CAPÍTULO XII

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— Caso precisem de mim é só ligar no meu ramal. — Dizendo isso decidi me dirigir até meu escritório.

Assim que sentei em minha cadeira, o telefone tocou, olhei no visor e vi que era da recepção.

— Sim? — Atendi já pensando que era a Andy.

— Senhor Caleb, sua pasta ficou aqui em cima do balcão. Quer que eu leve para o senhor? — Revirei os olhos ao notar a tentativa falha da Valentina em soar sexy.

— Pode trazer na minha sala. — Desliguei em seguida e aguardei ela entrar.

O que ocorreu em menos de 5 minutos após a ligação.

— Com licença senhor. — Ela adentrou a sala, o barulho do salto dela contra o assoalho ressoava pela sala.

Mesmo não me envolvendo com minhas funcionárias, nada me impedia de aprecia-las e Valentina realmente era muito bonita. Tinha os cabelos um pouco a cima dos ombros, castanho claro, seus olhos eram castanhos esverdeados e mesmo tentando não reparar, o vermelho escarlate de seu batom em seus lábios volumosos, me chamou a atenção.

— Pode deixar em cima da mesa, obrigada. — Cruzei as mãos e apoiei-as na mesa.

Ela sorriu, mordendo o lábio inferior em seguida, se inclinando mais do que o necessário ao colocar a pasta sob a mesa, deixando a renda vermelha do seu sutiã aparecer, junto com boa parte de seus seios.

Mordi a bochecha para evitar a risada, aquilo já estava ficando constrangedor para ela.

— Sabe... — Ela deslizou os dedos pela madeira da mesa, sua voz era quase um miado. — Poderíamos sair qualquer dia para um bar, nos conhecermos um pouco mais.

— Não, obrigado. — Tentei soar educado.

— Poxa... — Ela fez bico e não consegui evitar o revirar dos olhos para aquela cena. — Um drink não mata ninguém. Não vem dizer que você não bebe com seus funcionários, porque sei que é mentira.

Ela andou perguntando sobre mim por aí e isso acabou por me irritar.

— O que eu faço depois do meu expediente não diz respeito a você. — Apoiei o queixo no dorso das mãos, apoiando os cotovelos na mesa. — E se por acaso esteja falando da Andy, ela é minha amiga, conquistou esse direito sem precisar de muito esforço.

Ela entreabriu a boca e logo voltou a fecha-la, esboçando um meio sorriso.

— Posso ser sua amiga também. — Dava para sentir o dúbio sentido em suas palavras.

— Tentei ser educado com você, mas vejo que não vai adiantar. — Me inclinei em direção a mesa. — Então serei direto! Não me envolvo sexualmente com ninguém da empresa, aqui vocês são meus funcionários e nada além disso. Sim, saio com a Andy porque ela é minha amiga e deixou explicito seu interesse por mulheres, o que faz com que nossa relação seja somente o que é, fora isso, ela é tão profissional quanto eu por aqui. — O sorriso já não estava em seus lábios, que agora eram uma linha fina. — O que pelo visto não é o seu caso e já te adianto te contratei pelo seu currículo, não pela sua beleza ou o que tem entre as pernas, até porque isso para mim não faz a menor diferença. Aqui dentro o que importa é a sua competência e não a forma que usa os peitos ou, qualquer orifício seu. — Apontei para a porta. — Agora, se não se importa, peço que se retire.

Pela forma que ela serrava os punhos era perceptível sua ira, principalmente pelo tom avermelhado que subia do pescoço até o rosto.

Preferi não dar mais palco para ela e me virei de costa, apreciando a vista da cidade, só voltando a me virar quando ouvi a porta batendo com força.

Cicatrizes e Demônios  |  Livro 2 [SEM REVISÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora