Querido eu do passado

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Ainda dói!

Eu superei muitas coisas, mas parece que quando estou bem, aí mesmo estarei mal. Eu neguei a oferta da morte ao me convidar para um café da manhã e isso é um orgulho tamanho para mim.

Infelizmente não consigo dizer sobre mim. Quanto mais acho que me conheço, mais me perco de mim mesma. Quanto mais tenho certeza de quem sou, mais descubro personalidades obscuras que vivem dentro de mim.
Eu não sei quem sou...

Esperei ansiosamente pela coragem, mas ela correu de mim quando mais precisei. A independência não veio me visitar e eu continuo dependendo dos outros para tomar todas as minhas decisões.

Querido eu do passado, é uma lástima dizer que tenho me tornado uma versão um pouco mais entristecida e solitária. Há dias que me odeio, há dias que quero fugir de mim mesmo e alguns outros eu nem sei exatamente o que sentir. As vezes quero me amar, me valorizar, mas não consigo. As vezes quero priorizar minhas vontades, mas sempre coloco tantas pessoas em frente de mim e eu... bem, talvez esse seja o fardo de ter um coração tão bobo.

Querido eu do passado, ainda não sou a versão que tanto quis, tanto imaginei e sonhei. Mas estarei lutando por isso, mesmo que muita das vezes a dor em meu peito me faça querer desistir de tudo.

Quero poder sentir Deus nos meus momentos de maiores fraquezas, e quero poder alcançar a paz que antecede a todo entendimento. Quero confiar de que a tristeza dura uma noite, mas parece que a noite é longa demais para suportar...

Querido eu do passado, estou feliz por ainda estar tentando.

Epiphany - Confissões Where stories live. Discover now