Capítulo 17 - Sonho Sombrio

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Alerta de gatilhos

Alerta de gatilhos

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Helena Montes


Eu tinha vários problemas. Na verdade, eu estava me afogando neles e alguma hora eles iriam me sufocar o bastante até que eu desistisse e sucumbisse.

Estava terminando de me arrumar quando começo a ouvir alguns barulhos estranhos. Ainda estava de madrugada faltando algumas horas para amanhecer, eu quero sair antes que acordassem não querendo ter que me explicar ou ter que aceitar ser levada para o médico.

Já faziam três semanas que estava com essa tala, o que estava me deixando louca por não poder fazer nenhum serviço pesado e por nem conseguir por os pés fora do casarão com a super proteção dos meus avós.

Com isso, Alessandro e eu não tivemos tanta oportunidades de estarmos sozinhos depois da noite que trocamos muitos mais que caricias. Aquela noite acabamos dormindo juntos de novo e quase minha avó pega Alessandro saindo do meu quarto, o que faz me sentir como uma adolescente novamente, que tinha que sair escondido ou deixar a janela do quarto aberto para meus pais não nos verem.

Pego o pacote laranja que está em cima do criado mudo e saio do meu quarto, fechando a porta com cuidado. Ouço o barulho de novo agora mais nítido, percebo que é um grunhido humano que vinha da porta do quarto de Alessandro.

Meu coração se aperta quando seus grunhidos se intensificam, não penso duas vezes e corro entrando no quarto do Alessandro. É a primeira vez que entro no quarto dele que é bem sua cara, tendo moves rústicos de madeira. Vou até a mesa de cabeceira e ligo o abajur que ilumina um pouco o quarto com sua luz amarela.

Olho para Alessandro que está sem camisa, usando apenas um short de moletom cinza. Ele está virado para outro lado deixando apenas suas costas cheias de cicatrizes á mostra. Sua respiração está pesada e acelerada, seu corpo está tremendo.

— Por favor, não faça isso! Por favor— resmunada entre suspiros e meu peito parece se rasgar vento o seu sofrimento.

Me sento ao seu lado e me inclino para ver seu rosto que escorre suor. Ele está apertando o lençol da cama com tanta força que poderia rasgá-lo a qualquer momento.

— Está tudo bem, Alessandro. Acorde — o chamo.

Ele se vira assustado levantando a mão como se quisesse se proteger de alguém, seguro seu braço e aproximo o meu rosto do seu. Seus olhos estão cheios de lágrimas e arregalados mostrando medo, solto seu braço e moldo seu rosto com minhas mãos.

— Sou eu, Alessandro. Ninguém vai te machucar mais.

Ela parece meio aéreo e pisca algumas vezes ofegante.

Selvagem Como Uma Fera  (RETA FINAL)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora