Capítulo 1

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Najwa POV'S

_Onde estão minhas chaves? Questionei para mim mesma enquanto andava pelo quarto procurando onde eu as havia colocado.

Estava atrasada para assinar o contrato do meu novo trabalho e para variar não sabia aonde havia deixado o chaveiro. Procurei por mais alguns minutos resolvendo sair dali e ir procurá-las na cozinha. Peguei minha bolsa e um cigarro que estava em cima da mesa de cabeceira o acendendo e seguindo até a mesma enquanto o tragava.

Eu já estava irritada com uma situação específica e agora isso, iria começar a gravar um novo reality da Netflix. Observei as coisas que estavam em cima da mesa e balancei a cabeça negativamente ao notar que as chaves não estavam ali. Apaguei meu cigarro no cinzeiro e caminhei em rumo a sala, talvez eu a tenha deixado na mesinha ao lado da porta  como sempre deveria estar se eu não esquecer de colocá-las

Novamente em vão, em pensamento eu já tinha me xingado até minha 3ª geração. Precisava estar no escritório da Netflix as 3:00 p.m. Respirei fundo contando até dez para não arruinar meu dia todo por conta do estresse. Eu já andava assim desde um longo tempo. Digamos que 1 ano, desde o fim das gravações de vis a vis e da minha briga com Maggie por causa de Remy. Suspirei e me despertei de meus pensamentos ao ouvir um pequeno ruído vindo da cozinha, um ruído bem conhecido aliás e que inclusive eu estava procurando.

Caminhei lentamente até o cômodo e sorri ao notar que Bala se encontrava em baixo da mesa com o que tanto procurava sendo roído entre as patas.

_Bala, não! Retruquei me abaixando e retirando o objeto dela que me olhava.

Bala era uma boa cadela, mas sempre quando percebia que eu sairia de casa  aprontava alguma desde urinar no carpete ou até mesmo destruir o sofá. Me abaixei e afaguei sua cabeça enquanto via a mesma se levantar animada fazendo com que eu também me erguesse e o animal pulasse em mim.

_Preciso ir, garota. Logo estou em casa. Proferi enquanto esfregava atrás de suas orelhas. _Boa menina! Falei ao ver a mesma descer e caminhar rumo aos quartos.

Enxuguei a baba que Bala havia deixado no controle do carro e caminhei em direção a porta.

_Estou indo, me mande uma mensagem quando chegar lá. Gritei para Théo que estava em seu quarto e por fim acabou me respondendo via whatsapp.

Me aproximei do carro torcendo para que o mesmo se abrisse e que Bala não tivesse estragado o sensor da chave. Já que o carro abria e ligava automaticamente por ele. Agradeci mentalmente por ver que estava tudo bem adentrando o mesmo dando partida. Olhei as horas no painel enquanto dirigia rumo ao centro de Madri 2:55 p.m. Murmurei um palavrão ao notar que eu chegaria no máximo umas 3:45 p.m já que eu morava um pouco distante.

Peguei meu celular enviando uma mensagem para o diretor avisando que eu me atrasaria e que estava a caminho. Minha cabeça parecia que iria explodir com tudo que estava acontecendo, retirei minha mão direita do volante e a levei até minha bolsa sacando meu maço de cigarros retirando um e o levando até meus lábios, peguei meu isqueiro o acendendo.

A cada trago que eu dava no mesmo, era um alívio que eu sentia se esvair dentro de mim junto com a fumaça que se dissipava no ar.

Meu dia não estava indo bem e o motivo disso tudo era a cara de pau de uma certa pessoa. Ela ficou um ano sem falar comigo, me ignorou por um ano por causa de um idiota qualquer e magicamente as 4:30 da manhã de hoje meu celular resolveu tocar sem parar me despertando. Por um momento pensei que estava sonhando, mas me enganei ao focar meu olhar no visor e ver o nome. Maggie,  magicamente ela deve ter encontrado meu número na madrugada e resolveu me ligar 10 vezes. Não atendi, coloquei o telefone no silencioso e tentei voltar a dormir o que não funcionou.

Liguei o som do carro em uma rádio qualquer enquanto seguia dirigindo até o escritório da Netflix. Meu celular começou a tocar incansávelmente dentro da bolsa fazendo com que eu o pegasse bufando ao ver novamente o nome no visor, joguei ele dentro da bolsa novamente e persegui prestando atenção na estrada agradecendo mentalmente por ele dessa vez ter parado de tocar.

O que ela queria? Ela teve várias oportunidades para falar comigo, na própria Netflix mesmo, já que ela ainda assina contratos com eles também e não o fez. Eu não sou do tipo que fica lambendo ou correndo atrás, se ela preferiu acatar o que Remy disse, problema dela.

Quando eu estava com Alejandro, nunca me afastei dela por causa dele e olha que ele vivia me pedindo isso. Ainda mais eu que sou dona de mim e ninguém, absolutamente ninguém tem a autorização para sequer pensar em mandar em mim.

Dirigi por mais alguns minutos até estacionar meu carro em frente a empresa. Peguei minha bolsa descendo dele. Ajeitei ela em meu ombro após pegar meu celular em mãos, coloquei meus óculos de sol e caminhei tranquilamente até a porta de entrada enquanto mantinha meu olhar fixado na tela do telefone enquanto respondia uma mensagem de Théo. Derrubo o mesmo ao ouvir uma voz familiar vindo atrás de mim.

_Precisamos conversar. Ela pronunciou enquanto eu abaixava rapidamente para pegar o aparelho me virando para trás após me levantar.

E lá estava ela parada em minha frente, a mulher que eu estava evitando o dia todo estava parada feito uma estátua, mencionei dar as costas e continuar andando a deixando ali parada mas parei novamente ao sentir sua mão quente segurar delicadamente meu braço evitando que eu continuasse com o ato.

_Najwa, realmente precisamos conversar. Enfim pronunciou novamente fazendo com que eu parasse e a olhasse fundo nos olhos.

Os mesmos olhos nos quais eu desejei não ver nunca mais há um bom tempo.

_Ok, têm 10 minutos. Assenti, após bufar, eu realmente estava disposta a escutar o que ela tinha para falar após esses um ano de desprezo vindo da parte dela.






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