Na maioria das Cortes de Prythian, o comando das fêmeas não era algo comum. Elas eram retratadas como inferiores e ocupavam cargos que não demandavam de dominação ou liderança, como cuidar dos afazeres da casa e procriar.
Mas, na Corte Crepuscular, isso era diferente. Quando Thesan tornou-se Grão-Senhor, ele deu a liberdade para todas as fêmeas escolherem seus caminhos. Quando muitas delas começaram a abrir seus próprios negócios e iam aprender a lutar, a Corte tornou-se um lugar de refúgio para elas.
Aalya colaborou com a mudança, incentivando fêmeas, jovens e velhas, a fazerem o que queriam. Ela mesma começara usando suas habilidades para ensiná-las a se defenderem ou apenas a saberem manejar uma espada.
Quando comandara o exército terrestre da Corte de seu irmão, Aalya durou pouco tempo, já que se machucara gravemente que nem mesmo sua magia pôde curá-la.
E, mesmo após décadas terem se passado, Aalya manteve o espírito de liderança, mas ela não se sentia segura na tarefa que se impôs. Comandar o exército, sem nem conhecer as fraquezas dos soldados, quais legiões se sobressaíam em determinadas funções e diversos outros fatores dificultavam para a execução do cargo.
No momento que agarrou a mão de Azriel e atravessou para o acampamento de guerra, a Grã-Feérica respirou fundo e implorou para a Mãe por um milagre.
Dezenas de legiões se agrupavam em todos os cantos do acampamento. Alguns já até vestiam as armaduras e carregavam seus escudos e espadas, preparados para uma batalha que aconteceria em poucos minutos.
Aalya precisava agir rápido.
Percorreu com o olhar pelo local e encontrou alguns soldados que ela tinha uma espécie de amizade. Correu até lá e ofegou ao chegar ao lado deles.
⎯ Aalya! ⎯ exclamou Pokko, um dos soldados que a fêmea ensinara a lutar e usar espadas.
O cabelo trançado do macho caía pelos seus ombros quando agarrou os braços de Aalya e a fez olhá-lo nos olhos.
⎯ Você viu Daella? ⎯ perguntou ele.
Aalya fez que não com a cabeça.
Pokko praguejou em resposta.
⎯ Iremos ficar parados enquanto a Corte é invadida? ⎯ retrucou Catha, uma fêmea de cabelo raspado que arqueava as sobrancelhas conforme falava enfurecidamente.
⎯ Daella nunca deixou um comandante substituto ou algo do tipo se não ela estivesse presente? ⎯ indagou Azriel, sem suas sombras à vista.
Catha respondeu, esfregando os braços:
⎯ Não. Daella sempre estava presente.
Precisavam deixar aquilo para mais tarde. No momento, necessitavam de um comandante para liderar aquelas legiões.
⎯ Vou tentar comandar as legiões. Se puderem, me indiquem os principais qualificados para ficarem nas primeiras linhas. ⎯ declarou Aalya, encarando cada um presente na rodinha.
Pokko sorriu para ela, aliviado. O mesmo sorriso foi recebido de Catha, que, com a ajuda dos outros feéricos da legião, ajudaram a Grã-Feérica.
⎯ Aqui estão formadas cinquenta e três legiões, cada uma composta por noventa soldados. Daella costumava nos pôr em linhas horizontais e mandar marchar, com a legião Branca na primeira linha. A legião Verde ficava por segundo, a melhor para acalentar os primeiros ataques sofridos na linha da frente. Depois pode seguir qualquer ordem, mas por último é necessário que haja a legião Cobalto, melhores em reflexo e atenção aos inimigos que podem se infiltrar atrás do exército marchando.
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Espada de Sombras - Azriel
FanfictionUma súbita descoberta ocorreu na Corte Crepuscular: misteriosos assassinatos de soldados do exército. Eles tinham apenas uma única informação: o autor dos assassinatos era alguém da Corte Outonal. Imersos em estudos e formas de descobrir o assassin...