capítulo 23📍

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Victor 📍

Não teria mais casamento. Não havia mais motivos para Bárbara se casar comigo.
Seu pai havia sido assassinado! Ele estava morto! Ela havia aceitado a se casar comigo, para que eu assumisse todas as despesas do tratamento dele, contra o câncer nos Estados Unidos.
E alguém o havia matado.
Sem falar que Barbara estava despedaçada emocionalmente.
Ela não havia perdido não só o pai, mas também... Sua mãe.
A mulher que estava na cozinha, que também havia sido assassinada, era Tônia, a sua mãe.
E o outro homem que estava com German e Tônia, era Gael o irmão de German.
Alguém havia matado os três, criando para a polícia e nós, um enredo de mistério.
O prédio de três andares não tinha porteiro. Era um prédio sem elevador, bastava tocar o interfone do apartamento desejado, e se fosse conhecido, o morador liberava para entrar.

Nenhum vizinho dos outros apartamentos, tinham visto nada de suspeito e tão pouco alguém.
Levei os irmãos de Barbara para a casa dos meus pais. Gui e Laís estavam piores que Barbara, emocionalmente.
Eu e Barbara passamos mais de duas horas prestando depoimento, e depois a levei para o meu apartamento.
-- Eu sinto muito. Muito mesmo. – Disse eu assim que entramos em meu apartamento. – V ai para o quarto, tenta descansar um pouco. Quando os corpos forem liberados, eu cuidarei de tudo para o enterro.
-- E eu te agradeço. Te agradeço muito. – Barbara se jogou no sofá. Estava com o semblante abatido.
Também pudera, perder a mãe e o pai daquela forma tão trágica não era fácil para ninguém.
-- Quem teria interesse em matar os três? É isso que eu me pergunto. E minha mãe e o meu tio, como eles descobriram que estávamos morando ali?

-- A notícia do nosso casamento saiu nas colunas sociais, ela pode ter visto alguma foto da gente junto, e ido até a fábrica e de algum jeito conseguiu o endereço.
-- O meu pai estava certo, o meu tio e minha mãe estavam juntos. Ela abandonou a gente para ir viver com ele. Ela deve ter sido cúmplice do meu tio, no roubo do dinheiro da venda casa. A possibilidade do meu pai tê-los matado e depois se matado, ou minha mãe ter matado o meu tio, o meu pai e depois se matado também, não rola, não é?
Sentei-me ao lado de Barbara.
-- Segundo a policial, essa hipótese esta totalmente descartada. A pessoa entrou no apartamento, com o consentimento do seu pai, assim como sua mãe e o seu tio. Essa pessoa matou os três.

-- E por quê? Por que, meu Deus? Quem teria interesse em tirar a vida do meu pai, da minha mãe e do meu tio? Quem? Engraçado, eu com medo que o câncer tirasse a vida do meu pai, e vai alguém e o mata!
Vi as lagrimas descerem pelo rosto de Kiara, quando percebo, eu já a envolvi em meus braços, e o seu rosto está enterrado em meu peito.
A dor por ter perdido os pais tão tragicamente, estava exposta em sua voz.
Naquele momento eu queria dizer muitas coisas para Barbara, para consolá-la, mas eu não sabia por onde começar. Por isso, eu fiquei apenas com o seu rosto colado em meu peito, e acariciando os seus cabelos.

Barbara 📍

Dei um suspiro trêmulo com o rosto colado no peito largo e másculo de Victor.
Seu perfume adentrou em minhas narinas. Meu Deus, eu amava tanto aquele homem, que eu mesma estava assustada.
-- V enha. Eu vou te levar para a cama. – Disse ele suavemente.
Não movi todo o meu corpo, apenas a minha cabeça. Movi a minha cabeça, enlacei o pelo pescoço, e beijei a sua boca.
Senti a surpresa em seus lábios. Ele não me afastou, correspondeu a minha boca, entrelaçando a sua língua com a minha.
Sem parar de nos beijarmos, ele me pegou em seus braços e me levou para o quarto.
Ele me deitou na cama e suavemente acariciou os meu rosto com a ponta dos dedos.

Tanto eu, como ele queríamos um ao outro. Desejávamos fundir nossos corpos num só, mas aquele não era o momento.
-- Tente descansar. – Falou-me ele, deixando de me tocar e afastando-se da cama.
O desejo dele por mim brilhava em seus olhos, eu percebi. E o volume entre as suas pernas, confirmava o quanto ele tinha atração por mim.
Se não fosse apenas atração que ele sentia por mim, e fosse amor também? De repente me veio essa esperança.
Eu o amava e o desejava isso estava claro para mim. Mas victor não sentia nada por mim, além de atração, desejo.
No sexo éramos perfeitos, mas ele não me amava!
Meus pais e o meu tio, foram enterrados no final da tarde do dia seguinte.

Não foi fácil me fingir de forte, para não deixar os meus irmãos mais desesperados.
Victor não saiu de perto de mim e nem dos meus irmãos um segundo. O apoio dele para comigo, e com os meus irmãos foi essencial.
Os pais dele foram ao enterro. Parte também dos funcionários da tecelagem também apareceram, incluindo Vânia, que me deu os pêsames com total sinceridade.
Pelo menos eu acreditei que fosse, a não ser que ela fosse uma ótima atriz.
Recebi o abraço de cada um que estiveram presentes no enterro.
Givan observava a distância, junto com Ariel, seu pai, que era um dos porteiros do prédio onde victor morava.
Fique sabendo que Ariel era seu pai. Eu nem imaginava, pois era difícil vê-los juntos.
Depois que os três caixões baixaram a sepultura, eu e meus irmãos, junto com victor, continuamos onde estávamos, enquanto todos que haviam comparecido, se retiraram.
Olhei em direção onde tinha visto Givan e Ariel minutos atrás e não os vi mais.
No lugar em que eles tinham estado, encontrava-se a policial Patterson, com o seu parceiro Júlio, ambos encarregados do caso.

Victor 📍

O único jeito da mãe de Barbara ter conseguido o atual endereço dela, foi ter lido alguma coisa sobre o nosso casamento nas colunas sociais, e ido ate a tecelagem descobrir o endereço.
E a única pessoa que poderia esclarecer tudo era Vânia. Se Tônia a mãe de Barbara, tinha ido até a, fabrica tentar descobrir o endereço do marido e da filha, ela tinha sido com Vânia.
E eu estava certo. Quando perguntei a Vânia, ela ficou toda desconcertada.
-- Sim. Apareceu uma mulher aqui dizendo ser a mãe de Barbara. Como ela disse que era a mãe de Barbara, eu não vi nada contra, em dar o endereço da filha a ela.
-- Por que não falou comigo? Por que não me ligou?
-- Achei que não houvesse necessidade de ligar para você. Afinal, era a mãe dela.
-- A mãe que largou o marido doente, e os filhos, para ficar com outro. Não esconda isso da polícia, sim, se vierem interrogar você.
-- Mas eu não tenho nada a ver com esses crimes. Eu apenas dei o endereço, eu não poderia imaginar... Que ela chegaria lá e fosse presenciar um assassinato e terminaria morta.

-- Como sabe que ela presenciou o assassinato do pai de Barbara, Vânia?
-- Eu não sei de nada. Apenas imaginei. Com certeza ela chegou lá no momento errado e viu a cara do assassino, e acabou sendo morta também para não abrir a boca.
Talvez nessa parte Vânia estivesse certa. Tônia e Gael tinham ido ver German, para tentarem se entender com ele, mas quando chegaram lá, alguém já estava lá para tirar a vida de German, e eles foram mortos pela mesma pessoa por ter testemunhado tudo.
Isso significava que o assassino queria matar apenas German, e tinha ido lá somente para eliminá-lo, e acabou tendo que matar os dois para que não revelassem a sua identidade.
Mas por que matar uma pessoa com câncer, que poderia morrer a qualquer momento se o tratamento nos Estados Unidos não desse certo?

Para roubar não tinha sido. Pois eles não tinham nada de valioso ali para invadir o apartamento e depois matá-lo.
Liguei para a policial Patterson, para saber como estavam as coisas em relação ao caso.
As duas câmeras da frente do prédio estavam quebradas. Mas a policial Patterson já tinha posse das imagens das câmeras da vizinhança, e já havia repassado todas as imagens.
A policial Patterson tinha cabelos e olhos negros. Era uma mulher bonita, e parecia ser uma boa investigadora.
-- Segundo o legista, o primeiro a ser morto, foi realmente German, o pai de sua noiva. Depois a senhora Tônia, e praticamente em seguida foi o senhor Gael. Eles foram mortos entre as seis horas da tarde e às oito da noite. V ocês chegaram quase meia noite, portanto já fazia mais ou menos quase quatro horas que eles estavam mortos.

-- Nenhum suspeito? – Indaguei.
-- Olha, eu e o meu parceiro já andamos colhendo informação, e entre as seis da tarde e às oito da noite, nenhum dos outros moradores do prédio receberam visita. Mas o senhor German sim! Das seis da tarde às oito da noite o senhor German recebeu duas visitas. Uma foi de uma mulher, que até agora não conseguimos identificar e a outra, foi de uma pessoa bem próxima ao senhor.
Senti os pelos da minha nuca arrepiarei.
-- Próxima de mim? Quem?
-- Seu pai!

A moradora de rua que o ceo comprou 📍{Babictor}Onde histórias criam vida. Descubra agora