Epiphany - Confissões

Borboletas

Quando criança eu sempre observei borboletas voarem por entre as folhas e as árvores perto de onde morava. Crescida em cidade do interior, era comum tê-las por um monte, em vários cantos, tamanhos e cores. Mas ao decorrer dos anos, cada vez menos eu as via, mas a vida sempre me trouxe maneiras de lembrar que elas existem. Seja a borboleta por si só, como também as borboletas que vivem dentro de nós e pessoas que são como borboletas.

As borboletas por si só são seres magníficos, mas que vivem não muito mais que dois dias. Lindas, mas passageiras como as ondas que se vem e se vão. Ninguém sabe quando vem, nem quando irá partir.

As que existe dentro de nós não são tão diferentes, mas costumam ser duradouras, nascem através de sentimentos e permanecem quando cuidadas. Há pessoas que as fazem nascer dentro de nós, mas a matam com a mesma intensidade e velocidade que lhes dão a vida. E há pessoas cuja o cuidado é tão grande que as mantém vivas por longos e gigantescos períodos.

E por último, há pessoas que são como borboletas: bonitas, admirável, mas frágeis.
Assim como as borboletas que se quebram quando agarradas com muita força, assim são essas pessoas. E por mais que desejamos do fundo da alma tê-las conosco, as vezes é necessário afrouxar a mão e dar a ela a escolha de ficar ou partir, ainda que saibamos que o mundo aberto não seja exatamente o seu melhor lugar.

Há borboletas que se vão e retornam em busca do abrigo seguro, e aquelas que nunca mais retornarão.
Independente das nossas intenções, nunca será nossa decisão se ficam ou se vão, por mais força que façamos em nossas mãos. Se apertar, elas vão morrer... se deixar ir, ela lutará arduamente pela vida e terá que enfrentar as dores de se estar livre em um mundo que maltrata. Independente dos fins, sempre tenha a certeza do bem que tentou fazer as borboletas.

Seja a borboleta por si só, a borboleta que você faz nascer dentro dos outros, ou a pessoa que é como a borboleta.