Capítulo 4

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Uma sacerdotisa colocou um livro à sua frente, juntando-se aos outros dez que já tinha ali, páginas amareladas de livros antigos e um cheiro já não muito agradável. Ayla agradeceu em tom baixo sem tirar sua atenção do exemplar de antigos brasões. 

Já haviam se passado quatro dias desde que começou trabalhar para uma corte, desde então quase não saia da biblioteca procurando uma pista do antigo brasão na carta a qual recebeu o pedido da morte do mestre espião. Amren a ajudava quando podia, algo que percebeu é que todos ali estavam muito ocupados. 

Ela tomou iniciativa para procurar pelo brasão, refletiu bastante se deveria ou não fazer aquilo já que quebrava um sigilo de seu trabalho. Mas considerou o fato de ao receber a carta não significava aceitar ou não o serviço, então poderia trabalhar com aquela informação. Trapaça ou não, o que importava era que aquilo estava a mantendo tão ocupada quanto eles.

A disseram que estava sendo discutido sobre o seu trabalho na corte, mas não deram detalhes sobre, e Rhys a disse que a ajuda com o brasão seria importante no momento. Sabia que não confiavam nela, pois ainda sentia a energia à sua volta, por mais que leve e oscilante a enfraquecia. Era como se seus poderes estivessem sendo sugados. Suas sombras estavam estranhas, mas também era algo oscilante.

Nada. As únicas informações até aquele momento era que o símbolo não pertencia a nenhuma corte de Prythian em toda sua história. Procurou por Hybern também, e nos últimos três mil anos aquele símbolo nunca os pertenceu.  

Um estranho alívio percorreu por sua espinha, não teria de lidar com eles tão cedo. E um conflito interno entre as cortes não estava perto de estourar. Não por quase assassinato - pensou Ayla. 

Não levantou o olhar quando Amren sentou-se à sua frente com mais livros. Passou as informações que havia conseguido e reclamou pela falta do mesmo.

Elas se deram curiosamente bem, apesar do estranhamento inicial de Amren. Mas aquela energia não saia da cabeça de Ayla, sabia que não era alguém confiável pelas circunstâncias. Mas a forma que agiam como se confiassem nela, enquanto tudo à sua volta provava o contrário à intrigava.

Lindas sombras dançavam no ar -controla- devia ser por conta de sua sensibilidade em sentir as energias a sua volta, por mais fraco que o feitiço estivesse aquilo ainda afetaria seus sentidos. Esperava que com o tempo aprendesse a controlar e conviver com aquilo, assim como fez com suas habilidades.

-Está distraída criança- Amren não tirou atenção de seu livro ao qual folheava em busca de algo que deixou passar.

-Apenas pensando- Ayla disse simples.

-Seria algo interessante ou apenas sobre o seu passado misterioso- Amren puxou seus lábios vermelhos em um sorriso desafiador que arrancou uma risada baixa de Ayla.

-É só essa energia do feitiço que contém meus poderes, ela me deixa distraída- Ayla disse despreocupada mais focada no livro que havia acabado de pegar.

-Como assim?- automaticamente o semblante de Amren se fechou- Criança não tem feitiço mais, Feyre mandou o quebrar logo após o acordo de vocês.

-Mas sinto uma leve energia- Ayla agora olhava para a outra feérica de olhos cinzas- não precisa mentir Amren sei que não confiam em mim.

-Criança não tenho necessidade de mentir- Amren disse séria- Não há mais feitiço!

-Assim que o acordo foi fechado?- Ayla pensou um pouco sobre aquela madrugada lembrando que tentou atravessar- Aquela madrugada andei pelos corredores e não consegui atravessar com precisão entre as sombras. Já atravessei com meu corpo em condições mais debilitadas.

Corte de Sombras e CicatrizesWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu