❅ TWENTY SIX

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Dias atuais, Michigan
Louis

Acordei com o sol atravessando as cortinas brancas que cobriam as portas de vidro usadas para separar meu quarto da varanda.

Levaram alguns segundos até que eu conseguisse puxar meu braço para longe da cabeça de Clifford, que dormia aconchegado à minha esquerda. Acordar esse cachorro seria pedir por uma bela mordida na coxa.

Não reclamo, uma vez que somos iguais.

Segui apenas de moletom para a cozinha, onde fervi uma xícara de leite e tomei algumas torradas em mãos.

Já sentado, fazendo a primeira refeição, aproveitei para analisar um pouco minhas redes sociais. Me arrependi ao perceber que era o mesmo de sempre. Talvez eu devesse começar a seguir pessoas interessantes.

Abri as mensagens.

Charlotte: 'tá ai?

Zack: Passo pra te buscar?

Lee: viu o vídeo que te mandei? Lol

Técnico Nikiforov: Sem rinque hoje.

Mark (pai): Sentimos sua falta...

Nada que eu estivesse interessado em responder.

Após um bom banho e toda a higiene matinal completa, vesti um conjunto moletom por cima da legging azul marinho e sai de casa.

Dentro de quinze minutos, adentrei os portões da Gorky, saudando alguns seres humanos antes de seguir meu caminho até a academia.

Haviam apenas duas pessoas malhando, uma garota de patinação em dupla com seu parceiro e também irmão gêmeo. Eles eram conhecidos por serem idênticos, o que é frustrante se pensar que as apresentações em si não são lembradas por nada. Mas ao menos, tem um diferencial.

Se bem me lembro, seus nomes são Meghan e Mitchel, mas nunca fui um dos melhores gravando essas coisas.

"High hopes" do Panic! At the disco, ecoava em todas as caixas de som do lugar, dando um ar mais agitado. Coisa que eu, com certeza, precisava.

Enquanto corria na esteira, ouvi a voz grossa de Yakov se aproximando, juntamente com seus passos firmes e possivelmente coreografados.

— Atrapalho? - se esgueirou pela fresta da porta.

— Não, senhor. - os dois robôs, que mais pareciam cópias, responderam.

— Oi, velho. - sorri, o encarando pelo espelho.

— Oi, pervertido. - veio em minha direção. - Passei dois dias longe e você já deu um show de nudismo pelo campus?

— Temos que aproveitar as chances que a vida nos dá.

— Imagine como foi para mim, Louis... - apertou o botão que desligava o instrumento em minha frente. - Quando Jonathan me mostrou filmagens de você sendo carregado, sem roupa, por seguranças. Ou melhor, ver seus amigos passando a mão em suas partes íntimas no meio da praça de alimentação.

— Eu não me senti violado, de forma alguma. Pode ficar tranquilo, é uma brincadeira idiota entre nós. - dei de ombros.

— Estou tranquilo. Sei que gosta de toda essa palhaçada. - riu sarcástico. - Mas o Irin e eu não somos os únicos com acesso às câmeras. Temos um pessoal para fiscalizar e se por acaso um deles resolver mandar tudo para a mídia ou até para a matriz, estaremos fudidos.

ICE CASTLE ❅ {l.s}Where stories live. Discover now