47. Vendo um Fantasma

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[Arco 4: No Ministério da Justiça]


Prestar homenagens durante as celebrações de Ano Novo é uma obrigação. No alvorecer do primeiro dia do ano, Tang Fan foi junto com Sui Zhou até os Sui para prestar respeito aos pais dele, finalizando isso com uma ida à vizinha Zhou para expressar gratidão à Madame Zhou.

O filho dela tinha voltado para a capital, tornando a casa animada. Anciãos como ela mais que amavam assistir à animação de seus descendentes preenchendo os cômodos. Ela também repetiu elogios para Tang Fan, um jovem que ela já tinha conhecido, e o apresentou à família do tio de Sui Zhou.

Assim que saíram da residência dos Zhou, Ah-Dong estava tonta de ter recebido um bom número de envelopes com dinheiro de Ano Novo. "Em qual casa vamos prestar homenagens agora?" Ela perguntou a Tang Fan, esfregando as mãos gananciosamente.

Ele olhou de esguelha para ela. "De qual você quer pegar o seu dinheiro, hm?" 

Os pensamentos dela foram totalmente adivinhados, mas ela não estava envergonhada e colocou a língua para fora. "Não é?! Seria melhor juntar todos eles até que minhas mãos ficassem fracas."

Tang Fan deu um cascudo nela sem piedade. "Nem pense nisso. Eu tenho só uma irmã em Xianghe, cuja família seria ruim de perturbar no Ano Novo, e mais nenhum parente na capital, então você vai para casa comer bolinhos obedientemente! Além do mais, quanto você recebeu? É muito diferente daquilo que já lhe dei?!"

"É sim," ela riu. "O que você dá é seu, e o que eu coleto é meu!"

"Está bem, sua pirralhinha. O meu carinho por você foi em vão." 

Ele sabia que ela não estava pensando daquele jeito de verdade, ele só estava acostumado a guerrear com palavras, alegre e entusiasticamente. Ah-Dong normalmente era a encarregada pelo dinheiro e, depois de ter aprendido a escrever caracteres e fazer contabilidade, cada uma de suas pinceladas eram honestas. Exatamente como ela tinha afirmado, depois que se tornou a administradora, ela vinha guardando um pouco do salário lamentavelmente escasso de Tang Fan todo mês, fazendo preparações para quando ele tomasse uma esposa no futuro.

Ele também pretendia separar um pouco para um dote para ela, é claro. Os dois estavam tendo o mesmo tipo de consideração pelo outro, então não havia necessidade de dividir as coisas tão definitivamente, ou eles não seriam uma família.

Em seguida, ele levou Ah-Dong com ele para fazer uma visita à Residência Pan. Ele estava prestes a prestar respeito a Pan Bin, mas os servos de lá o informaram que o homem estava fora prestando homenagem a seus próprios superiores, então ele pulou essa etapa e foi para casa.

Esses dias, com exceção dos superiores especialmente importantes, que requeriam uma visita pessoal de Ano Novo, era popular entre todos apenas enviar cartões de Ano Novo entre amigos e colegas. Havia gente demais em volta; às vezes, podia-se ir a esta casa, mas não àquela, tornando difícil evitar o favoritismo. Se cada um dos lares tivesse que ser visitado, os respeitos provavelmente não seriam prestados até o dia quinze. Simplesmente enviar servos com cartões àquelas casas, com seu nome e algumas palavras de bênçãos escritas neles, já seria considerado o máximo da cortesia.

Havia também muitos que não enviavam nada, como Tang Fan. Ele não tinha servos em casa, o que significava que ele mesmo teria que sair correndo por aí, mas se isso quebraria as pernas dele, ele podia muito bem simplesmente não ir. Depois do Festival das Lanternas, todos seriam convidados para um encontro para uma refeição em algum restaurante de todo modo, então tudo bem.

Chenghua Shisi Nian / The Sleuth of Ming Dinasty (PT-BR)Where stories live. Discover now