Perdas repentinas me assustam. Me faz cair na real de que nada, absolutamente NADA está sobre meu controle, que o tempo corre sobre nossos dedos, que a vida é breve, frágil e passa de forma altomatica sem que percebamos. É angustiante pensar que há um final, o fechar das cortinas do nosso teatro sem roteiro. É quase desmotivador pensar que todo o castelo desenhado no mapa da nossa vida, onde trabalhamos arduamente para sua construção, seja ligeiramente paralisado pelo esgotar de um tempo que não nos é avisado.
Hoje eu crio planos, mas ninguém me dá a certeza de que eu vá concretiza-los. Eu tenho sonhos ao qual nem faço ideia de que terei tempo de vive-los. E a vida se pindura nessa linha tênue entre nada fazer sentido, e ter de viver o nosso melhor enquanto estamos aqui.
Trabamos, vivemos, sonhamos, casamos, para deixar tudo para trás na última batida do nosso coração, sem despedida, sem um adeus, sem um "até logo".
É quase irônico pensar que a vida nos é arrancada na marra, da mesma maneira que na marra, nos obrigaram a viver.
Nascemos sem pedir, e morremos sem querer. E o que mais dói é saber que muitos se foram deixando reticência ao invés de um ponto final em livro vivido; deixaram projetos, deixaram sonhos, deixaram expectativas no qual nunca mais poderá supri-las. E pra quem fica, sobra uma grande dúvida, uma enorme interrogação, um agoniante "o que será" e um triste "por que?".
E no fim só nos resta continuar nesse grande teatro chamado vida, esperando o tempo - que não nos espera - fechar as cortinas, sem nem ao menos perguntar se acabamos de atuar...
🌟🌟🌟
🖤 R.I.P Marília Mendonça.
As cortinas se fecharam, mas seu roteiro será eternizado no palco de muitas outras vidas. Descanse em paz 🖤
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Epiphany - Confissões
RandomA vida nos entristece, mas escritores tornam de suas decepções, poemas.
