam em seus olhos.

- Eles não os únicos que sentem falta dela, não é mesmo? - ela o questiona e sua voz segue controlada e baixa, temia a reação dele ao questionar se ainda sentia falta da amada, e o escuta suspirar profundamente.

- Esta tudo bem Steve, esta tudo bem em sentir falta dela.

- Não, não esta nada bem porra.

Ele responde irritado e a mira seriamente, olhando em direção ao apartamento e afasta-se a descer pelas escadas de incêndio, ignorando a irmã que questionava onde ele estava a ir, sabia que Carol daria um jeito de calar a pessoinha a chorar no quarto, ele precisava afastar-se dali. Recusava-se a sentir a falta dela, dera a ela tempo suficiente para arrepender-se pelo abandono sem sentido, e ela não voltou, então ele recusava-se a seguir sentindo falta de alguém que não teve o mínimo de sentimento por ele na hora de ir embora, não houve uma mínima explicação para sumir dessa forma, decidira que não iria mais sentir falta de alguém que fora embora da sua vida sem explicação ou um aviso, fora uma pessoa extremamente mesquinha deixando-o para trás com dois bebes na UTI de um hospital lutando pela vida.

Ele caminha entre os becos, sentindo os respingos de chuva sobre ele enquanto afasta-se de seu pequeno apartamento, na intenção de deixar todo o caos de sua vida para trás, mesmo que por um breve momento, ele não queria ser o pai que fora abandonado com dois bebês ainda na UTI de um hospital, e que não fazia idéia do que havia feito de errado para a ex-parceira fazer isso.

Nas ultimas três semanas ele havia questionado tantas coisas em sua vida, perguntava-se se os últimos dois anos com Natasha foram verdadeiros como um dia acreditou, questionara se havia realmente conhecido verdadeiramente, ou se apenas amava a versão dela que havia imaginado conhecer, questionara se um dia ela havia o amado como dissera tantas vezes, e o motivo de ter ido embora da forma que foi, sem aviso e sem explicações, ela nem olhara no rosto dos filhos que um dia junto a ele havia desejado tanto conhecer.

- Maldita hora que cruzei com você, maldita daquela hora.

Ele fala sozinho enquanto segue a caminhar, desviando das pessoas na calçada aquela hora da noite, e vira mais uma esquina ele já nem ouvia nada além do barulho de carros e de um bar aberto onde havia pessoas na frente a beber e fumar. Queria poder fazer a mesma coisa que ela, mas não havia essa opção para ele, não poderia agir da mesma forma que ela agira, e deixar seus bebes sozinhos e sem cuidados ou carinho, não era capaz disso, eles eram sua responsabilidade e ele não tinha escolha além de assumir.

Broken - Romanogers 🔞Where stories live. Discover now