Core poupée, a Garota do Cabelo de Boneca( +18)

12- Miss assassina

Uma hora depois...

- Quando eu penso que estou prestes a prender esse assassino... Não faz sentido algum... Os mortos não invadem quartos de pessoas, não matam jovens, nem deixam pegadas. Como o cabelo dessa miss foi parar no quarto da Milena? Mortos há tanto tempo não teriam folículos que permitiriam um exame de DNA, teriam?

Core fez uma expressão de quem não tinha ideia.

- Como eu não sei nada sobre essa miss?

- Claro que sabe, Poncho, você apenas não se lembra. Louise Durand era a Miss Nancy e ganhou facilmente o concurso de Miss França; todos estavam certos de que ela venceria o Miss Universo, mas no dia ela apareceu com o cabelo cortado estilo Chanel, na altura do queixo, e o cabelo longo era sua marca registrada. Louise não ganhou o concurso, e meses depois algumas das misses que competiram com ela começaram a aparecer mortas. Quando descobriram que era Louise quem estava matando as misses...

- Usaram uma das misses como isca e mataram Louise.

- Exatamente, eu sabia que você lembraria de algo. Na época, não se falava de outra coisa - Core falou para o namorado enquanto os dois conversavam sentados no sofá.

- Mas se o próprio Capitão Lohan a matou, por que a finada está passeando pelas ruas de Juvisy? - Poncho jogou a cabeça para trás e apoiou-a no encosto do sofá.

- Fantasmas não deixam pegadas, certo? - Core fez uma pergunta retórica.

- Nem pegadas nem cabelo. O Capitão confiava na minha teoria para desvendar o caso, mas agora eu não faço ideia de onde se encaixa uma miss nessa história. Poncho bocejou e quando abriu os olhos, falou:

- Desculpa, eu estou esse tempo todo falando de mim e dos meus problemas, e nem te perguntei como você está?

- Não estou muito bem. Acordei às cinco da manhã com várias mensagens no meu celular, e olha o que era?

Core mostrou para o namorado algumas fotos no celular dela, enviadas por Milena. Nas fotos, Poncho supostamente beijava Milena vestida apenas com roupas íntimas.

- Linda, não é nada do que você está pensando. Milena fingiu que invadiram o quarto dela, e quando subi para ajudá-la, ela fez isso. Eu nem sabia que ela estava fotografando ou filmando.

- É exatamente o que eu estava pensando, Poncho. Ser contrariada é a coisa que Milena mais odeia, e nós dois fizemos isso quando decidimos namorar. Ah, e não foi só isso; olhei pela minha janela e vi o portão de casa aberto. Pensei que você poderia ter chegado e esquecido o portão aberto, fui fechar para o Auau não fugir, e quando cheguei na varanda, o Auau estava morto, com o pescoço cheio de sangue. Coitado, minha mãe falou que ouviu ele latir, mas como havia tomado remédio para dormir... Não sei por que o portão estava totalmente aberto, mas geralmente não temos o costume de trancá-lo com chave. Não sei como não ouvi nada.

- Certamente, ele viu o portão aberto e deve ter saído, e algum cachorro de rua o mordeu. Poxa, eu gostava muito dele. E o que você fez com o corpo? - Poncho falou, parecendo realmente triste.

- O que eu poderia fazer? Enterrei-o no quintal - a jovem falou com pesar.

- Linda, preciso fazer algumas pesquisas. Me empresta seu notebook, pois minha vista está muito cansada para fazer pesquisas no celular - Poncho falou bocejando, enquanto foi até a cozinha pegar um café.