Gabi - Flamengo (pt.3)

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- Dhiô. - Chamo a menina que passava na porta do meu quarto. - Senta aqui. -
- Aconteceu alguma coisa? - ela pergunta.
- Porque o Gabriel acha que é meu Gabi? - ela me olha confusa. - Quando eu lembrei o nome do meu príncipe - sorrio depois de falar o apelido dele. - ele disse que eu tinha lembrado dele, mas não tem como eles serem a mesma pessoa, né? -
- Eles são a mesma pessoa, amiga. - ela fala como se fosse óbvio.
- Amiga não são. - ela confirma com a cabeça. - Amiga, não pode ser. Então porque eu não lembro dele? -
- Eu acho que tu ficou tão triste vendo ele casar que teu cérebro decidiu apagar ele dá tua memória. -
- Tu é estranha. - falo de cara feia. - Mano, eu não consigo lembrar de nada, que ódio. - Levanto da cama e começo a andar no quarto. - Tu não tá tirando uma com a minha cara não, né? - paro em sua frente.
- Espera. - ela sai do quarto e volta rapidamente com seu celular. - Tuas mensagens sobre ele. -
Quando li não acreditei.
"DHIOVANNA EU TO APAIXONADA PELO TEU IRMÃO, FUDEU. "
"COMO ASSIM ELE VAI CASAR? "
"Eu tô rindo mas cara, eu sou uma idiota mano. Apaixonada pelo cara sendo que o demônio vai casar. "
"DHIOVANNA PARA DE ME ARRUMAR MACHO EU SÓ QUERO TEU IRMÃO"
"Ele me chamou pra ser madrinha kkkkkrying "
"Já comprei meu vestido, só que ele é preto."
"Dane-se que as madrinhas vão de azul, eu tô indo pro enterro, nada mais justo que ir de preto."
"O MEU ENTERRO DHIOVANNA"
"Eu não sou dramática mano, custava ele me amar também?"
Eles estavam certos, eu era apaixonada pelo Gabriel. Essa informação ficou rodando na minha cabeça a semana inteira e por sorte, ele só chegaria no fim dela.

- Tô indo. - Dhiô fala enquanto desce as escadas. - Fiz a janta de vocês, não me esperem acordados, beijo. - Gabriel olha pra mim e percebe a cara feia.
- O que foi? - Me pergunta.
- Eu não aguento mais comer essa gororoba que tua irmã insiste em chamar de comida. - escondo meu rosto em uma almofada.
- Não deve ser tão ruim assim. - ele vai até a cozinha e abre a panela.
- Fique a vontade, eu te pago 100 reais se tu conseguir engolir. - digo o olhando. Ele pega um garfo e tira um pouco de comida da panela, cheira e leva até a boca. Mastiga duas vezes e joga no lixo. Gargalho enquanto ele lavava a boca na pia. - Eu avisei. -
- Que merda é isso? -
- Eu acho que tem macarrão, mas com certeza tem alguma coisa estragada aí. - Chego na ilha da cozinha. - E ela não sabe temperar as coisas. -
- Mano, minhas papilas gustativas derreteram. Como que tu come isso? - Ele pergunta
- Não como. Espero ela dormir e jogo fora uma parte. - pego a panela e coloco na pia.
- E agora? - Gabriel me pergunta.
- Pizza? -
- Não, vai se arrumar. - Não entendo. - A gente vai sair pra jantar. Comida de verdade. -
- Gabriel, não precisa. - tento argumentar. - A gente pode comer aqui mesmo. -
- Não, s/n! - Ele chega perto. - Vamos comer fora. -
- Eu não quero ir. - insisto.
- Por que não? - Ele me olha torto. - Tu adora sair pra comer. -
- Eu adorava, Gabriel. - Falo mais alto. - Quando eu era bonita e lembrava das coisas. -
- Mas tu é bonita. - ele chega mais perto. - Bonita não, você é incrível. Uma das mulheres mais lindas que eu tive o prazer de conhecer. - ele alisa meu rosto.
- Eu não preciso da tua pena. - me distancio. - Eu sei que eu não sou mais aquela s/n, eu tô toda estranha com essas cicatrizes. - me olho no reflexo da geladeira.
- Eu queria te emprestar meus olhos. - ele chega pro trás de mim. - Cicatrizes contam histórias, e as suas contam a história mais incrível que eu já ouvi. - ele me vira e ficamos cara a cara. - Nunca mais diga que você não é bonita. Por que você é sensacional, entendeu? - Eu confirmo e limpo umas lágrimas teimosas que caíram. - Agora vá e se troque, veste aquele vestido vermelho e volta logo que eu tô te esperando aqui. - beija minha testa e sai.
Subo pro meu quarto e mesmo sem querer, me arrumei exatamente do jeito que o Gabriel pediu. Quando desci, seus olhos brilhavam em minha direção, ele estava bem vestido e muito cheiroso. Eu tentava olhar ele com outros olhos, tentava perceber esse amor que sentia pelo meu Gabi nele mas eu não conseguia. O que tem de errado comigo?

Chegando no restaurante, uma moça muito simpática nos atendeu.
- Uma mesa só pro senhor e sua namorada? - ela pergunta ao Gabriel.
- Sim, por favor. - Ele fala antes de eu tentar corrigi-la.
Seguimos pra mesa e fomos incrivelmente bem atendidos. Tinha uma mulher no bar que não parava de olhar pra nossa mesa e isso já estava me incomodando. Comecei a encarar também e quando ela percebeu, virou a cara.
- O que? - Gabriel se vira após ver minha cara feia.
- Aquela mulher de branco. - Aponto com o olhos. - Olha pra cá desde que chegamos. -
- Deixa isso pra lá. - ele continuou a comer. Alguns minutos se passaram e um garçom chega em nossa mesa.
- Licença. Senhora, aquela moça de branco pediu pra lhe entregar isso. - me dá um guardanapo dobrado e sai. Gabriel me olhava curioso.
" Não consigo parar de te olhar. Você é muito linda! Se ele não for teu namorado, liga pra mim. Adoraria tomar um drink contigo. Laura" e o número do telefone dela. Sorrio e a olho, discretamente mostro um anel no meu dedo, como se eu tivesse namorado. Ela se desculpa e pisca pra mim.
- Não entendi. - Gabriel fala e eu lhe entrego o bilhete. - Não. - me olha. - Tá vendo, todo mundo concorda que tu é um espetáculo de mulher. - ele fala e sorrimos juntos.

Gabi on

- Tava pensando em levar a s/n em algum canto. - digo deitando na cama da Dhiovanna.
- E o que te impede? - ela diz enquanto se maquia.
- Não sei onde. -
- Leva no cinema, vai que ela lembra da noite que se apaixonou por tu. - ela faz piada
- Dhiovanna. - pulo da sua cama. - Você é um gênio - beijo sua cabeça e corro pro quarto da s/n. - Ei. - paro na porta. - Posso entrar? - ela concorda e então no quarto. - Vamo sair? -
- Pra onde? - ela larga o livro e se ajeita na cama.
- Tem um filme bom no cinema, a gente podia ver. - Por que eu me sinto como um adolescente chamando a menina que gosta pra sair?
- Tá certo. - ela levanta. - Fico pronta em 10. - ela sorri e eu saio do quarto.
Depois de 10 minutos cronometrados, minha deusa desce e fomos pro cinema.
Quando chegamos lá, peguei ingressos pra mesma sala e mesmo assento. O filme já estava na metade quando tive uma surpresa.
- Gabi, lembra daquele dia que a gente veio bisbilhotar o date da Dhiô? - S/n sussurra.
- Lembro. - sorrio. - Ela tava com medo do cara raptar ela e a gente teve que fazer um programa de casal de óculos escuros e chapéu pra ninguém reconhecer. - percebo o que falamos. - Pera. Tu lembrou? -
- Lembrei. - sorri. - Eu lembrei Gabi, eu lembrei. - ela fala mais alto e alguém manda calar a boca. - Eu lembro de tu. De tudo. - ela segura no meu rosto. - Eu lembro de você, meu amor. - ela fala bem perto de mim, eu não aguento e a beijo.
- Eu senti tanta saudade, s/n. - falo quando a falta de ar se fez presente.
- Eu nem acredito. - ela diz.

Hoje era o aniversário da s/n e vamos fazer uma festa surpresa pra ela. Já havia algumas semanas que sua memória tinha voltado por completo e finalmente, depois de quase um ano do acidente, ela lembrava de mim.
Não estávamos oficialmente namorando, e nem foi por falta de pedido, ela disse que não ia namorar comigo, só ia casar direto. Então, nada mais justo que dar o que minha mulher quer.
A festa já acontecia e era chegada a hora.
- Pessoal. - Chamo a atenção do convidados. - Eu sei que o discurso é da aniversariante, mas eu quero dar umas palavrinhas antes dela. - todos se aproximam da mesa e eu respiro fundo. - No dia do acidente da s/n, eu descobri que tinha me casado com a pessoa errada, quando achei que tinha perdido o amor da minha vida meu mundo caiu. Porém quando eu descobri que ela não lembrava de mim mas me amava, eu prometi a mim mesmo que eu ia reconquistar o amor dessa menina. - Ela se aproxima de mim e eu a abraço de lado. - No dia que ela lembrou de mim, com certeza foi o dia mais feliz da minha vida. Foi como se tivessem jogado um galão de gasolina naquela chama que estava quase apagando, e eu tive a certeza que não estava tudo perdido. Eu tive que conquistar ela de novo nesses últimos meses, mas essa garota me conquistou há cinco anos atrás, e por conta disso, meu amor. - me solto dela e pego a caixinha do meu bolso. - Quer casar comigo? - Falo enquanto me ajoelho em sua frente.
- Aí meu Deus. Sim!!!! - ela dá pulinhos na minha frente e eu levanto a abraçando. - Eu te amo, Gabi - Ela sussurra no meu ouvido
- Eu também minha vida. - sussurro de volta.
- Eu tô grávida. - ela diz baixo.
- O QUE? - Olho assustado pra ela, que ri.
- Nós vamos ser pais, meu amor. -


Um final feliz saindo do forno pra vocês!!!!!
Eu não podia acabar de outro jeito. Esse casal tem meu coração.
Vocês perceberam que a esse enne só chama ele de Gabi quando lembra dele?
Minha história ficou incrível, vou colar na minha testa.
Espero que tenham gostado, não esqueçam de votar. Até o próximo.
-S.

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