Treino de Quadribol

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Eu sentei no campo abaixo do time de Quadribol da Grifinória enquanto eles estavam praticando. Foi o primeiro treino de Rony e Fred ficou bastante chateado comigo por manter algo escondido dele, então pensei que o máximo que podia fazer era vê-los jogar.

"Pronto para nos fazer dar vexame, Roniquinho monitor?" disse Fred, emergindo com o cabelo desgrenhado do pescoço de suas vestes de quadribol, um sorriso levemente malicioso no rosto.

"Cala a boca," disse Rony, com o rosto impassível, vestindo suas próprias vestes de time pela primeira vez. Elas se encaixavam bem, considerando que tinham sido de Oliver Wood, que tinha ombros um pouco mais largos.

Fred me notou e o sorriso dele sumiu. "O que você está fazendo aqui?" Ele perguntou, correndo até onde eu estava sentada.

"Eu queria assistir meu namorado jogar, isso é um crime?" Eu sorri, me levantando e dando um beijinho nele.

"Não, acho que não." Ele me deu um pequeno sorriso e correu de volta para sua equipe.

Um grupo de pessoas vestido uniformes verdes chamou a minha atenção. O time da Sonserina e mais algumas outras pessoas da mesma casa. Eles marcharam ao meu lado.

"O que é aquilo que o Weasley está montando?" Malfoy berrou com sua fala arrastada de escárnio. "Por que alguém colocaria um feitiço voador em uma velha tora mofada como aquela?"

Crabbe, Goyle e Pansy Parkinson gargalharam e gritaram de tanto rir. Rony montou em sua vassoura e deu o pontapé inicial, sem dizer nada.

"Ei, Johnson, o que há com esse penteado, afinal?" Pansy Parkinson gritou. "Por que alguém iria querer parecer que tem vermes saindo da cabeça?"

"Talvez se você beijar os sapatos de Malfoy um pouco mais, ele concorde em olhar para você por mais de cinco segundos." Eu fiz uma careta para Pansy, fazendo-a ficar vermelha, e os sonserinos começaram a rir.

Os sonserinos passaram a me ignorar, observando os grifinórios praticarem. Liderados por Malfoy, todos soluçaram e gritaram de tanto rir. Rony, que mergulhara em direção ao solo para apanhar a goles antes que ela tocasse o chão, saiu mal do mergulho e escorregou pelo lado da vassoura, em seguida voltou à altura normal de jogo, corando. Eu vi Fred e George trocando olhares, mas estranhamente nenhum dos dois disse nada, pelo que ele ficou grato.

O nariz de Katie começou a sangrar, e Fred voou rapidamente na direção dela dando a ela alguma coisa pequena e roxa que tirara do bolso. Rony estava nervoso demais para jogar direito, e os sonserinos estavam sendo idiotas.

Segui Fred até os vestiários. Ele parecia realmente chateado, e George também, até que ele saiu com Katie para ajudá-la a chegar à Ala Hospitalar.

"Freddie?" Espiei pelo canto do vestiário.

Fred estava parado ali sem camisa, ele era alto e seu abdômen estava excepcionalmente tonificado pelo quadribol.

"Pode entrar." Ele disse, me lançando um breve olhar enquanto vasculhava seu armário em busca de uma camisa.

"Eu trouxe biscoitos para você." Pendurei um pequeno saquinho de papel na frente do rosto dele.

"Que tipo?" As sobrancelhas dele se ergueram.

"Cookie de canela, seu favorito." Eu ri, observando-o pegar a sacola de mim, avidamente puxando um para fora e enfiando-o na boca.

"Orbgedo", Fred tentou dizer alguma coisa, mas foi silenciado pelo biscoito.

"Mastigue com a boca fechada." Eu bufei.

"Obrigado." Fred disse claramente depois de mastigar e engolir o biscoito.

"Você tem estado tão distante de mim durante toda essa semana Freddie." Eu peguei a mão dele e envolvi ela com a minha.

"S/n olha, eu não vou tocar no assunto de novo se você não quiser, mas dói saber que você não confia em mim o suficiente para me dizer algo. Isso me faz sentir como se tivesse feito algo para merecer a sua desconfiança." Ele olhou para baixo com tristeza, sem fazer contato visual comigo.

"Freddie, eu sinto muito." Senti uma pontada de culpa, me sentiria exatamente da mesma forma se estivesse no lugar dele. "Eu vou te dizer se você prometer não tentar e nem fazer nada a respeito."

"Como posso prometer isso se eu descobrir que você está em perigo? Ou se alguém está te machucando?" Fred ficou tenso.

"Freddie..." eu implorei.

"Tudo bem, certo." Ele bufou.

"Vamos conversar sobre isso no meu quarto, ok?" Envolvi meu braço não ferido em volta da cintura dele.

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"Olá, Adelaide." Eu sorri para a mulher escovando seu cabelo.

"Olá S/n." Adelaide sorriu para Fred e eu. "Parece que hoje o clima vai esquentar." Ela piscou.

"Peônias." Eu murmurei, corando, e Fred estava sorrindo.

A porta se abriu e entramos no meu quarto. Eu rapidamente acendi uma pequena vela perfumada, gostando do cheiro de abóbora do meu quarto. Fred fechou a porta e entrou atrás de mim.

"Definindo o clima?" Ele brincou, e revirei os olhos.

Fiquei na frente dele e seu sorriso caiu, seu rosto expressando sua antecipação. Eu lentamente levantei a manga do meu uniforme.

Não devo contar mentiras. Estava gravado na minha pele, manchas secas de sangue ao redor da ferida.

Fred abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu. Ele gentilmente tocou meu braço e eu estremeci com o leve contato, fazendo-o se afastar rapidamente.

"Quem fez isso em você?" Ele perguntou, a raiva enchendo a voz dele.

"Umbridge. Ela me fez escrever com uma pena encantada-" Fui interrompida por Fred começando a sair furioso.

"Fred, espere!" Eu o agarrei, fazendo-o parar.

"Você me prometeu não fazer nada. Eu não quero você expulso." Eu sussurrei.

"Mas S/n, isso é inaceitável, temos que pelo menos contar a Dumbledore!" Fred exclamou, com as sobrancelhas franzidas.

"Essa é a coisa Freddie, nós não podemos!" Gritei desesperada para chegar ao garoto teimoso na minha frente. "Lembra-se da ordem? Dumbledore tem muito a fazer, e Umbridge foi claramente enviada aqui pelo ministério para espioná-lo e controlar a opinião pública."

Fred fez uma pausa, absorvendo essa informação.

"Você provavelmente está certa, mas..."

"Sem mas. Não vamos contar a ele, nem a ninguém. Espero que isso permaneça um segredo entre nós." Olhei para Fred, que agora estava tão vermelho de raiva pela situação que eu não sabia o que era mais vermelho, sua gravata, seu rosto ou seu cabelo.

Aproximei-me dele, o cheiro de abóbora da vela agora chegando até nós. Eu serpenteei meu braço até o rosto dele e gentilmente o acariciei, acalmando-o quase que instantaneamente. Ele passou os braços em volta da minha cintura, com cuidado para não tocar no meu braço ferido.

"Freddie, eu te amo muito." Eu puxei sua cabeça para mais perto da minha, nossos lábios pressionando suavemente um contra o outro.

Os lábios dele eram suaves e atraentes. Eles forneceram todo o calor do mundo e me fizeram sentir segura e protegida, independentemente da situação. Mesmo depois de namorá-lo por pouco mais de um ano, Fred nunca deixava de me dar frio na barriga cada vez que nos beijávamos, cada vez que ele me lançava seu pequeno olhar, embalado até a borda com amor e carinho, cada vez que segurava minha mão, suas mãos gigante em comparação com as minhas, e todas as vezes ele me fazia rir. Ele nunca foi enérgico com seus afetos, mas eles sempre permaneceram comigo, em todos os lugares que eu fosse.

Ei FreddieWhere stories live. Discover now