Gabi - Flamengo

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- Tu acha que eu deveria conversar com ela? Tentar voltar mais uma vez? - Gabriel pergunta enquanto desliga o vídeo game.
- Não. - me deito na sua cama
- Porque não? - Ele senta e me olha.
- Tu já insistiu demais nisso aí. Todo mundo sabe que vocês nunca vão dar certo. Ela claramente não é o amor da tua vida. Para com esse vai e vem. -
- Como tu tem tanta certeza que ela não é o amor da minha vida? - Ele pergunta de cabeça baixa.
- Dá pra perceber. Existem sinais. - digo olhando pro teto.
- Como o que? -
- Quando tu tá com ela, tu pode ser qualquer um, menos o Gabriel que eu conheço. Quando a gente ama alguém de verdade, a gente não regula a pessoa, não tenta moldar ela, entende? - levanto e me escoro em suas costas - Quando a gente se propõe a ter um relacionamento, quando uma pessoa aceita ser namorada e namorado, é pensando num futuro. E cara. - ele vira a cabeça me olhando - Eu tenho pena de tu se for esse futuro que tu vai escolher. -
- Mas eu amo ela s/n. Eu queria não amar. Queria perceber esses sinais que vocês dizem, mas eu não consigo. - ele se vira pra mim.
- Eu sei, e não te culpo. Mas tu não pode deixar de viver a tua vida só por causa dela. Tu vai perder de viver coisas incríveis, de inclusive achar o amor da tua vida, a pessoa que vai tá ali contigo pra tudo, que vai comemorar dez mil vezes mais cada gol, vai estar do teu lado em todas as brigas. - sorrimos - Vai te amar do jeito que tu merece. Então respondendo a sua primeira pergunta. Não, Eu não acho que tu deveria ir atrás dela. Esquece ela, vive tua vida.
- E se eu não encontrar ninguém? - Ele alisa meu rosto
- Aí Gabriel, pelo amor de Deus, claro que tu vai encontrar. - pego em sua mão - e se tu não encontrar eu tô aqui. - beijo a palma dela e ele a deixa no meu rosto - Se a gente não tiver ninguém até os trinta, a gente se casa. -
- Tu é doida, sabia? -
- Sabia, mas tu me ama mesmo assim. - faço menção de levantar e ele me puxa
- Amo mesmo. - me deita em sua cama e fica em cima de mim.
{...}
Hoje era o dia do casamento do Gabriel, sim só do Gabriel, não nosso casamento. Se eu estava triste? O que acha? Eu acabei de perder o homem da minha vida pra uma mulher que não gostava de mim.
Mesmo com todo mundo dizendo que daria errado, o teimoso casou com a Rafaella. Ela nunca foi muito com a minha cara, Gabi dizia que ela se sentia ameaçada por nossa amizade mas que ele sempre deixou claro que éramos apenas amigos, irmãos. Depois que ela voltou a ser "parte" da família Barbosa, acabei me afastando um pouco dele pois não me sentia confortável em ver meu menino tendo que se explicar para aquela mocréia (kakakaka) todas as vezes que dávamos um abraço.
A igreja estava linda, nunca sonhei em casar na igreja mas nessa eu com certeza casaria. Ele estava deslumbrante, sorria nervoso e olhava pra porta da igreja a cada segundo esperando sua amada. Eu era uma das madrinhas, claro. Estava junto a Dhiovanna, que não estava nem um pouco feliz por sempre odiar a sua cunhada.
- Tu sabe que era pra tu tá ali né? - ela sussurra pra mim.
- Não fala isso que eu vou chorar ainda mais. - limpo minhas lágrimas tentando não borrar minha maquiagem.
Logo começa a música clássica, a noiva vem aí. Todos os convidados levantaram e o Gabriel se ajeitou no altar.
- E eu os declaro marido e mulher. - O Padre finalmente termina aquela sessão de tortura. - Pode beijar a noiva. -
Eles se beijaram e as pessoas aplaudiram, minhas lágrimas rolaram mais uma vez. Eu deveria estar feliz pelo meu melhor amigo, droga! Penso comigo.
Fomos para o salão de festa e eu resolvi não beber. Sim, eu sei que um champanhe - talvez uns litros - me fariam esquecer a merda que eu tô vendo, mas já estava mais do que certo que após essa palhaçada iria dirigir até meu dinheiro acabar.
A música rolava e os noivos dançavam com seus familiares, um dado momento, Gabi se aproxima da mesa que eu estava e estende sua mão, a pego dando um sorriso triste. Ele me leva até o centro do salão e começamos a dançar uma música lenta. Tenho certeza que essa seria nossa última vez juntos então tento aproveitar o máximo possível.
- Ainda bem que tu veio. - ele sussurra no meu ouvido.
- Eu disse que estaria aqui por você, meu amor. - respondo.
- Eu te amo. - me olha e sorri.
- Eu também te amo, Gabi. - encosto minha cabeça em seu ombro. - Até mais do que deveria. - Falo bem baixo.
A música termina e eu volto para meu lugar. Fico olhando de longe os noivos, pareciam bem felizes e eu não aguentava mais, não queria chorar então me despedi de todos que me importavam e peguei meu carro.
Dirigia o mais rápido que conseguia não me importando com os radares, certeza que ganhei algumas multas por causa disso. Chorava lembrando de todos nossos momentos juntos, como ele nunca se ligou que eu era apaixonada por ele? Batia no volante do carro e pisava fundo no acelerador. Lembro de ver um caminhão na minha frente e depois disso não lembro de muita coisa.
Sirenes e vozes ecoavam por meus ouvidos e eu não conseguia abrir os olhos, senti uma dor de cabeça tremenda e só conseguia dizer uma coisa
- Gabi. - sussurrava como um mantra, tentando me manter acordada.

Eu sou muito ansiosa, não consegui esperar anoitecer.
Espero que tenham gostado, não esqueçam de votar. Até o próximo.
-S.

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