Capítulo 21 - Ferida Aberta

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''Nem todas as feridas são visíveis''

Eu descanso meu queixo no ombro esquerdo de Alessandro, meu rosto está atento para o céu

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Eu descanso meu queixo no ombro esquerdo de Alessandro, meu rosto está atento para o céu. Pequenos sopros de nuvens brancas preenchem o azul, e o ar fresco enche meus pulmões com cheiro de mato e madeira.

— Pare de tomar as rédeas — Alessandro corta.

Seguro o sorrio, meus braços apertam ao seu redor enquanto seguro as tiras de couro.

— Você não sabe como conduzir no Soberano — rebato.

— Eu sei montar e sei conduzir um cavalo, princesa — resmunga, enquanto o Soberano relincha.

— Eu sei muito bem mas você não me deixa andar sozinha — murmuro rente ao seu ouvido. — Eu já disse que está tudo bem.

— Não é crime ser cauteloso — ponderou por cima do ombro. — Não quero que se machuque de novo por causa desse cavalo e por sua teimosia.

Nossos corpos balançam em sincronia com o trotar do cavalo enquanto passamos pelas plantações. Depois que fiz todas as minhas lidas, decidi começar com os treinos com o Soberano mas Alessandro logo me barrou.

— Olha, eu não precisava aceitar isso, eu podia estar cavalgando sozinha mas deixei você me acompanhar só pra tirar uma casquinha sua — resmunguei, segurando um sorrio que insistia em surgir em meus lábios.

— Vou te processar por assedio no trabalho, patroa — zombou,

Respiro fundo, meus olhos se fecham por um momento, incapaz de sentir o suficiente do cheiro de terra e mato. Os pelos dos meus braços se arrepiam por causa do frio ar da manhã por estar apenas com uma blusa regata mas isso não me incomoda.

Tomando as rédeas, ele conduz o cavalo para as plantações a dentro. Flexiono meu queixo e desvio o olhar para os trabalhadores que estão arando uma parte da terra a minha esquerda.

— Daqui a pouco o milho já está pronto para ser colhido — explicou, fazendo-me desencaixar meu queixo do seu ombro para olhar a direita.

Continuamos passando entre as plantações, as pedras e a sujeira sobem sob o cavalo enquanto olho em volta, Alessandro empurra o cavalo um pouco mais rápido enquanto eu relaxo em seu queixo, nós dois pulando para cima e para baixo na sela.

— O que temos pra hoje, princesa?

— Pesagem e vacinas dos suínos. Marcação, chipagem de gado e tem dois búfalos de reprodução que brigaram no pasto, eles estouraram a cerca e teremos que concertar. Tem que fazer o manejo do rebanho de gado e cuidar dos cavalos.

— Mais um dia de lida daqueles.

— Mas para você eu quero que fique supervisionando os carregamentos além de gerenciar o trabalho dos peões.

Selvagem Como Uma Fera  (RETA FINAL)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora