Não há Lugar Melhor Que O LAR

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Henry Cavill

- Como ele está? - Perguntei ao meu irmão quando estávamos do lado de fora do quarto hospitalar de nosso pai, quando cheguei o mesmo estava dormindo e não tive a oportunidade de falar com ele.

- O médico disse que seu estado é grave mas ele ainda está lutando. - Meu irmão diz com um suspiro. - A mãe disse que ele tem tomado os remédios mas... Sei lá cara. Isso foi tão do nada.

Meu irmão suspira passando a mão no cabelo, eu entendia esse sentimento de impotência. Não era a primeira vez que nosso pai ficava doente, quando éramos adolescente ele precisou passar por um transplante, e tudo ficou bem, mas pelo visto aquele novo coração já não estava dando conta mais.
Bato a mão no ombro do meu irmão em forma de tentar aliviar a dor dele com um gesto de carinho.
Harry era o mais novo e apesar de ser uma pestinha quando criança ainda o via como um garoto, mesmo ele já sendo pai.

- A mãe tá esperando. - Sussurro e sigo pelo corredor do hospital.

Nossa mãe não estava no hospital, ela tinha voltado para casa para descansar um pouco, a mulher do Anthony ia ficar no hospital naquele momento por nós. Era a vantagem de ele ter se casado com uma enfermeira.
Infelizmente ela não fazia milagres mas era uma boa pessoa, uma irmã.
Fui com o Harry para a nossa casa da infância.

Era uma casa até grande, com 5 quartos e um sótão. Bastante espaçosa para uma família de três filhos. As paredes eram uma mistura de pedras e madeira, tinha sido construída no século 18 e reformada desde então, estava na família por gerações.
Meus pais ainda moravam nela, mas provavelmente seriam os últimos da família a realmente morar naquela casa, eu e meus irmãos não tínhamos vontade de morar nela mas manteriamos na família, não porque nenhum de nós tinha vontade de viver naquele lar.
Mas porque não conseguíamos decidir quem ficaria com a casa e nossos pais nos matariam se ela fosse a venda.

Por um momento imaginei Victor correndo pelo gramado e entrando pela porta frontal todo sujo de lama e indo em direção à cozinha espaçosa e roubando um cookie de chocolate recém saído do forno, igual eu fazia quando criança.
Isso me fez sorrir, principalmente imaginando Clara indo atrás dele brigando para o mesmo ir tomar um banho.
Mas afasto esse pensamento, não queria pensar nela, não agora.

Respiro fundo e encaro a porta de madeira de cerejeira, mas antes que minha mão alcance a maçaneta a porta é aberta pela minha mãe.
Ela era alta, loira com os cabelos já quase grisalhos e um olhar feroz, mas que hoje estavam nublados de tristeza.

- MEU MENINO! - Ela disse com a voz chorosa e envolvendo meu pescoço.

- Mãe.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, abraçados diante a porta enquanto Harry entrava e ouvia a criançada correndo pela casa. Então minha mãe me soltou e me deu um tapa no ombro.

- Porque demorou?

- Aí! Mãe!

- Entra logo. Meu Deus você está magro, vem comer. Acabei de preparar um ensopado de carne e nem me dizer que está de dieta ou eu juro que enfio esse ensopado por onde o sol não bate. - A minha doce e delicada mãe me puxa pelo braço com a força de um tigre.

Conforme sou guiado por ela em direção a cozinha eu olho ao redor, a casa não mudou nada, só que estava bem mais cheia que o normal.

Eu tenho 4 sobrinhos.

Jessie filha do William tem 12 anos, uma garota ruiva sentada na poltrona mexendo no celular e assistindo um vídeo musical de algum grupo de K-pop.

Perto dela lendo um livro estava minha sobrinha Alice, filha do Anthony, seus cabelos estavam tingidos de azul, quando passei ela se virou e me olhou com um ar de tédio e voltou ao seu livro.

Seu irmão era Edward ou Eddy pros íntimos, de 9 anos, um garoto vestido de homem aranha correndo pela escada e se pendurando, ele ainda me da um tchauzinho quando passo por ele.

Seu primo Steven de 6 anos, filho do Harry estava indo atrás dele vestido de Batman, mas meu irmão o pegou na velocidade da luz antes que o menino se pendure também.

- STEVEN!

- Mas pai!

- Não! E você Eddy desce daí!

- Você não é meu pai e eu não sou o Eddy. Eu sou o Peter Park!

- Pois Peter Park você está de castigo se não descer daí agora.

Isso me fazia sorrir, ainda bem que Victor ainda era um bebê.
Minha mãe me solta e eu sento em uma cadeira diante a mesa enquanto ela me trás um prato com o ensopado.

O cheiro da carne estava delicioso, a fumaça subia inundando a casa com aquele aroma delicioso.

- Coma e limpe o prato.

- Sim, senhora. - Pego a colher e começo a comer, tinha o sabor de casa, aquele tipo de comida que quando entra no seu estômago você se sente em paz.

Era capaz de curar qualquer dor.

- Hmmm como eu senti falta disso. - Me levanto indo dar um beijo na bochecha da minha mãe. - Obrigado mãe, eu precisava disso.

Ela ficou corada e se sentiu de frente para mim.
Mas somente quando terminei de comer ela me encarou novamente, triste e então disse.

- Henry, seu pai. Eu acho que ele...

- Eu sei mãe. - Eu não queria dizer mas estava sentindo isso também.

Larguei a colher e estendi a mão pela mesa na direção da dela, apertando sua mão bem forte.

- Eu sei.

- BIG H!!!! - Alguém grita e eu solto a mão da mãe e me levanto, do nada um homão ruivo passou pelo portal da cozinha e deu passos pesados na minha direção e me abraçou com tanta força que achei que eu iria quebrar.

- Arg! Oi... Antonny...-Tento falar mesmo com falta de ar, não me entenda mal. Eu sou bem grande, malho desde a adolescência.

Mas meus irmãos mais velhos, William e Anthony eles são grandes com 1,90, gêmeos e ruivos.

O estereótipo de lenhador que se tem por aí, só que sem um Machado.
O engraçado que Anthony é artista plástico, ele é um grande pintor e ultimamente tem feito cerâmicas que a última vez eu fiquei sabendo que ele vendeu uma coleção de vasos para as Kardashians por mais de 10 milhões. Então bem, ele ia muito bem.

- Nossa! Quanto tempo eim! Você não mudou nada. - Ele disse bagunçando meus cabelos e se afastou pegando um pedaço de pão e molhado na panela de ensopado.

- Faz só um ano que a gente não se vê.

- Pareceu a eternidade.

- Dramático.

- Viado!

- MENINOS! - Mamãe gritou chamando nossa atenção. - Olha o linguajar.

- É. Seu bosta, olha o linguajar. - Eu disse.

- Va se fu...

- Mais uma palavra e vocês vão dormir em um hotel!

- Desculpa mãe. - Falamos juntos mas pelo canto do olho vi o Anthony dando o dedo do meio enquanto se escondia atrás da nossa mãe, dando um beijo na cabeça dela antes de ir a sala.

- EDDY DESCE DAÍ! - Ouvi ele gritar provavelmente o seu filho ainda estava se pendurado em algo dizendo ser o homem aranha.

Não consegui me conter e acabei dando uma risada, nossa era bom estar em casa.

O Casamento do Chefe do Meu Pai (+16)Where stories live. Discover now