Isso parece bobo, eu sei.

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Lauren POV.

Eu estava à ponto de ter um ataque. Eu suava frio, não sentia minhas mãos, minha cabeça latejava. Eu não precisava de um copo de água, de um analgésico, eu não precisava de uma ajuda para me manter em pé. Eu só precisava de Camila. Precisava de Camila bem na minha frente, me dizendo que estava tudo bem. Precisava do corpo de Camila colado no meu, num abraço sem fim. Por que Camila era o meu remédio. Meu porto-seguro. Meu amparo.

Mas não eu podia a ver, não podia tocá-la. Só o que eu vi, no meio de minha turba visão, era Dinah, falando ao telefone. Senti as mãos de Normani rodearem minha cintura, provavelmente tentando me manter em pé.

- Normani, pega uma caneta e um papel, rápido. – Dinah ordenou enquando andava impaciênte pela casa.

Eu seguia Dinah a cada passo, olhando fixamente para ela, tentando decifrar suas expressões. Normani chegou com o papel e a caneta, entregando-os para Dinah que anotou algo, supostamente um endereço. Dinah agradeceu ao homem, e desligou o telefone, respirando fundo.

- DINAH, PELO AMOR DE DEUS, - Eu gritava, eu estava desesperada como nunca havia ficado antes. – O QUE ACONTECEU? CADÊ ELAS?

- Calma, Lauren. Senta aí. Se acalma, garota. – Dinah disse mais tranquila enquanto Mani me levava para o sofá.

- COMO EU VOU FICAR CALMA? – Perguntei, sentindo as lágrimas rolarem pelo meu rosto. – FALA LOGO O QUE ACONTECEU.

-  Ãn… - Dinah começou, e pareceu não saber direito o que falar. – Elas estavam vindo do supermercado, e o motor do carro morreu… elas ficaram presas na chuva, e um carro bateu na traseira no carro de Ally. – Eu chorava compulsivamente, e Dinah me enrolando estava piorando a situação. – Mas apesar do susto, graças a Deus, parece que está tudo bem com elas, quer dizer, dentro do possível. – “Está tudo bem com elas.”. Eu tentava de todas as formas colocar essas palavras na minha cabeça, para que eu pelo menos parasse de chorar como uma doida. – Com o impacto, Ally torceu o pé. Camila parece que está bem, mas o homem que me ligou agora, o dono de uma oficina onde está o carro de Ally, disse que ela estava muito assustada, e chorando muito. Um funcionário dele levou-as até o hospital, e assim que elas forem liberadas, ele o trará até em casa. Eu peguei o endereço da oficína, mas não adianta ir lá agora, isso só dará boates sobre o acidente e não será bom. – Depois de um minuto de silêncio, Dinah voltou a falar. – Poderia ter sido pior, nem quero pensar nisso. Mas está tudo bem. Agora temos que esperar, não demora muito e o homem trará elas.

Parecia ter sido tirado uma tonelada nas minhas costas. O alívio em saber que Camila estava “bem”, me fez chorar novamente, mas agora eu chorava para limpar meus pensamentos de tudo de ruim que havia pensado.

Minha vontade era ir agora aquele hospital, ver como estava Allycat, minha baixinha… Imagino o quanto assustada ela está. E por mais que Dinah tenha dito que Camila está bem, eu só terei certeza que ela está bem, quando ela estiver em meus braços.

Depois de duas intermináveis horas, um carro buzinou. Dinah e eu fomos correndo para porta, Mani correu para pegar um guarda-chuva, já que a chuva, agora fraca, ainda continuava. Fiquei para na porta, vendo Dinah trazer Ally no colo, mesmo ela falando que conseguia andar com as muletas. Mani segurava o guarda-chuva para as duas. A porta de trás do celta preto se abre, e de lá sai Camila, com seu moletom preto, seu all-star e seu short jeans curto. Aliás, bem curto, não sei como a deixei sair assim. Foda-se. Eu só queria que ela viesse para meus braços. E foi isso que ela fez. Assim que saiu do carro, veio correndo em minha direção, o cabelo preso num nó frouxo, os olhos nitidamente vermelhos, me partindo o coração. Fui tirada de meus pensamentos quando o corpo de Camila colidiu com o meu, me trazendo a paz, me fazendo tremer dos pés a cabeça. Aquele braço que eu desejava não ter fim. Por mim, eu moraria no abraço de Camila. Estávamos ali, abraçadas, em baixo da garoa, que ainda caía, sem nos preocupar se alguém estava nos olhando, ou se estávamos nos molhando. Camila estava grudada em mim, seus braços em torno de minha cintura e os meus por cima dos seus, abraçando-a forte, como se quisesse fundir nossos corpos. Ouvi Camila soluçar, notando que ela estava chorando novamente. Soltei-a e peguei sua mão, a puxando para dentro, fechando a porta em seguida.

Loving you is the best part of me.Where stories live. Discover now