Capítulo 11

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O poder de manipular metais fora um dom que Aalya recebeu da mãe que nunca conhecera. Descobriu sobre sua magia quando ainda era criança e foi atacada por feras de espécies que já não eram mais vistas. Ela estava com tanto medo naquele dia que, involuntariamente, usou seu poder desconhecido até então e matou as feras.

Portanto, ela aprendeu a usar o poder que ganhara e desde sempre levava junto de si algum metal, tanto uma lâmina ou um simples anel, que pudesse usar para se proteger.

Mas Aalya já sabia se proteger agora. Conseguiria salvar todos da Corte? Talvez. Mas ela sabia que em algum momento iria se exaurir de tanto usar sua magia. Ela torcia para que pudesse fazer tudo a tempo.

Thesan não demonstrou nenhuma emoção ao ouvir os soldados. Eles tinham um mestre que ordenara tomar a Corte Crepuscular. Como o Grão-Senhor reagiria?

Pânico? Medo? Fúria?

Briath puxou o amado para perto de si. Aalya encarava os machos de armaduras vermelhas. Armaduras de metais. Seria fácil, mas conseguiria todos ao mesmo tempo? Certamente eles não sabiam de seu poder, o que ela custava para manter escondido.

Os inimigos vieram da fronteira com a Corte Invernal. Mas Aalya não achava que Kallias faria algo assim. As armaduras eram vermelhas, demonstrando ligação com a Outonal. Todos os soldados que guardavam a fronteira haviam morrido?

Thesan e Briath deram um passo para trás, e Aalya um para frente, chegando mais perto do macho que liderava, provavelmente general.

⎯ Quem é seu mestre? ⎯ ela pediu com a voz rouca.

⎯ Quando tomarmos esta Corte e levarmos você para ele, descobrirá. Bem, torça para que fique viva, então.

Os outros machos riram. Aalya respirou fundo. Ouviu o som de soldados marchando em direção à eles. Uma legião do exército Crepuscular. Peregrinos voavam rapidamente pelo céu, apesar da chuva forte que ainda caía, pairando sobre as cabeças dos inimigos.

O general olhou os peregrinos. Encarou os olhos diferentes de Aalya e falou:

⎯ Não ache que esses passarinhos possam ganhar de nós. Fomos treinados para destruir inferiores.

⎯ E eles foram treinados para matar inimigos que acham que podem tomar nossa Corte. Você e seu mestre se arrependerão de terem sequer pensado em nos enfrentar. Você verá, mas torça para que fique vivo, então. ⎯ ela repetiu. Seus lábios estavam puxados em um sorriso viperino.

Ela não estava confiante como parecia. Na verdade, estava com medo. Mas ela era boa em disfarçar seus sentimentos, como sempre fizera.

Mais soldados inimigos marcharam em direção à eles. Todos com armaduras vermelhas também. Agora, eles eram cerca de 2 mil.

Aalya voltou para perto do irmão e do cunhado. Daella apareceu ao seu lado, vestida com a armadura dourada. Sua legião estava atrás dela, mas não eram muitos. Aalya olhou para o irmão e falou no ouvido dele, apenas para ele escutar:

⎯ Vou ir para o terraço do meu prédio. Lá, vou ter uma visão maior do perímetro. Não sei se conseguirei matar todos, mas farei o meu melhor.

Após o Grão-Senhor apertar a mão da irmã e assentir, a fêmea atravessou para o terraço de seu prédio, levando o irmão junto. Ele não sabia muito de espadas, apenas o essencial, mas ninguém iria arriscá-lo deixando-o em meio à batalha. Ela não conseguia ter uma visão completa de todos, o que deixava os soldados da primeira linha para a legião de Daella cuidar. Eles conseguiriam.

Os dois exércitos se posicionaram. Em terra, os inimigos estavam em maior quantidade, mas os peregrinos preenchiam o céu, também se posicionando lá em cima. O general inimigo ergueu a espada, soltou um rugido e começou a atacar.

Espada de Sombras - AzrielOnde as histórias ganham vida. Descobre agora