STORM HEROIN , bnha

𝐂𝐀𝐏 𝟑𝟑 - Efeito dominó.

HANABI CAMINHOU pensando o que é que teria acontecido. Afinal de contas, ainda era horário de sua mãe estar no trabalho.

Logo, avistou aquele enorme portão de tom azul escuro com as letras U e A, aberto. Pode notar também a presença da mulher de cabelos louros presos num rabo de cavalo, que usava seu uniforme de bombeira cor carmesim.

— Oi mãe! Aconteceu alguma coisa no trabalho? -Hanabi questionou assim que se aproximou da mulher, já do lado de fora da academia-

— Não, eles me liberaram para vir aqui te ver. -afirmou ela, que começou a dar pequenos passos por aquela calçada sendo acompanhada da filha- Como você está?

— Eu estou bem. Fico mais aliviada de saber que nada aconteceu. -confessou a adolescente- Mas o que é que te trás aqui?

A bombeira parou de caminhar, e encarou a filha, que a olhava curiosa. Então, Kana disse seriamente, deixando a filha surpresa:

— Hanabi Suzuki, eu quero conversar com você.

Hanabi continuou olhando para a mãe com os lábios entreabertos.

Já imaginando o que viria logo em seguida.

— Seu pai me disse o que foi que você falou pra ele no dia em que ele deixou de ir trabalhar pra vir aqui te contar o que Jun Ryota descobriu sobre a sua individualidade. -alegou Kana, firme- Enquanto ele teve uma atitude nobre, você foi cruel.

— Mãe- -Hanabi tentou contestar, mas sua mãe a interrompeu-

— Seu pai chegou muito magoado em casa, Hanabi Suzuki. Ele me contou a forma como você o humilhou com palavras. -Kana disse, fazendo a garota arregalar os olhos e abrir a boca para falar novamente-

— Mas eu-

— Você foi mais do que grosseira. -a mulher interrompeu novamente- Você foi injusta! E eu não admito que você desrespeite o seu pai dessa forma! Você se acha muito acima do bem e do mal, a dona da verdade. Mas eu não vou admitir que você menospreze o homem que por mais que tivesse todos os defeitos do mundo te defenderia de tudo e de todos!

Perplexa, ainda com aqueles olhos azuis levemente arregalados, Hanabi fechou sua boca.

— Nós dois erramos sim, em não perceber o seu sofrimento com o bullying quando criança. Eu jamais vou tirar essa culpa de nós dois. Só que o seu pai se culpou de uma forma tão grande, que só desse assunto ser tocado ele se sente torturado. -contou a mulher, com a testa franzida, em sinal de rigor-

— Sei que nada vai mudar o passado, -Kana se lamentou- mas tudo o que seu pai tem feito até o dia de hoje foi por você. Para tentar reparar esse erro. E você quer que eu admita que você jogou isso na cara dele injustamente?! -sua voz saiu ligeiramente elevada- Eu posso não ter sido a melhor mãe do mundo. Mas posso te garantir que o seu pai tem se esforçado demais para ser o melhor que existe. Ele é a pessoa que sempre confiou em você. Em algum momento ele desistiu de te apoiar? Quando você não desistiu da esperança de ter uma individualidade, ele também não desistiu! Qual foi a vez que seu pai chegou para você e disse que você não era capaz? Qual foi o dia que ele disse para você parar, que não ia chegar onde queria porque era impossível?

— Alguma vez ele te disse isso, Hanabi?

Hanabi não se atreveu a dizer palavra alguma. Apenas escutava tudo o que Kana dizia, enquanto o arrependimento parecia tomar todo o corpo da adolescente lentamente.