Capítulo 23

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Ayla

Um turbilhão de situações a serem solucionadas passava em sua mente. Ayla sentia a urgência de iniciar uma espionagem na cidade de luz. Se era perigoso para ela entrar, o que a causava um riso interno ao quão estupido aquilo soava - a única pessoa que pode se quer sentir é a que sofre algum perigo? - mas não tinha mais paciência para discutir as estratégias da Corte. Suas fêmeas poderiam entrar em ação, além de para sua recente surpresa o esquadrão de espionagem estivesse na mesma posição dela. Liderado por Az o que significava que ele impunha a mesma opinião. 

As fêmeas finalmente entrando em missões reais a deixava ainda mais orgulhosa. Saber que elas resistiam no acampamento quase a fez chorar, apesar que escondeu seus sentimentos com um dar de ombros.  

As revoltas illyrianas não eram mais simples teorias, alguns outros desertantes foram capturadas em todo período que estava afastada, e quanto mais eles investigava mas ligação com o antigo grupo de rebeldes encontravam, uma vez vice liderado pelo pai de Ayla o que com pouca surpresa descobriu com algumas papelada antigas. Ler o nome dele a deixou com náuseas. Os capturados eram mais novos, o que os levou a conclusão que os mais velhos serviam como mais inspiração que o fogo incendiário. 

A única razão por Ayla não pensar seriamente em socar o rosto de Rhys era esse impasse político. Ainda assim ela achava a posição vulnerável, se não se pode confiar nos seus guerreiros, como ficará ao lado deles quando estiverem com espadas na mão? 

Viveram anos, séculos, à mercê de suas vontades. Não eram leais a Noturna mas sim as suas mordomias. Suas vontades servidas sem questionamentos. Diferente deles confiava em suas fêmeas de olhos vendados, e Ayla nunca confiou muito sequer em si mesma. 

O que a perturbava era como estavam deixando o maior problema de lado. A energia, a coisa, rondando Velaris. Àquela altura tinha uma hipótese sobre sua análise, a cidade de luz era apenas um esconderijo o que estava por vir afetaria todo continente. E aquilo conhecia o continente, tinha olhos para todos os lados. 

Vocês estão destinados a esse encontro - as sombras sussurraram frias. 

-Destinos não estão escritos, eles se modulam, vocês mesmo já me contaram - Ayla sibilou em uma língua que apenas ela falava, raramente usava o dialeto quase sempre permitia as sombras lerem seus pensamentos.

Fêmea esperta - sussurram frias e mortíferas - Você sabe o que é!

-Tenho minha teoria, poderiam me ajudar com seus conhecimentos milenares - sibilou de volta.

As sombras serpenteiam a sua volta produzindo um grunhido que pareciam mil almas de gritos agoniados. Ayla sorriu de lado, sua mais longa companhia e companheira. Transpassando rumo ao seu ouvido as sombras lhe dão a resposta que faz toda sua espinha gelar.

Está certa!

Balança sua cabeça para se desvencilhar do terrível pensamento que ameaça se formar, sente a água gelada a sua volta. Ayla respira fundo permitindo que o lago acalme seu corpo. Já era noite e existia uma ambiguidade entre afirmar que estava em absoluto silêncio e em dizer que era encantador a melodia dos grilos e das corujas. A lua estava estava estonteante aquela noite, seu brilho era tão intenso que chegava ofuscar as estrelas mais próximas. Os milhares de pontos também era algo de hipnotizar naquela noite. 

Estava sozinha, Azriel tinha saído a quase um dia para mais uma das, em suas palavras, entediantes e circulares reuniões. Não estava dando em lugar algum e isso agonizava.

A água era gelada mais afastada da beira do lago. Ayla adorava a sensação de ter a água em seu corpo nu, ali poderia passar incontáveis horas. Se sentia relaxada ao ponto de brincar com seus poderes. Passou sua mão com sua energia azulada criando um efeito de contraste com as águas noturnas.

Corte de Sombras e CicatrizesWhere stories live. Discover now