4 -Zombaria

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Core se pegava várias vezes por dia pensando como podem existir pessoas tão ruins ao ponto de caçoar de uma pessoa doente.

A jovem não gostava do comportamento de Milena e suas amigas, porém não tinha coragem de enfrentá-las. Core dizia sempre:
- Deus está on, Ele está vendo tudo que elas estão aprontando.

A garota constantemente tinha que fazer o caminho mais longo para certos lugares para não passar na frente da casa de alguma das garotas que a atormentavam ou em algum lugar que sabia que elas estavam. Porém, um dia teve que ir à farmácia e encontrou Duda e Lara. Quando se deu conta de que eram as amigas de Milena no balcão, Core tentou sair da farmácia sem ser notada, mas Duda, olhando para a porta que fez barulho ao abrir, falou:

- Olha, Lara, é a Core Poupée.

- Olha, é mesmo. Olá, Poupée - A morena falou tirando uma foto rápida e mandando para Milena. - Estou avisando a Milena que nossa bonequinha favorita está aqui. Veio comprar filtro solar para a careca? Ou shampoo para cabelos sedosos - Perguntou Lara com sarcasmo.

- Deixa de ser burra, Lara, é claro que ela veio comprar algo que ajude a nascer cabelo, para ver se sua cabeça deixa de parecer como uma bola de boliche. - Nesse momento, o farmacêutico voltou ao balcão com uma pequena sacola em sua mão quando Duda o perguntou:

- Senhor Martin, tem algum remédio que faça nascer cabelo? Se tiver, de dois à Core Poupée que eu pago, é que ela está realmente precisando.

O farmacêutico olhou para Core com pena, e a jovem saiu correndo da farmácia.

A garota correu até chegar em sua casa, onde entrou chorando alto, já que sabia que estava sozinha, pois seus pais estavam trabalhando.

Core, puxando a grande peruca loira que usava, a jogou no chão da sala e subiu as escadas para seu quarto, ainda tentando tirar a fita adesiva de perucas colada em sua cabeça.

A jovem chorou até não ter mais lágrimas. A garota foi tomar um demorado banho na esperança de que a água lavasse toda a sujeira de sua alma, pois Core se sentia imunda, pois em sua mente desejou mal para as garotas que caçoaram dela. A jovem colocou sua nova peruca, se olhou no espelho e gostou do que viu. Core sorriu olhando no espelho e disse:
- O que é dela está guardado. - Então, colocou seu pijama e foi dormir.

A jovem acordou no outro dia bem cedo com o toque do seu celular cantando: "Joli bébé m'adoucit, j'te donnerai mon cœur sans soucis (J'te l'donnerai de toute façon, il n'y a que toi dans mes pensées)." Core não precisava olhar para a tela do celular para saber que era Poncho, afinal, ele mesmo colocou essa música como toque de suas ligações.

- Oi, Poncho, aconteceu alguma coisa para me acordar tão cedo? - A garota perguntou mais dormindo que acordada.

- Lara Petit foi assassinada, segundo a mãe dela cortaram a garganta da garota, eu ainda não cheguei no local, a senhora Nicole Petit ligou para meu telefone pessoal e estou indo para lá, já pedi reforço. Tome cuidado, o assassino pode estar por perto, ela mora apenas 5 quadras da sua casa. - Poncho desligou o celular depois de alguém começar a falar com ele pelo rádio.

Core, sabendo que àquela hora já estava sozinha em casa, correu para trancar as portas e janelas por precaução, enquanto duas lágrimas rolavam de seu olho direito.

- Sim, ela não era uma boa pessoa, mas não desejo uma coisa dessas nem para minha pior inimiga... - Core parou no meio da frase quando se lembrou que desejou sim o mal de Lara depois de tudo que ela fez na farmácia; a garota secou as lágrimas e decidiu comer alguma coisa.

A jovem aumentou o som da televisão para ver se passava algo sobre o assassinato, enquanto foi fazer seu cappuccino. Esquentou o leite, colocou 3 colheres de café de cappuccino, 4 pastilhas de adoçante e bateu tudo no liquidificador, mas desligou o mesmo às pressas quando viu a tela da TV da cozinha parar de passar desenho animado para passar o noticiário que dizia:

Core poupée, a Garota do Cabelo de Boneca( +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora