Quem Vem Aí?

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Henry saiu de casa era dia 28 de Agosto.

Agora estávamos em setembro, nunca me senti tão só naquela casa.
Não podia aguentar mais ficar andando de um lado a outro, já fazia uma semana que eu estava sozinha mais Victor Jorge, apenas nós dois tentando nos adaptar ao silêncio e a solidão daquela mansão.
Me sentia principalmente péssima, por ele ter descoberto, por eu não me lembrar de nada mas principalmente pela forma como o tratei, como podia ser tão idiota e impulsiva? O pior que não era como se eu pudesse só pegar minhas coisas e ir embora e esquecer tudo, temos um filho juntos e além de tudo eu realmente o amo e não conseguiria terminar as coisas assim, eu preciso consertar tudo.

Bato a colher da papinha do Jorge no balcão e ele ergua seus grandes olhos azuis na minha direção.

- Vamos falar com seu avô, ele deve saber o que eu devo fazer nesse momento. - Não havia ninguém melhor do que meu pai para me ajudar.

Ele sabia como era estar do outro lado de alguém que foi traído por quem o ama. Pego meu filho e troco a roupa dele, o levando comigo para a casa do meu pai, ao menos Henry deixou um de seus carros e a chave, sigo para o prédio do meu pai, mas quando entro no elevador começo a me sentir meio estúpida. Com quem cara vou chegar nele e falar que eu fiz a mesma merda que a minha mãe? Com que cara eu poderia dizer alguma coisa? Merda!!!
Aperto o botão do andar dele mesmo assim, mas me surpreendo quando assim que o elevador se abre eu o encontro de porta aberta para me receber.

- Como você...?

- O porteiro me avisou. - Diz meu pai, ele é como uma versão mais velha do Miguel e mais alto e musculoso. Ele dá um passo na minha direção e sorri para seu neto. - Quem é o bebê gordinho mais lindo de todo o mundo?

Victor Jorge abre um sorriso enorme para seu avô que o pega no colo, meu pai em seguida me beija na testa enquanto entramos em seu apartamento.

- Como vocês estão? Cavill me contou que o pai dele não está nada bem, espero que ele melhore logo.

Apenas murmúrio alguma coisa e ando para sua sala de estar, me jogando no sofá que nem noto que tem algo de diferente na casa de meu pai. Não é que ele nunca fosse organizado, mas havia mais cores naquele apartamento, principalmente flores. Olho ao redor analisando o ambiente, ele trocou as cortinas também?

- Desde quando o senhor gosta de tons pastéis?

- Emília que me ajudou a redecorar o apartamento. - Fala tão tranquilo enquanto brinca com meu filho no seu colo.

- Emília? Sua namorada?

- Quem Mais seria?

Ergo uma sobrancelha para ele que devolve o olhar para mim.

- Você mudou de assunto quando toquei no nome do seu noivo, o que foi?

- Não mudei de assunto. - Fico na defensiva. - Apenas me distrai com esse lugar tão colorido, o Miguel está sabendo?

- Clara. - Ele me encara com aqueles olhos castanhos sérios e sábios. - O que houve entre vocês?

- Pai, eu fiz algo muito....

- CLARINHA!!!!!!

A porta do apartamento é escancarada quando uma mulher baixinha e de curvas bem avantajadas aparece usando um vestido branco e seus cabelos escovados em progressiva, sua pele negra como a noite mas de um sorriso mais branco que o vestido pérolado.

- Emília. - Sorrio de volta e fico em pé para cumprimentar a mesma com dois beijinhos de cada lado do rosto, ela logo vai ao meu pai e eles trocam um beijo até singelo. - Não sabia que estaria aqui, se eu soubesse teria trazido presentes para esse garotão. - Completa apertando uma das bochechas de Victor que apenas dá uma risada.

- Eu vim sem avisar mesmo. - Tento disfarçar meu constrangimento e alívio, pois não tinha mais coragem de falar ao meu pai o que aconteceu. - Amei seu vestido, muito lindo.

- Ah obrigada!

Por um momento eu me levanto indo ao banheiro, jogando água no rosto para me acalmar e deixo eles conversando na sala, quando retorno os dois estão em silêncio e me encarnando. Não estou tão desarrumada né?! Eu vim para a casa do meu pai então só coloquei um short jeans e uma blusa de manga curta, meus cachos presos em um rabo de cavalo.
Passo a mão na minha cabeça para ajeitar alguns fios.

- O que foi?

- Queremos falar com você, meu bem. - Meu pai começa, ele e Emília sentados lado a lado um do outro e de mãos dadas, Victor está no carpete brincando com alguns blocos que eu trouxe na bolsa dele.

- Alguém tá doente? Alguém vai morrer? Meu Deus pais o senhor não está com câncer esta? - Nunca falei tão rápido na vida como agora, jogo uma enxurrada de perguntas encima dele enquanto me sento no sofá com as lágrimas começando a escorrer.

Emília solta uma gargalhada e meu pai também.

- Porque estão rindo?! Isso é Sério!!!!

- Oh, meu anjo não é nada disso.

- Eu e seu pai só queremos dizer que vamos nos casar.

Pisco os olhos várias vezes e então olho para meus pais, Victor derruba um bloco chamando minha atenção, me abaixo até ele o ajudando a remontar.

- Casar? Tipo casar na igreja e tudo?

- Bom, um casamento civil mas faremos a cerimônia sim.

- Oh! - Ao menos um de nós irá casar. - Fico feliz por vocês! Meus parabéns!

E realmente quis dizer isso. Sorrindo sinceramente a eles, era uma boa notícia e eu estava precisando ver que nem todo mundo da família estava tendo problemas em seus relacionamentos.

Pego as mãozinhas do Victor e faço ele bater palmas, o mesmo gargalha enquanto faz isso.

- VOVÔ VAI CASAR!

O Casamento do Chefe do Meu Pai (+16)Where stories live. Discover now