Capítulo III

1.7K 126 3
                                    

By Grace

[...] Tudo estava devagar, e eu paralizada, passos pesados invadiam meus ouvidos e...

X: Grace Romany, quanto tempo esperei para te conhecer, eras, se passaram eras. Filha dos céus, será que você é mesmo a escolhida?

Aquela voz me fez estremecer, ela era grossa e rouca, e estranhamente antiga.

Finalmente tomei coragem e olhei para trás, la sentando em uma cadeira um homem de, aparentemente, 21 anos.

Ele usava uma espécie de coroa negra e também segurava um bastão com uma ampulheta nas mãos, seus olhos negros me analizavam como se eu não passase de uma inútil mortal.

Lentamente ele se levantou e veio em minha direção, senti minhas mãos suarem e tremerem quando ele se aproximou de meu ouvido e sussurrou:
X: Eu aposto que não, mas adoro jogos, e também gosto de vencer.

E num piscar de olhos ele sumiu, tudo voltou ao normal e eu tremia.

Clare: Grace? Você esta bem?

Grace: Vamos embora- eu disse num sussurro.

Clare: O que? Agora?

Grace: Eu disse vamos embora.

Sem mais nenhuma pergunta Clare jogou algumas moedas no balcão e fomos embora.

Passamos por todo caminho em silêncio e assim se manteve até o palacio de Deméter, que por acaso nos esperava na porta, furiosa.

Deméter: ONDE AS DUAS ESTAVAM? VOCÊS SABEM QUE JA PASSA DAS 4 DA MANHÃ? NO QUE TÁRTAROS VOCÊS ESTAVAM PENSANDO? VOCÊ- disse apontando pra mim- Pra dentro AGORA-disse entredentes.

Sabe, poucas vezes na minha vida eu pensei na morte, mas naquele momento eu rezei por ela.

Deméter: Você faz idéia de o quanto la fora é perigoso? Você poderia ter sido devorada por um monstro ou algo pior.

Bem, sinceramente eu não sei o que poderia ser pior do que ser devorada por um monstro, mas a aquela altura da situação eu preferi deixar quieto.

Deméter: Precisamos conversar, mas antes va dormir, amanhã será um longo dia- Ela disse massageando as temporas.

E segui para o meu quarto, mas aquela cena não saia da minha mente, quem era aquele homem e do que ele estava falando?

Esses pensamentos me assombraram durante muito tempo até que eu adormeçi.

*Ao levantar percebo que estou em um lugar diferente, não lembro de sair, mas tudo parecia tão familiar.

Me levantei de uma cama exageradamente grande, seus lençóis eram pretos, um tipo de tecido negro tranparente descia to topo da mesma e caia aos lados.

Quando me levantei a lareira se acendeu em um tom de roxo e lilás, as chamas dançavam.

Resolvi avaliar a minha localização atual, afinal, como chegará ali?

Enquanto descia as escadas ouvi o crepitar de uma lareira e uma sala ilumiada por uma fosca luz dourada deixava o ambiente morno.

La haviam duas poltronas estavam viradas para a lareira, sentei-me numa delas e percebi que nela duas pessoas dançavam.

A garota da lareira usava um vestido pouco bufante e o garoto que a acompanhava a olhava com um olhar apaixonado, a invejei.

De repende o fogo começou a se agitar e lentamente foi tomado por um brilho negro, gritos invadiram toda a sala e o chão começou a tremer, a lareira de apagou e batidas fortes esmurravam as portas da entrada... Segundos depois elas foram derrubadas e um esqueleto gigante invadiu a sala vindo na minha direção. Quando chegou perto o bastante para me jogar para o outro lado da sala..*

E eu acordei.

Suando e em um salto, mas acordei.

Ok, tinha alguma coisa acontecendo, e eu simplesmente não sabia o que fazer, e isso me assustava.

Enquanto eu andava de um lado para o outro a minha porta abre.

Clare: Grace, O café esta pronto, e a Senhora Demére não pareçe nada feliz, parece que Hermes nos visitou de novo.

Ótimo, agora ela esta duas vezes mais brava.

~

Deméter: Grace, precisamos conversar.

Grace: Eu sei, mas preciso dizer uma coisa antes.

Deméter: Não Grace, você não esta entendendo a situação.

Grace: Eu só preciso de alguns minutos, por favor.

Deméter: Tudo bem, rápido.

E então eu contei tudo o que tinha acontecido naquela noite desde a taberna até meus sonho, no final ela parecia aterrorizada e chamou sua assistente e disse para ela que havia chegado a hora e que chamasse "Ela".

Deméter: Grace, a algum tempo eu venho adiando esse momento. Há uma profecia muito antiga, que envolve você- Ela parou um instante- Sua mãe te deixou sobe os nossos cuidados- "Nossos?"- e o meu tempo com você acabou, você precisa partir o mais rápido possivel.

Grace: Partir? De novo? Por que eu sempre tenho que "partir"? Primeiro o meu pai, agora você, eu não quero ir embora, e eu não vou.

Deméter: Não é uma escolha sua, o próprio oraculo ordenou o que deveria ser feito, por favor, não torne isso mais dificil para mim.

Grace: Eu não entendo, você não entende o quanto dói ter todos que você ama arrancados de você?- Eu disse um pouco mais alto do que relamente precisava.

Deméter: Se eu não sei? COMO OUSA ME ACUSAR DESSE JEITO, EU TIVE QUE VER A MINHA FILHA, MINHA GAROTINHA SENDO LEVADA POR UM BANDIDO QUALQUER ENQUANTO EU NÃO PUDE FAZER NADA- Ela gritou estremessendo o palácio inteiro, depois de uma pausa para se acalmar ela prosseguiu- Uma pessoa esta vindo para te buscar e te levar até um lugar, um acampamento criado especialmente para pessoas como você. Agora va, ela esta chegando-E se virou para sair.

~
Grace: É Argos, acho que entramos em problemas, e dos graves- Eu disse fechando uma bolsa com alguns pertences meus- Espero que as coisas não fiquem mais pesadas depois de o que aconteceu- Argos me olhava atentamente- Mas como eu poderia lembrar do que aconteceu com Persefone? Ta, eu sempre soube, mas eu simplesmente esqueci, não é culpa minha, certo?- Dessa vez Argos ergueu a cabeça como se farejasse algo.

X: Falando sozinha?- um risinho soou pelo quarto- Aposto que a sua mãe deve estar muito orgulhosa de você, Grace não é?

Quando me virei deparei-me com uma mulher de cabelos pérolados, que quando as luzes batiam remetiam a cor verde, finas mechas verdes. Ela usava um bracelete em formato de alga marinha.

Grace: Eu te conheço?

Anfitrite: Quem eu sou? Sou Anfritrite, deusa dos mares e o que estou fazendo aqui? Pagando por uma promessa que eu nunca deveria ter feito, para começar.

Grace: Ótimo, então estamos nós duas passando por um dia ruim- E segui para a porta com a deusa me seguindo.

New AmsterdamOnde histórias criam vida. Descubra agora