A aposta:

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Ele chega no quarto vestindo sua flanela clássica, todo sorridente, as bochechas quase lhe cobriam o rosto todo, ele estava com os gêmeos nos braços. Um cobertor azul e o outro rosa enrolavam dois bebês diferentes.

- Acabei de dar os nomes para eles amor, coloquei já, agora registrados estão - Ele ergue os bebês com cuidado imitando o movimento de levantar pesos.

- Dá eles aqui pra mim seu idiota! - A mulher de pele alva e cabelos pretos ondulados  estende os braços.

-Calma aí Bi, sua desesperada - Ele abaixa os bebês com cuidado e olha nos olhos dos dois com uma notória admiração, como que deslumbrando uma complexa obra de arte.

- Ai amor... - ela com os olhos lacrimejantes e cansados do esforço estende os braços para pegar os filhos recém nascidos - minha pequena Bianca...A moça de cabelos pretos beija o bebê no cobertor rosa.

- Isso aí. Nossa pequena Bianca - ele ressalta o "nossa" - Bi, não esquece. Bianca pela mãe, e Nicholas pelo pai.

O sorriso fixo dele continua nos bebês, migrando os olhos de um para o outro.

- O quê? - Ela sem tirar os olhos da bebê Bianca, fala descontraída.

- Bianca pela mãe - ele franze um pouco o sobrolho - E Nicholas para o pai. O parto afetou tua audição Bi? 

- Eu ouvi, mas querido...  - ela tira os olhos da bebê e encara os olhos do marido - Seu nome não é Nicholas. 

- É sim. 

Ele disfarça olhando para o lado, seus olhos se focam em seu reflexo na janela do quarto.

- Não é não! - ela se exalta e o bebe Nicholas se mexe em seu cobertor azul.

- Shiiii! - Ele abana as mãos pedindo silêncio - Vai acordar as crianças assim!

- Você! - Ela fala furiosa, sussurrando, para assim não incomodar os bebês - Tínhamos combinado de que os nomes seriam iguais!

-  E são iguais, eu não sei do que você está falando.

- Ai meu senhor amado... - ela olha para cima e bufa - O que eu faço com o esquisito do meu marido!

- Ah pelo amor, Bianca! Nicholas não é nem um nome ruim, podia ser muito pior, podia ser Whesley! Com "H" ainda!

- Sim! Mas você é um idiota! Só a Bia vai ter nome dos pais agora! - ela dá um sorriso desajeitado.

- Que foi? - ele indaga curioso.

 - Você é mesmo um orgulhoso viu?

O sorriso frouxe lhe cobre o rosto, e ele relaxa a carranca.

- Eu que não ia descumprir com minha promessa.

Ele sai andando e senta na cama ao lado dela.

- Foi o que prometemos lembra? Que o perdedor teria de por o nome do ganhador no filho, ou filha, pra nunca mais esquecer da derrota.

- Éramos só crianças.

- E eu já te amava desde aquela época.

Eles se beijam.

QuimeraWhere stories live. Discover now