Capítulo 1- Summertime

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Há coisas que nunca mudam, rotinas, vivências, momentos e complexos... ciclos, como o da vinda e ida do verão, desavenças, alianças, materiais e sonhos imaginários, o calor do verão e o frio do inverno, a velha e amarga manhã de segunda e a suave e melódica manhã de domingo, coisas que não mudam, estipuladas pelos olhos de uma sociedade e de uma vida que, de um dia para o outro, poderá mudar mas nunca por isso acabar, isso apenas acontece quando nada muda, quando nada se atualiza, nada se transforma...

Esta história toda de nada nunca mudar pode ser mostrada com a velha rotina constituída por um acordar madrugado para uma visualização do nascer do sol, seguida de um café italiano e de uma fruta da época, posteriormente uma escolha de roupa da época- sobretudo de inverno, castanho cor de outono e uma camisa fina e de peito mais aberto no verão, cor do mar grego- que se finaliza com uma introspecção solitária na varanda a acompanhar com um cigarro com pouco ou sem filtro existente e uma melancolia no ar...

Esta mesma rotina é finalizada já 2 horas mais tarde, depois de mais de metade da sociedade despertar e preencher as ruas que outrora estariam vazias, naquele momento cheias... e uma saída era feita, um pegar de chaves rápido e um calçar de sapatos breves eram executados e uma pequena caminhada para a praça principal que alegrava logo uma alma uma vez que esta sabia que no destino, um momento de socialização e de perda de solidão iria se desencadear... tal em como todas as outras manhãs.

Uma chegada breve é efetuada e uma pequena festa em nome da mesma tem início numa das várias mesas de um café, café esse localizado na praça de uma Vila italiana ainda em momento de desenvolvimento de um passado longínquo porém próximo, um antes guerra porem perto da mesma a pairar no ar, um fim dos anos 30 com muito por falar...

-DIEGO! - fazia alarido um senhor de camisa branca e a típica barriga de cerveja mediterrânica, com os típicos cabelos brancos e cerveja á sua frente, a falar a típica conversa com os outros indivíduos similares a ele, uma geração e faixa etária que pode mesmo ser classificada como a mais presente na vila a partir de dados demográficos da época...

-JÚLIO!- diz o tal Diego, um rapaz muito mais jovem do que o individuo referido anteriormente, podia ser seu neto até, uma vez que com apenas 19 invernos em cima, uma figura de estatura física saudável, ou seja, nem um macho man mexicano nem um pauzinho de chá inglês, com uma face bela que ao primeiro olhar fazia lembrar uma escultura grega perdida no oceano mas que, após uma pequena analise mais detalhada, era possível observar uma influencia mais hispânica do que propriamente italiana ou grega...

-Ainda bem que chegas, estávamos a falar do impacto que uma guerra poderia trazer a uma vila como esta...

-Mas já não tínhamos chegado á conclusão de que isso seria o fim da mesma ontem?!- Diz puxando uma cadeira e sentando-se entre dois homens que o cumprimentam com um aperto de mão e uma palmada nas costas.

-UI ontem foi só a ponta do icebergue da conversa- diz um individuo á direita de Júlio, que gozava com ele enquanto revirava os olhos do cansaço dado ao tópico.

-OH POIS! Estava aqui a equiparar ideia com os senhores e com a nossa convidada até- diz dando o sinal da presença de uma rapariga, que aparentava ter uma idade superior á que realmente tem, de cabelos escuros e vestido leve, que se encontrava encostada e ligeiramente deitada na cadeira, com um ar de quem se encontrava a passar o dito e chamado "tédio".

Um breve trocar de olhares é feito entre Diego e a rapariga, mas nem 3 segundos dura, Diego olha de volta a Júlio, preparado para apresentar o seu discurso sobre a temática em questão e fazendo um sinal ao empregado de esplanada para servir um dito expresso italiano...

-Bem com a guerra civil espanhola, os avanços italianos sobre as colónias britânicas e a Alemanha a querer invadir a URSS, não vejo qualquer motivo para haver uma guerra- Diz com um tom irónico.

𝑳𝒂 𝑳𝒂𝒄𝒓𝒊𝒎𝒂 𝒅𝒊 𝑮𝒖𝒆𝒓𝒓𝒂حيث تعيش القصص. اكتشف الآن