Capítulo 17-Fight Club

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Algures no meio do mês de Setembro, mês onde ocorre a marca do fim da época mais feliz, mais brilhante e mais graciosa, o divino verão, que para maioria dos jovens naquele ano acabara no momento em que a notícia que fora espalhada rapidamente do início da nova guerra ocorrera, visualizamos e reencontramo-nos com Andrea e Arlet, na sua base militar de Cambridge, uma das maiores bases militares de toda a Grã-Bretanha, nas terras de anteriores guerras e batalhas gloriosas quer em momentos romanos ou até mesmo medievais, terras sagradas para guerreiros, fria e húmida já mesmo no mês referido que, em Itália, ainda seria um mês de noites quentes e dias alegres, mas que na zona sudeste da ilha inglesa, já seria um mês de dias frescos, manhãs geladas e chá quente em noites resfriadas e chuvosas.

Na manhã do dia 17 de Setembro, após a recessão de todos os soldados recrutas, Andrea e Arlet eram encaminhados para o que não seria o seu primeiro treino, mas talvez já o 10º deles. Eram 6 horas e 13 minutos da manhã, o Sol escondia-se e revia-se por entre as nuvens carregadas e mas não negras, apenas cinzentas cor de pedra firme de uma montanha ainda por crescer. Arlet e Andrea andavam juntos no pátio em direção dos campos de treino, assim como mais meia dúzia de pessoas andava na mesma direção que eles, com o mesmo destino que não seria muito desejado aquelas horas da manhã fria, onde Arlet, regelado e vestido com um dos casacões de inverno da base militar e uniforme, andava mais para lá do estado adormecido do que do estado acordado, enquanto Andrea, repleta de energia para os treinos que já sabia que lhe deixariam dorida durante a noite toda desse mesmo dia, andava carregada e pronta para mais um treino, treino esse que de certa forma irónica para os restantes presentes no mesmo, a deixaria de certa forma feliz e realizada.

Antes de chegar ao pavilhão dos treinos interiores, Arlet bocejara e dissera.

- Sentia-me mais acordado nas manhãs de ressaca do que sinto nas manhãs de treino...- diz coçando os olhos para tentar acordar- E este frio que regela os ossos! Nem quero imaginar Dezembro.

-Ah! Eu não sei o que falas, eu estou prontíssima para isto! Adoro cada treino, cada exercício, cada aula teórica e cada ordem dada, sinto-me viva!

-Miúda... Eu nem te vou dizer que deverias de ir ao psicólogo porque sei que esta é a tua "faísca", mas a sério? Do fundo desse coração que torna essas belas bochechas tão vermelhas como as maças de Sicílias, tu gostas disto?

-Arlet, durante a minha vida rotineira e nem grande história eu sentia-me sem propósito, durante 9 meses era posta em uma sala fechada a ser injetada com o conhecimento dos outros e no verão lá fazia as mesmas festas, saídas que, sem ofensa, nunca me enchiam o coração até á sua totalidade, este verão foi diferente mas tu percebeste...- diz rindo- Isto, tudo isto- diz girando e apontando para todo o campo com as mão- Dá-me um motivo, uma motivação, uma afirmação e um empoderamento na minha vida! Sinto-me realizada de certa forma aqui, apesar de ter sempre a saudade destruidora de casa, da vida simples e de todos nós juntos, mas não te vou dizer que não estou a gostar disto, isto é a realização de um sonho, apesar das circunstâncias claro...

-Bem eu também tenho um sonho... Acabar com este treino o mais rapidamente possível para ir roubar whisky ao gabinete do General Edward enquanto ele supervisiona os planos militares da outra ponta do campo...- diz olhando para o céu, sonhando com a sua garrafa de whisky.

-Arlet! Não pode!

-Shiu! As paredes têm ouvidos! Ou bem o General Edward tem uns ouvidos impressionantes, ele sabe de tudo!

Estes entram então no pavilhão de treinos, mesmo no momento em que uma chuva miúda começava a cair sobre os telheiros de chapas de ferro sobrepostos fazendo um barulho de fundo que fora de certa forma relaxante. Estariam aproximadamente 100 pessoas ou mais naquela sala, todos posicionados em filas paralelas, umas 10 filas com 10 soldados cada, onde o General Edward aparecera por fim mesmo em frente a todos, de vestes azuis escuras e mais uma vez com o seu grande ar autoritário.

𝑳𝒂 𝑳𝒂𝒄𝒓𝒊𝒎𝒂 𝒅𝒊 𝑮𝒖𝒆𝒓𝒓𝒂Where stories live. Discover now