Capítulo 23

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Morar na mesma casa com quem a havia feito gozar na última noite não era tão interessante no dia seguinte.

Não havia como negar a tensão entre Aalya e Azriel. Nem mesmo eles negavam.

Aalya acordara já fazia alguns minutos, mas ela continuava encarando o teto do quarto. Estava tentando ouvir algum som que significasse que Azriel estava na Casa, mas o macho era silencioso demais.

Ela precisava levantar, não podia ficar ali o dia inteiro.

Ergueu o corpo da cama e seguiu para o banheiro. Após o momento da noite passada, ela ficara encarando o teto, exatamente como fizera a minutos atrás. Mas ela se levantou para vestir a calcinha perdida no chão e a camisola que as sombras dele deixaram de lado.

Ela encarou o espelho e observou seu próprio reflexo. Seu rosto estava com uma alegria a mais, que não se via há muito tempo presente nela.

Abriu a torneira e lavou o rosto. Foi até o armário e escolheu a roupa que usaria naquele dia - couro illyriano. Ela finalmente recebera uma peça do seu tamanho e já que não havia levado nenhuma das roupas que costumava usar para treinar, ela fazia bom uso do couro illyriano.

Arrumou a cama rapidamente e, ao fazê-la, sentiu o cheiro de Azriel que impregnara no lençol.

Inferno.

Aquilo não sairia de sua cabeça tão fácil, nem se ela quisesse esquecer, o que certamente não fazia. Os momentos, toques e sensações repassavam por sua cabeça sem parar, mas ela tentava ao máximo não pensar.

Agarrou suas adagas e espadas e andou cautelosamente até a cozinha. Apesar do silêncio reverberar pelo cômodo, Nuala se movimentava agilmente na cozinha, preparando um café da manhã reforçado.

⎯ Oh, que bom que você acordou. Espero que esteja com fome. ⎯ falou Nuala, jogando uma piscadela para Aalya.

Ela sorriu e sentou-se em uma banquinho na frente da bancada, deixando suas adagas e espadas ali.

⎯ Estou morrendo de fome.

Nuala gargalhou.

⎯ Bem que Azriel havia dito. Ele falou para eu preparar um café da manhã bem reforçado para você, já que na última noite você se cansou demais.

Filho da puta.

Aalya matou ele na sua mente. Oh sim, ela conseguia ver pegando-o pelo pescoço e puxando seus cabelos. Bem, aquilo poderia se transformar em algo bem quente, mas ela deixaria a fantasia para quando anoitecesse.

Ela abriu um sorriso enviesado para a espectro.

⎯ Treinos noturnos podem ser melhores do que de dia, sabe?

Porque caralhos ela estava tentando achar uma desculpa para que Nuala não pensasse errado?

É claro que não era errado, mas Aalya não fizera esforço nenhum, nem o havia montado.

Não, não, não. Ela precisava tirar aqueles pensamentos de si. Respirou fundo e observou Nuala assentir com a cabeça.

⎯ Eu costumava treinar a noite, também.

A espectro finalizou a comida e montou o prato: ovos mexidos, torrada com geleia fresca, croissant, melão cortado em pequenos pedaços e um suco de acerola. Pôs o prato na frente de Aalya e disse:

⎯ Irei fazer alguns trabalhos, mas qualquer coisa que precisar vá direto para a mansão dos Grão-Senhores.

Aalya assentiu e começou a comer. Estava tão boa que ela poderia agradecer Azriel por mandar Nuala prepará-la aquilo.

Espada de Sombras - AzrielOnde as histórias ganham vida. Descobre agora