capítulo 8📍

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Victor 📍
Quando eu entrei na sala, já de mãos lavadas, meus pais estavam rindo.
-- Que bom. Estão de bom humor.
-- Está tudo bem na Tecelagem? – Indagou meu pai, pegando o prato com a comida, que minha mãe havia colocado para ele.
-- Sim.
Ao invés de começar a comer, meu pai ficou olhando para mim, que já atacava o alimento com um apetite feroz.
Por fim, percebi que estava sendo observado por ele.
-- Que foi, pai?
-- Eu com a sua idade, já era seu pai.
Com uma expressão suave, eu sorri. Eu sabia o que ele estava querendo dizer.
-- Novamente a questão do neto. Vai ter esse neto antes de fechar os olhos, papai.
Fértil eu sou, já fiz todos os exames necessários, só falta à reprodutora.
-- Reprodutora? – A expressão de minha mãe foi de horror. – Se for para você casar sem amor, só para arrumar uma mulher para ser a mãe do nosso neto, é melhor esquecer essa história.
-- Filho, procure, uma esposa, não uma reprodutora.
-- Eu sei. Mas não é fácil uma vida a dois. V ocês tiveram sorte um com o outro.
-- E você pode ter também, e encontrar uma mulher como a sua mãe.
Vi meu pai afagar a mão de minha mãe sobre a mesa. Nunca vi aqueles dois brigarem. Um entendia um ao outro.

Fisicamente eu havia puxado o meu pai.
Meu pai tinha olhos azuis e cabelos negros como eu. Claro, que agora, já apresentava fios brancos em sua cabeleira negra.
Minha mãe era loira, dos olhos verdes.
Minha mãe não pode mais ter filhos, depois de me dar a luz. Complicações no parto a impossibilitaram de ser mãe novamente.
Eu já havia ligado para Givan, e dito a ele para parar de procurar por Barbara.
Percebi que ele ficou aliviado quando disse isso.

Logo em seguida eu disse para ele parar de procurá-la, porque eu já havia encontrado.
Ele duvidou quando disse a ele que ela havia ido parar na tecelagem, sem saber que eu era o dono da empresa, a procura de emprego.
Era ou não eram coisas do destino, ou quem sabe, coisas de Deus?

Eu estava precisando de uma mulher para ser a mãe do meu filho, a mãe do neto de Levoid Ramagem!
E Barbara parecia estar com sérios problemas. Ou seja, não seria somente um emprego, de servir, cafezinho, que resolveria todos, os seus problemas.
Eu precisava dela, e, ela, ia precisar muito de mim, ela só não sabia. Um ia precisar do outro.
A não ser é claro que ela não pudesse ter filhos, então as coisas seriam diferentes.
Virgem, eu queria uma virgem! Eu queria uma virgem para ser a mãe do meu filho, e quando vi Barbara na rua, eu não sei por que, eu acreditei que ela fosse.
Givan duvidava que ela fosse virgem, afinal, vivendo na rua...
Já não me importava mais se ela era ou não virgem. Se ela aceitasse o que eu pensava em propor a ela, e fosse fértil, já era o suficiente.
Mas se ela fosse virgem, seria melhor ainda. Mas nem tudo é como a gente quer.
Assim que chequei em meu apartamento, fui tomar banho. Givan não dormiria em casa naquele dia, segundo ele, passaria a noite com alguém. Eu nunca tinha visto Givan com nenhuma mulher.

Aquele também era outro que fugia do casamento, igual o diabo foge da cruz.
Mas a fuga de Givan do casamento, era por outro motivo, eu só não sabia.
Nossa, eu pequei no sono imediatamente. E só fui acordar com o meu celular tocando na cabeceira da cama.
O que eu pensei era que o meu pai tinha passado mal, e estava sendo levado para o hospital. Mas quando vi o numero no visor do celular, fiquei aliviado, pois não era de casa.
Eu não conhecia aquele número, parecia ser de um telefone publico.
Atendi. Ligação a cobrar. Lembrei-me de Barbara. Seria ela?
-- Pronto.
-- victor? Victor Ramagem?
-- Sim?
-- Sou eu... Barbara. Preciso de sua ajuda.
Ela começou a chorar, e eu não estava entendendo nada o que ela estava dizendo.
Pedi para ela ter calma, respirar fundo.
Inspire.
Expire.
-- Levaram os meus irmãos.
-- Quem levou os seus irmãos?
-- O juizado de menores.

Barbara 📍
Eu havia pensando muito antes de ligar para victor. Ele já estava me ajudando muito me dando o emprego, me adiantando o salário e pagando três vezes mais o que ganhava uma pessoa que servia cafezinho.
E depois eu havia pensando as piores coisas dele. Mas quem não pensaria?
Mas eu ainda continuava tendo um pé atrás com ele. Ele ia querer alguma coisa em troca, por estar me ajudando, eu ainda só não sabia o que.
Quando soube que os meus irmãos haviam sido levados pelo juizado de menores, toda a fome que eu sentia, desapareceu.
O aroma que saia do saco que estava os hamburgueses, já não me dava mais água na boca.
Olhei para a mulher que havia me dado à notícia de que meus irmãos haviam sido levados pelo juizado de menores, e pela sua palidez, vi que não comia há horas.
Entreguei a ela os hamburguês e guaraná. Ela me agradeceu feliz, dizendo que ia levar para os seus filhos.
Continuei na praça, vendo a mulher correr para levar os hamburgueses para seus filhos.
Naquele momento eu não sabia o que fazer. Fiquei horas ali, sentada no chão, me camuflando na grama que já estava alta, e chorando.

Foi então que me lembrei do cartão que o dono da Tecelagem Ramagem havia me dado.
O belo homem me disse que poderia ligar para ele, se precisasse de alguma coisa. Mas eu nunca pensei que fosse precisar dele tão rápido.
Ali mesmo na praça, havia um orelhão. Ele tinha medito que poderia ligar a cobrar.
-- victor? Victor Ramagem?
-- Sim?

Era a voz dele. Ele tinha voz bonita, um tom sensual.
-- Sou eu... Barbara. Preciso de sua ajuda.
Lembro que comecei a chorar, e ele não estava entendendo nada do que eu estava dizendo.
Ele foi gentil comigo. A voz dele saiu tão gentil, que por alguns segundos, eu me senti amparada.
Quando disse a ele que o juizado de menores havia levado os meus irmãos. Ele me disse para ir imediatamente para o apartamento dele.
-- Venha agora para a minha casa, e a gente conversa sobre isso. Toma um táxi, eu te reembolso depois. V ou esperar por você na portaria.

A moradora de rua que o ceo comprou 📍{Babictor}Where stories live. Discover now